Sombras de Seoul

Capítulo 12: As Cores do Medo

O esconderijo estava envolto em sombras, onde apenas o som da respiração de Yoongi e Riquele preenchia o silêncio tenso. Ele segurou o rosto dela com um carinho que a fez esquecer o cansaço, enquanto seus dedos traçavam uma linha suave pelo rosto dela. Os olhos dele refletiam o mesmo misto de intensidade e vulnerabilidade que ela sentia.

Mas antes que qualquer palavra fosse dita, o som de passos ecoou do lado de fora. Ambos se entreolharam, o ambiente escuro de repente parecendo sufocante. Era Seokjin, que entrou com um ar de urgência.

— Precisamos nos mover agora, — ele avisou, o olhar trocando entre os dois, uma ligeira tensão no ar que ele parecia pressentir. — Eunha está na área de armazenamento, procurando algo. E se ela encontrar antes de nós... isso pode virar um problema.

Yoongi assentiu, seus dedos ainda entrelaçados aos de Riquele, o contato servindo como uma promessa silenciosa de que estavam nisso juntos. Com uma última troca de olhares, eles seguiram Seokjin pelo corredor sombrio, prontos para enfrentar o que quer que estivesse à espera.

***

Eunha estava agachada entre pilhas de caixas de metal e madeira quando o trio chegou ao armazenamento. Seus olhos encontraram os de Yoongi, um brilho desafiador ali, como se esperasse que ele compreendesse algo que ela nunca ousara dizer. A desconfiança crescia no ar, cada movimento cuidadoso e os passos se tornando quase um jogo de xadrez silencioso, onde qualquer erro poderia ser fatal.

Riquele manteve-se alerta, os olhos varrendo o ambiente enquanto observava os dois em uma troca intensa de olhares. Eunha finalmente quebrou o silêncio, aproximando-se de Yoongi com uma calma que beirava a provocação.

— Seokjin, vejo que você continua seguindo o Yoongi fielmente. Mas será que ele ainda merece sua confiança? — Eunha disse, com uma frieza que cortava o ambiente.

Riquele interveio, seus olhos firmes sobre Eunha. — Se tem algo a dizer, diga de uma vez. Não temos tempo para joguinhos.

Eunha deu um sorriso breve e malicioso antes de se virar para Yoongi. — Há mais sobre a organização do que você sabe, Yoongi. Muito mais. E não será com ela, — disse, gesticulando em direção a Riquele, — que você vai conseguir descobrir o que realmente procura.

Yoongi avançou um passo à frente, seu corpo tenso como uma mola prestes a se soltar, mas Seokjin estendeu uma mão para detê-lo.

— Calma, — sussurrou Seokjin. — Agora não é hora.

Um grunhido ecoou ao longe, o barulho de portas se abrindo e vozes trocando ordens. Riquele sentiu o coração disparar enquanto Eunha recuava para a escuridão, como uma sombra que escapava por entre os dedos. Eles se moveram rapidamente, Seokjin sinalizando para um canto seguro, onde se esconderam, aguardando em silêncio enquanto os guardas faziam uma patrulha cuidadosa pelo galpão.

Ao sinal de Seokjin, os três se esgueiraram pela lateral do galpão e escaparam por uma porta de metal, cada segundo marcado pela adrenalina. Quando finalmente chegaram a uma área deserta, respiraram aliviados, embora uma tensão ainda permanecesse entre eles.

Yoongi parou, virando-se para Riquele, os olhos fervendo com uma intensidade que parecia capturar todo o caos e a calma que ela sentia.

— Sei que o passado complica as coisas, — ele murmurou, a voz grave, mas suave. — Mas quero que saiba... você é a pessoa com quem eu quero enfrentar isso. E só você.

Riquele assentiu, o peso das palavras dele preenchendo-a com uma confiança renovada. Havia uma longa jornada pela frente, mas com aquele momento de clareza e comprometimento, ela sabia que, independentemente dos obstáculos, estariam juntos.

***

Ao voltarem para o esconderijo temporário, Seokjin fechou a porta e começou a revisar o próximo passo para expor o núcleo da organização. Eunha poderia até conhecer seus segredos, mas era uma questão de tempo até que a máscara dela caísse completamente.

Eles estavam perto de descobrir o que ela realmente escondia — e para Riquele, significava mais que enfrentar inimigos; significava entender que o amor e a confiança que ela e Yoongi tinham construído eram o que realmente lhes dava forças, mesmo em meio às sombras.

E ela sabia que quando chegasse o confronto final, estariam prontos para enfrentar tudo, juntos.