Capítulo 33: Resistência e Manipulação

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Riquele acordou com os primeiros raios de luz que entravam pelas enormes janelas do quarto. Ela sentiu o peso da noite anterior, o cansaço e a sensação de impotência misturando-se à raiva por estar ali, cativa. Ao seu lado, AgustD ainda a observava, uma sombra persistente, como se temesse que ela desaparecesse caso desviasse o olhar.

Ela desviou o rosto, sentindo o desconforto crescer conforme ele a observava tão de perto. Mesmo ali, ele mantinha um controle sufocante, que a fazia sentir-se ainda mais encurralada.

— Eu sei o que está pensando, — ele disse, com um sorriso enviesado. — Está planejando como vai escapar, como vai me superar. Mas eu te conheço, Riquele. Sei que você é esperta e vai perceber que não tem escapatória.

Riquele respirou fundo, contendo a irritação que fervia em seu peito. Ela sabia que, naquele momento, não adiantava enfrentá-lo de forma direta. Precisava de estratégia, de tempo, de qualquer fraqueza dele que pudesse explorar.

— Você acha que pode controlar tudo, não é? — ela respondeu com calma, tentando não demonstrar o nervosismo. — Acha que pode ter o mundo a seus pés, que eu vou simplesmente aceitar isso?

AgustD inclinou-se, aproximando o rosto do dela, passando a mão por baixo de seu vestido e apertando sua coxa com ardor e a beijou intensamente, ela não retribuiu o beijo mas contra ao que queria, ela sentiu seu corpo queimar com o toque de Agustd o que a deixou enojada de si mesma.

— Não só acho, como tenho certeza, — ele disse em um tom baixo, os olhos fixos nos dela e com um sorriso cafajeste após sentir o corpo dela queimando como reação ao seu toque. — Mas não se preocupe. Vou te mostrar aos poucos como é inevitável que você seja minha.

Riquele conteve a repulsa, focando na ideia de que, de algum jeito, encontraria uma forma de virar o jogo

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Riquele conteve a repulsa, focando na ideia de que, de algum jeito, encontraria uma forma de virar o jogo. Ela sabia que precisaria de paciência e cautela. AgustD era calculista, mas sua obsessão e confiança poderiam ser sua maior fraqueza.

Nos dias que se seguiram, ele a manteve sempre sob vigia, sua presença sufocante e constante ao redor dela, mas também deu espaço para que ela recuperasse a energia e a lucidez. Aos poucos, Riquele foi compreendendo a rotina da mansão e os horários dos seguranças, cada detalhe que pudesse ser útil.

Mas AgustD não deixava nenhuma brecha. Ele fazia questão de lembrá-la constantemente de sua vigilância, de sua posse. A cada conversa, a cada toque, ele insinuava que não desistiria até que ela se rendesse. E, por mais que tentasse disfarçar, Riquele sabia que ele se alimentava de cada pequena resistência dela, como um jogo onde ela era a peça mais importante.

Uma noite, enquanto estavam no luxuoso salão da mansão, Riquele finalmente arriscou uma pergunta que vinha tentando guardar para si.

— O que você realmente quer, AgustD? — ela disse, mantendo a voz o mais calma possível, tentando não demonstrar a inquietação. — Você já me tem aqui. Por que não me deixa em paz?

Ele a olhou, um sorriso leve e sombrio se formando em seus lábios.

— Eu quero que você entenda que esse é o seu lugar. Que pare de resistir e que entenda que aquele fracassado do Yoongi falhou como irmão, falhou com a organização e parece que também falhou com você. — AgustD estendeu a mão, puxando-a para mais perto. — O que eu quero, Riquele, é que você veja que somos feitos para estar juntos. Você só precisa aceitar.

Riquele revirou os olhos, tentando conter a frustração. Ela sabia que nada do que dissesse mudaria a mente de AgustD. Mas, ao mesmo tempo, cada conversa, cada interação, era uma chance para ela tentar compreendê-lo, buscar alguma fraqueza.

— Então é isso? Você quer que eu simplesmente desista de tudo? Que aceite a ideia de que minha vida agora é aqui, do seu lado? — ela perguntou, em um tom desafiador.

