Durante dois dias, fico sozinha em casa, no terceiro, puta por não ter recebido sequer um telefonema do Poderoso Chefão, decido não ficar mais um segundo sequer naquela casa sufocante, eu me troco rapidamente e saio em direção à PUC. Contrariando as ordens dele, vou sozinha.
A sensação de liberdade ao sentir o ar fresco do lado de fora é quase intoxicante, um alívio bem-vindo após dois dias de solidão e incerteza. Chegando à PUC, o burburinho familiar dos estudantes preenche o ar, e eu me sinto um pouco mais reconfortada ao ver rostos conhecidos entre a multidão.
— Camila? — uma voz me chama, e eu me viro para ver quem é. É Ana, uma colega de classe que eu conheço apenas superficialmente.
— Ana, oi! — forço um sorriso, tentando parecer mais animada do que realmente estou. — Como você está?
Ela parece surpresa com minha presença ali, mas logo recupera a compostura e sorri.
— Estou bem, e você? O que está fazendo aqui?
Eu hesito por um momento, sem saber ao certo como explicar minha presença inesperada.
— Ah, só precisava sair um pouco de casa, sabe? — dou de ombros, tentando disfarçar a minha ansiedade. — E você? O que está fazendo por aqui?
Ana ri, parecendo entender minha situação sem que eu precise explicar muito.
— Eu também precisava de um tempo longe do campus, então decidi dar uma volta. Quer se juntar a mim?
Eu hesito por um momento, mas acabo concordando. Qualquer coisa é melhor do que ficar sozinha com meus pensamentos.
— Claro, adoraria. Para onde vamos?
Chegamos ao barzinho e o ambiente descontraído e animado é um alívio bem-vindo. Ana e eu nos juntamos a um grupo de colegas de faculdade, incluindo Bento, que imediatamente abre a boca para comentar sobre as fotos do meu casamento com Germano.
— Ei, Camila, vi as fotos do seu casamento. Você estava deslumbrante! — Janine diz, com um sorriso simpático no rosto.
Merda. Não quero falar sobre isso. Não quero reviver aquele pesadelo.
— Ah, obrigada. Foi um evento... interessante. — respondo, tentando desviar o assunto.
Mas ela parece determinado a continuar.
— Germano Moretti, não é? Ouvi dizer que ele é um cara poderoso. Você deve se sentir uma rainha ao lado dele! — comenta, os olhos brilhando com uma curiosidade indiscreta.
Não posso evitar o arrepio que percorre minha espinha ao ouvir o nome dele. Eu me sinto tudo menos uma rainha ao lado de Germano.
— É, ele é... influente. Mas vamos falar de outra coisa, ok? Como estão os seus projetos na faculdade? — tento mudar de assunto, mas Janine não parece disposto a cooperar.
— Claro, claro. Mas me conta, como é ser a esposa de um homem tão poderoso? Deve ser emocionante! — insiste, com um brilho nos olhos que me incomoda.
Respiro fundo, tentando manter a calma.
— Eu preferiria não falar sobre isso agora, tudo bem? — digo, com firmeza, esperando que finalmente entenda o recado.
Ela parece um pouco surpreso com minha resposta, mas assente, percebendo que tocou em um assunto sensível.
— Tudo bem, Camila. Desculpe se te incomodei. Vamos falar de outra coisa. — muda de assunto rapidamente, e eu suspiro aliviada, agradecendo por ele finalmente ter entendido.
Enquanto estou tomando minha caipirinha e tentando relaxar um pouco, sinto alguém se aproximando. Olho para cima e vejo Daniel, um cara que nunca me dirigiu a palavra na faculdade, mas que agora está aqui com um sorriso charmoso no rosto.
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Proposta Indecente: uma mãe para o bebê do CEO
Storie d'amorePodem os fins justificar os meios? Em um mundo onde a busca pelo poder é desenfreada, Germano Moretti emerge como uma figura poderosa, determinado a garantir seu legado custe o que custar. Com uma fortuna vasta e um poder incontestável, busca desesp...