VINTE E OITO - CAMILA

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No dia seguinte, eu me sinto vazia. Fisicamente, mentalmente, emocionalmente. Ele me usou como bem quis e me deixou ali, largada na cama, como se eu fosse apenas mais um objeto descartável. Não há mais nada virgem em mim para ele reivindicar. Meu corpo está dolorido, marcado pelas mãos ásperas e cruéis dele. Meu ânus dói, lembrando-me dos momentos de prazer distorcido que compartilhamos. Ele não estava para brincadeiras na véspera, foi implacável em seus desejos e eu fui apenas um brinquedo nas mãos dele.

Sinto-me suja, usada, violada. Como pude permitir que ele me tratasse dessa forma? Como pude me render aos desejos de um homem que não tem um pingo de respeito ou consideração por mim? Mas, ao mesmo tempo, há uma sensação estranha de satisfação misturada com o horror. Uma parte de mim gostou daquilo, gostou de ser dominada e controlada por ele. Gostou de sentir o prazer intenso que ele me proporcionou, mesmo que tenha sido à custa da minha dignidade e autoestima.

Arrasto-me até o banheiro me recriminando por ter permitido que ele me tratasse daquela maneira, por ter cedido aos desejos de um homem que não tem um pingo de respeito por mim. Mas a verdade inegável é que gozei como uma puta em seu pau. Como posso reconciliar esses sentimentos contraditórios? O prazer que ele me proporcionou não pode apagar o fato de que ele me usou e me tratou como um objeto descartável.

Enrolo-me na toalha e saio do banheiro, encontrando-o entrando no quarto. Ele está usando jeans e uma camisa social branca, os cabelos ainda úmidos do banho. Está ao telefone, segurando papéis na mão livre. Seus olhos azuis me fitam intensamente, como se estivessem queimando com desejo. Imagens do seu corpo nu sobre o meu invadem minha mente, me deixando quente e excitada.

— Depois te ligo, Valentim. — ele diz ao telefone, meio que rindo, meio resmungando em resposta a algo que seu irmão disse. Seu olhar nunca sai de cima de mim, e isso me deixa ainda mais quente, meus seios inchando e meus mamilos ficando pesados. — Bom dia. — sua voz soa rouca quando ele finalmente se dirige a mim, limpando a garganta. — Dormiu bem?

A pergunta é simples, mas sua voz carrega uma carga de significado oculto. Ele sabe o que aconteceu entre nós na noite anterior, sabe como me tratou. E ainda assim, ele age como se fosse apenas mais um dia comum. Não sei como responder. Não sei se devo ser educada e fingir que tudo está bem, ou se devo confrontá-lo sobre sua crueldade. Mas antes que eu possa decidir, ele está se aproximando de mim, seus olhos ainda queimando com desejo. Eu recuo instintivamente, me sentindo vulnerável diante dele, mas ele não parece notar.

— Você parece linda esta manhã. — ele diz, seus olhos devorando cada centímetro do meu corpo envolto na toalha. — Muito linda, na verdade. — Sinto-me corar sob seu olhar intenso, incapaz de desviar o olhar. Ele está me estudando como se fosse uma presa, como se estivesse decidindo o que fazer comigo a seguir.  — Pedi o café para nós. Vou esperá-la na varanda. — ele diz, seus olhos me percorrendo uma última vez antes de se dirigir para a sacada. 

Respiro fundo e, instantes depois, visto um roupão do hotel, prendo meus cabelos em um coque frouxo e saio para encontrá-lo. Quando chego à mesa posta para dois no terraço, encontro Germano franzindo o cenho para algo que está lendo em seus papéis. Me sento e imediatamente me retraio com a pontada dolorida em meu ânus, resultado da noite anterior.

— Está tudo bem? — sua voz soa mais profunda e áspera, revelando sua excitação. Estou aprendendo a ler meu marido, reconhecendo os sinais de sua emoção.

— Sim, tudo bem. — minto, tentando ignorar a pulsação incômoda em meu ânus castigado.

Germano percebe meu desconforto e me surpreende ao abandonar seus papéis, um quase sorriso brincando em sua boca. Ele está diferente, mais gentil do que eu jamais o vi.

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