VINTE E NOVE - CAMILA

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Acordo com Germano berrando.

— O que está fazendo aqui? Sai da minha cama agora. Só quero você em sua cama e tomando meu pau.

A realidade cruel me atinge como um soco no estômago quando ele berra, expulsando-me de sua cama como se eu fosse uma intrusa indesejada. Não sou mais do que um depósito de esperma para ele, uma conveniência para saciar seus desejos carnais. Meus olhos embaçam com lágrimas, mas tento conter o tremor na voz ao confrontá-lo.

— Germano, eu sou sua esposa. Não mereço mais do que isso? — questiono, buscando respostas que talvez nunca venham.

Seu olhar, gélido e indiferente, não mostra nenhum vestígio de remorso. A verdade nua e crua é que, para ele, eu sou apenas um objeto de prazer, uma mera presença para satisfazer seus impulsos mais primitivos. A sensação de humilhação é avassaladora, e a percepção de que um mês de casamento não trouxe nada além de sexo e desdém me atinge como uma ferida aberta.

— Casamento é uma formalidade, Camila. Sexo é uma necessidade. Não misture as coisas.

*******

Passo o outro dia sozinha. Já tarde da noite, a exaustão me arrasta para um sono profundo e tumultuado. No entanto, sou abruptamente despertada pela presença de Germano, cujo hálito carrega o forte odor de álcool e sinto cheiro perfume barato. Sua boca se aventura pelo meu pescoço, e antes que eu possa compreender totalmente a situação, o choque me faz afastar.

— Germano, o que diabos você está fazendo? — questiono, indignada, enquanto minha voz reflete a repulsa que sinto.

Ele se afasta, rosnando como um animal ferido, e seus olhos turvos refletem a confusão e o desespero.

— Eu tentei... eu tentei com outras mulheres, mas só conseguia pensar em você. — ele despeja suas palavras como uma confissão embriagada, e meu desdém aumenta.

Eu encaro-o com incredulidade, uma mistura de raiva e desdém marcando meu olhar.

— Devo me sentir lisonjeada por isso? — pergunto, a ironia permeia minhas palavras.

Germano parece lutar para se concentrar, mas seus olhos estão injetados de sangue, e sua expressão é um misto confuso de desejo e remorso. Ele tenta se aproximar novamente, mas eu o impeço com um gesto firme. Ele se afasta, como se tivesse finalmente percebido a magnitude de suas ações.

Não consigo mais pregar os olhos e quando o dia amanhece, estou exausta, mas a visão de Germano, claramente sofrendo com os efeitos de uma ressaca poderosa, desperta um sentimento sombrio de satisfação dentro de mim. Ele se senta à mesa, engole dois analgésicos e massageia as têmporas.

— Teve uma boa noite? — pergunto.

— Não estou para brincadeiras, Camila. Temos uma festa para ir na casa dos Malfacini hoje. Já mandei marcar depilação, cabelo, unha e maquiagem para você. O motorista vai te levar às 17. Não se atrase. 

Prefiro não discutir e vou para o salão no final da tarde. De volta ao quarto de hotel após as intermináveis sessões de preparação para a festa na casa de Malfacini, sinto um misto de exaustão e desconforto. Encontro Germano na sacada. Ele está usando apenas a calça do smoking, o peito largo e a barriga definida à mostra.

— Você parece... desconfortável. — ele pergunta.

— Depilação. — murmuro, minha voz soando fraca até mesmo aos meus ouvidos. — Doeu como o inferno.

— Deixe-me ver. — ele diz, sua voz um comando autoritário que me faz tremer internamente. Relutantemente, viro-me de costas para ele e Germano sobe meu vestido, sabendo que ele está olhando para o meu traseiro exposto. — Não parece tão ruim. Deixe-me ajudar você. — Germano me manda deitar na cama, e obedeço sem questionar. Ele pega a mesma pomada que usamos na nossa noite de núpcias. — Isso vai ajudar a aliviar um pouco o desconforto. — Sinto-me dividida entre a vontade de afastá-lo de mim e a necessidade de algum tipo de alívio para minha dor. Acabo optando por permanecer quieta. Ele massageia a pomada sobre minha pele sensível, seus movimentos cuidadosos como se estivesse lidando com algo frágil e precioso. Por um momento, quase consigo me convencer de que ele está sendo genuinamente gentil e preocupado comigo. — Está se sentindo melhor? 

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