QUATRO - CAMILA

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Subo para o meu quarto. A sensação de desespero é avassaladora, como se o chão tivesse sido arrancado debaixo dos meus pés e eu estivesse caindo em um abismo sem fim. A decisão que acabei de tomar pareceu certa no momento, mas agora, com o peso das consequências se abatendo sobre mim, percebo que estou completamente arruinada.

— Meu Deus, o que eu fiz? — murmuro para mim mesma, as palavras escapando entre lágrimas de angústia.

O pensamento de me casar com Germano Moretti, um homem que mal conheço e que parece ter um controle total sobre minha vida, é aterrorizante. Eu não sei o que esperar desse casamento forçado, e a ideia de ser uma esposa submissa de um homem tão implacável me faz tremer de medo.

Sinto-me traída por meu próprio pai, que me jogou nessa situação sem pensar nas consequências para minha vida. Ele está disposto a sacrificar minha felicidade em nome da família, como se eu devesse algo para eles. Muitas vezes, parece que sequer gostam de mim, exceto meu pai, quando não está sob o total controle da minha mãe.

— Por que ele teve que fazer isso comigo? — soluço, minhas mãos tremendo de raiva e frustração.

A sensação de impotência é esmagadora, como se eu estivesse presa em uma armadilha da qual não consigo escapar. Minha família depende de mim para manter sua posição na sociedade, mas a que custo? Minha própria felicidade e liberdade estão sendo sacrificadas em nome do orgulho e da ganância.

— Eu não posso fazer isso. Eu não posso me casar com ele. — digo em voz alta, minha determinação se fortalecendo à medida que as lágrimas secam em meu rosto.

A risada de Sabrina ecoa pelo quarto, carregada de desdém e sarcasmo, como se ela estivesse se divertindo com a minha desgraça.

— Ah, então a princesinha vai se casar com um homem que não a ama. Que conto de fadas encantador. — ela zomba, seu sorriso cruel deixando claro o prazer que ela sente em me ver sofrendo.

Uma onda de ódio surge dentro de mim, fervendo como lava vulcânica prestes a entrar em erupção.

— Pelo menos ele é rico e gostoso. — eu disparo, minha voz cheia de veneno e amargura. — E você é só uma puta invejosa que ele rejeitou. Vá embora, eu só quero ficar sozinha.

Mas Sabrina não me dá esse momento de paz. Ela se senta na borda do meu colchão como se fosse dona do lugar, sua presença indesejada apenas aumentando minha agonia.

— Pobrezinha da princesinha do papai... — ela zomba, sua voz carregada de sarcasmo e desprezo.

Eu cerro os punhos, lutando contra a vontade de gritar de frustração. Não tenho paciência para lidar com as provocações dela hoje.

— Eu estou cansada, Sabrina. Saia, por favor. Se não sair, eu quebro a sua cara. — minha voz sai baixa, mas firme, carregada de uma determinação feroz.

Parece ignorar meu aviso, como sempre faz. Ela está determinada a me fazer sentir ainda pior do que já me sinto.

— Você estava tão feliz, não é, irmãzinha? Batalhou tanto para conseguir a bolsa de estudos em Londres, mas, em vez de se tornar uma fotógrafa famosa, vai se tornar a puta de Germano Moretti! — ela lança suas palavras como facas afiadas, perfurando minha alma ferida.

Eu me viro na cama, encarando-a com fúria contida.

— E você está morrendo de inveja, já que é puta e nem foi assumida por alguém. — retruco, minhas palavras carregadas de veneno e desdém.

Ela está furiosa, seus olhos faiscando de raiva. Se levanta da cama com um movimento brusco, seu rosto contorcido em uma máscara de fúria incontrolável.

— Como você se atreve a falar assim comigo? — ela rosna, suas mãos cerradas em punhos ao lado do corpo.

Eu me levanto da cama também, pronta para enfrentá-la. Não tenho medo dela. Estou cansada de ser pisoteada por ela, cansada de ser tratada como inferior.

— Saia daqui, Sabrina. Eu não quero mais ouvir suas bobagens. — minha voz sai firme e decidida, e desta vez ela sabe que estou falando sério.

O olhar de Sabrina se transforma em fúria instantaneamente, seus olhos faiscando de raiva.

— Como você se atreve a falar assim? — eu a encaro com um olhar desafiador, meu coração batendo com força no peito. Ela avança na minha direção, sua expressão contorcida de raiva e desprezo. — Cale a boca, sua vadia! — ela grita, suas mãos cerradas em punhos ao lado do corpo.

Eu recuo um passo, mas não me deixo intimidar por ela. Eu estou cansada de ser humilhada por minha própria irmã, e não vou permitir que ela me faça sentir inferior.

— Você pode gritar o quanto quiser, Sabrina. Isso não vai mudar o fato de que você é uma pessoa horrível e egoísta. — eu digo, minha voz firme apesar do tremor em minhas mãos.

— Camila, cale a boca. — a voz de Mércia, minha mãe, corta o ar com autoridade, seu olhar firme me deixando sem fôlego por um momento quando surge na porta do quarto.

Eu a encaro com incredulidade, magoada pelo fato de ela não estar do meu lado nessa situação. Não sei por que ainda mantenho alguma esperança de que algum dia ela vá tomar o meu partido?

— Mas mãe, eu não posso simplesmente ficar quieta e aceitar isso! — eu protesto, minha voz trêmula de emoção.

Meu pai tenta intervir, sua expressão preocupada enquanto ele tenta apaziguar as coisas.

— Camila, por favor, tente entender. Nós estamos fazendo isso pelo bem da família. É uma oportunidade que não podemos desperdiçar. — ele diz, sua voz suave e conciliatória.

Eu o encaro com descrença, magoada pelo fato de ele estar me pedindo para sacrificar minha própria felicidade em nome do orgulho da família. Não é justo, não é certo. Mércia ri, uma risada cheia de cinismo e desdém.

— Você deveria agradecer a Deus por ter conseguido um marido rico como o Sr. Moretti. Nem todas as garotas têm essa sorte, sabia? — ela diz, sua voz zombeteira ecoando na sala.

Eu me sinto como se tivesse sido atingida por um soco no estômago. Como minha própria mãe pode ser tão insensível e cruel? Como ela pode me pedir para sacrificar minha própria felicidade em nome de dinheiro e status social?

— Eu não quero me casar com ele! Eu não posso fazer isso! — eu grito, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

— Você já aceitou. — diz meu pai. — Seria melhor se ele tivesse escolhido Sabrina, mas Germano quis você assim que a viu. Não há nada que possamos fazer.

Ninguém parece ouvir meus protestos. Minha família está determinada a me forçar a seguir esse caminho, mesmo que isso signifique destruir minha própria vida no processo. Eu me sinto sozinha e desamparada, cercada por pessoas que deveriam me amar e me apoiar, mas que estão dispostas a me sacrificar em nome de seus próprios interesses egoístas. Eu me pergunto se algum dia conseguirei encontrar uma saída dessa situação desesperadora, ou se estou fadada a viver uma vida de miséria e infelicidade ao lado de um homem que não me ama. Eu me jogo na cama de bruços, sentindo o peso do mundo sobre meus ombros. Cada fibra do meu ser está saturada de cansaço e desespero, e eu só quero um momento de paz para recolher os cacos da minha vida destroçada. 

(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)

Bom dia!

Se vocês gostam de mocinhos possessivos, vão amar o Germano.

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Beijos.

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