Ele assentiu, aproximando-se mais, como se quisesse encerrar qualquer distância entre eles.

— Você vai ver que não tem outro caminho. Eu sou a única pessoa que pode te dar o que você realmente precisa, — ele sussurrou, em uma voz quase sedutora.

Riquele respirou fundo, cada palavra de AgustD aumentava a repulsa e a determinação de encontrar uma saída. Ela sabia que precisava ser paciente, observando cada passo, cada fraqueza e cada sinal que ele, mesmo que minimamente, deixasse escapar.

Naquela noite, AgustD a levou para o salão principal da mansão. Era um ambiente luxuoso e imponente, com móveis clássicos e uma decoração que exibia poder. Ele parecia querer exibir a opulência daquele lugar como uma forma de afirmar seu controle, não só sobre ela, mas sobre tudo ao redor.

— Quero que aprecie cada detalhe, — ele disse, guiando-a pelo salão, com um toque possessivo. — É tudo seu também, se aceitar o que estou te oferecendo.

— Você realmente acha que coisas materiais vão mudar o que sinto? — respondeu Riquele, sua voz firme. — Você pode me prender aqui, me cercar de luxo e me obrigar a te ouvir, mas nunca vai me fazer aceitar isso como minha vida.

AgustD soltou uma risada baixa, um som carregado de desprezo e diversão.

— Eu gosto da sua teimosia, Riquele. Você acha que vai sair daqui porque ainda não entendeu quem manda. Mas, acredite, eu tenho toda a paciência do mundo para esperar. — Ele se aproximou dela, segurando seu rosto com firmeza, e sussurrou: — E eu sei que você vai ceder, mesmo que demore.

Ela tentou se afastar, mas ele a segurou firmemente, fazendo com que não pudesse desviar o olhar.

— Por que insiste tanto em mim? — Riquele questionou, desafiando-o mais uma vez. — Com tudo o que tem, todo o poder que possui, por que eu sou tão importante?

AgustD estreitou os olhos, e pela primeira vez, Riquele viu algo diferente em seu olhar. Ele hesitou por um momento antes de responder, como se a pergunta dela tivesse o atingido em uma parte vulnerável que ele tentava esconder até de si mesmo.

— Porque você é a única que tem a coragem de me desafiar, é algo que pude tomar de Yoongi e você se mostrou ser bem mais interessante do que eu imaginara. — Ele parecia estar revelando algo que nunca havia dito em voz alta. — Você é diferente de qualquer pessoa que já conheci. Não há espaço para fraqueza na minha vida, e mesmo sendo prisioneira, você é a pessoa mais forte que eu conheço.

Riquele sentiu um arrepio. Por mais que ele tentasse justificar sua obsessão como uma simples questão de controle, havia algo mais profundo, algo que nem ele conseguia entender completamente. E ela sabia que, por mais que ele tentasse dominá-la, essa obsessão o tornava vulnerável.

— Ainda assim, isso não é amor, AgustD. — Ela pronunciou as palavras com convicção, sem medo. — E nunca vai ser.

Ele a soltou, claramente irritado com a resistência dela, mas tentou mascarar a frustração com um sorriso sarcástico.

— Eu não preciso que você me ame. Só preciso que entenda que eu sou tudo o que você tem agora. Aceite isso, e sua vida será muito mais fácil.

Riquele não respondeu, deixando que o silêncio falasse por si. Ela não cederia. Mesmo naquela prisão luxuosa, cercada pelo olhar vigilante de AgustD e de seus capangas, ela manteria sua força. Ela sabia que, em algum momento, uma oportunidade surgiria. E quando isso acontecesse, ela estaria pronta.

Enquanto voltavam para o quarto, AgustD permaneceu em silêncio, como se as palavras de Riquele o tivessem desestabilizado de alguma forma. Ela percebeu, então, que havia tocado um ponto sensível, algo que poderia explorar.

Naquela noite, enquanto ele finalmente se afastava, ela decidiu que jogaria com a fraqueza dele. Cada pequena falha, cada hesitação, cada toque de humanidade que ele mostrasse, ela usaria para se fortalecer e preparar sua fuga.

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