VINTE - GERMANO

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— Você está muito quieta. — Comento, tentando quebrar o silêncio tenso que se instalou entre nós no carro.

Ela pisca rapidamente, como se despertando de um devaneio, e me encara com aqueles olhos verdes que parecem desafiar até mesmo os mais fortes.

— Só estou pensando em como é estranho tudo isso. — responde ela com um tom ácido, sua voz carregada de desdém. — Você e eu, fingindo ser um casal feliz na frente de todos esses convidados.

Dou de ombros, tentando manter a calma diante de suas provocações.

— É um casamento de conveniência. — Respondo, minha voz firme e controlada. — Não há nada de real nisso. Você entra com os óvulos, eu entro com o esperma, produzimos um bebê e você está livre.

Ela solta uma risada amarga, sacudindo a cabeça com descrença.

— E pensar que um dia eu acreditei em contos de fadas. — Murmura ela para si mesma, mais para o espaço do que para mim.

Reviro os olhos internamente, frustrado com a teimosia dela. Ela realmente acha que isso é algum tipo de romance? Engulo em seco, afastando qualquer pensamento sobre a verdadeira natureza do nosso relacionamento.

— Não há espaço para contos de fadas no mundo real. — Digo, minha voz soando mais dura do que pretendia. — E você sabe disso tão bem quanto eu.

Ela me lança um olhar cortante, sua expressão endurecendo com determinação.

— Tem razão, Germano. — rebate ela com um sorriso forçado. — Você tirou de mim qualquer ilusão quanto a isso. Pode ficar tranquilo.

Bufando de frustração, viro o rosto para encarar a paisagem passando rapidamente pela janela do carro.

O carro para em frente ao Jockey Club e eu abro a porta para Camila sair. Ela desce com um ar de desdém, olhando em volta como se estivesse prestes a pisar em solo inimigo. Ignoro sua expressão e a ajudo a ajeitar o vestido antes de nos aproximarmos dos fotógrafos que estão ansiosos para capturar cada momento.

— Sorria, Camila! — Digo, forçando um sorriso falso enquanto os flashes das câmeras nos cegam temporariamente.

Ela revira os olhos, mas, mesmo assim, lança um sorriso profissional para as lentes.

— Isso, querida, está maravilhosa! — Elogia um dos fotógrafos, incentivando-a a continuar posando.

Reviro os olhos, impaciente com toda essa encenação. Essa fachada de casal feliz é mais uma irritação do que qualquer outra coisa, mas eu preciso manter as aparências.

— Vamos, não podemos manter todos esperando. — Digo, pegando-a pelo braço e seguindo em direção ao salão de festas.

Ela me segue obedientemente, mas posso sentir a tensão no ar entre nós.

— Germano, meu amigo, que prazer vê-lo! — Um dos convidados se aproxima, me cumprimentando com um sorriso enquanto me estende a mão.

Retorno o cumprimento, tentando manter a compostura diante de toda essa farsa.

— O prazer é meu, Ricardo. — Respondo com um sorriso falso, enquanto Camila permanece ao meu lado, observando a cena com um olhar indiferente.

Enquanto circulamos entre as mesas, cumprimentando os convidados, não consigo deixar de relembrar o momento em que ela entrou na Catedral. Minha respiração ficou presa na garganta enquanto meus olhos se fixavam nela. Porra, ela estava deslumbrante. Cada traço do seu rosto, cada curva do seu corpo, tudo conspirava para me deixar louco de desejo.

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