DOIS - CAMILA

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Estou saindo da PUC, onde faço jornalismo, quando meu telefone toca. Reconheço o toque como sendo da Helena, minha melhor amiga. Ela sabe que tenho a tarde livre, então atendo sem hesitar.

— Oi, Helena! O que foi? — pergunto, enquanto caminho em direção à saída da universidade.

— Oi, Camila! Você não vai acreditar na novidade que eu tenho pra te contar! — ela diz animada, e sua voz soa um pouco abafada pelo barulho da rua.

— O que aconteceu? — indago, curiosa para saber qual é a novidade.

— Vou à inauguração da nova boate do Murilo Moretti hoje à noite, e pensei em te convidar para ir comigo! O que você acha? — ela pergunta empolgada.

O nome Murilo Moretti faz um clique na minha mente. Ele é o irmão do dono da empresa onde meu pai trabalha. Ouvi falar dele algumas vezes, mas nunca o conheci pessoalmente.

— Ah, sei lá, Helena... — hesito por um momento, não muito certa se quero ir a uma boate.

— Vamos, Camila! Será super divertido, prometo! E quem sabe a gente não conhece gente interessante lá? — ela insiste, tentando me convencer.

Dou de ombros, pensando que talvez seja uma boa ideia sair um pouco da minha zona de conforto.

— Tudo bem, Helena. Eu vou com você. Que horas e onde nos encontramos?

— Ótimo! A inauguração começa às 21h, então podemos nos encontrar na frente da boate às 20h30. O que acha? — ela propõe.

— Perfeito! Nos vemos lá então. — concordo, animada com a perspectiva de uma noite diferente.

Depois de desligar o telefone, continuo meu caminho para casa, pensando no que vestir para a inauguração. Será uma boa oportunidade para relaxar e me divertir um pouco, afinal, mereço um momento de diversão depois de tantas horas na faculdade.

Quando chego em casa, deixo minhas coisas sobre o sofá e decido dar uma passada no escritório do meu pai. Ele deve estar lá. A porta está entreaberta, e quando a empurro, percebo um clima tenso no ar. Meu pai está sentado atrás de sua mesa, com uma expressão séria e preocupada, e ao seu lado está um homem que imediatamente chama minha atenção. Ele é simplesmente o homem mais bonito que já vi na vida. Seus cabelos escuros estão penteados para trás de maneira impecável, destacando seus traços angulares. Os olhos... Ah, os olhos são o que mais me chamam a atenção. São de um azul profundo, como o oceano em um dia claro, e parecem capturar minha alma com um único olhar. Está vestido com um terno elegante, que realça sua figura esguia e bem definida. Seus ombros largos e sua postura confiante fazem com que ele pareça ainda mais imponente. Eu mal consigo desviar meu olhar dele, tão hipnotizada estou por sua presença. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, meu pai me olha com uma expressão severa.

— Camila, saia daqui agora. — ele me repreende, sua voz firme e autoritária.

Eu me sinto repentinamente envergonhada por ter entrado sem bater, mas meu olhar volta para o homem ao lado do meu pai, incapaz de resistir à sua presença magnética. Eu me sinto rejeitada e confusa, sem entender por que meu pai está agindo dessa maneira. Mas obedeço às suas ordens e saio do escritório, deixando-os sozinhos. A imagem do homem de olhos azuis fica gravada em minha mente, e eu me pego desejando saber mais sobre ele, mesmo que meu pai claramente não o queira por perto.

Subo direto para o meu quarto, ainda perturbada pela cena no escritório do meu pai. Ao abrir a porta, encontro minha irmã mais velha, Sabrina, mexendo em minhas coisas. Ela está de pé perto da minha escrivaninha, com uma expressão de desprezo no rosto.

— O que você está fazendo aqui, Sabrina? — pergunto, minha voz carregada de irritação.

Ela se vira para me encarar, um sorriso malicioso se formando em seus lábios.

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