garçon d'oro- jegulus

26- Em meio ao caos.

Ok, Regulus nunca teria previsto o que aconteceu.

Logo depois que saiu da festa, ele teve um completo colapso mental. Tipo, caralho, ele havia beijado James Potter. Havia sido incrível, por mais que ele acreditasse que fosse um erro. Tantas coisas que poderiam dar errado... Temia que alguém tivesse visto e que a história fosse se espalhar, afinal, James teoricamente havia acabado de terminar o namoro, e ficar com o irmãozinho do seu melhor amigo daria uma baita fofoca.

Após ter corrido como um cachorro com o rabo entre as patas, recebeu algumas mensagens do garoto, dizendo que queria conversar e querendo saber se estava tudo bem. Mesmo que doesse profundamente o coração, Regulus o ignorou. Porque sabia que, no momento em que ele falasse com James, ou seu mundo colapsaria até seu coração estar em caquinhos ou simplesmente viraria de ponta cabeça. Isso acabava completamente com a estabilidade que ele estava tão acostumado e, especialmente por medo do que seus pais fariam se descobrissem de qualquer coisa, ele apagava as mensagens recebidas do seu celular sem nem mesmo responder.

Então, para ocupar a mente, como sabia que na semana seguinte da seguinte seria a semana de provas, começou a estudar pra valer. Era uma tática velha, mas que normalmente funcionava, então ele entrou em extrema frustração ao ver que James simplesmente não desgrudava da sua cabeça feito uma música chiclete.

Ainda não satisfeito com o próprio sofrimento quase masoquista, não dormiu praticamente nada nem na sexta, nem no sábado. Ficou até tarde mergulhado nos livros, sabendo que não adormeceria nem se quisesse.

Esse também era o plano no domingo, mas foi atrapalhado com o som de algo batendo na janela. Imaginou ser um passarinho muito burro que dava cabeçadas na casa sem perceber, então seu estômago despencou quando ele percebeu que estava errado. Quando abriu a lateral, viu que eram pedrinhas na sua janela.

Quando olhou para baixo, precisou de um momento para que seus olhos focassem no escuro que estava, afinal, já era de madrugada, mas seu rosto derreteu em um sorriso quando ele percebeu. Jamie.

Ele se virou abruptamente, pensando com tanta rapidez que as engrenagens da sua cabeça estavam quase desprendendo os parafusos e soltando fumaça. Ele sabia de todas as possibilidades e probabilidades que poderiam vir a acontecer ao deixar o garoto subir, consideravelmente poucas boas comparando com as ruins.

Mandou ele cair fora, que havia sido um erro, mas o garoto era insistente e disse que nunca seria um erro para ele e... Ah, foda-se. Era que nem James dizia; ele era jovem, não era? Hora de agir de forma inconsequente como tal.

A partir disso... Ele nunca teria palavras para descrever o quão mágico foi tudo aquilo. Mas você já sabe da história. James subiu, o entregou uma gérbera vermelha, eles conversaram, se pegaram e por aí foi.

A coisa é que, James gostava de Regulus. Ele fez menção de mostrar isso, e era esse ato que fazia tudo tão surreal. Reggie tinha dificuldade, sim, de acreditar, afinal, como não se teria quando a vida inteira você não foi amado mais que razoavelmente? Não era nada além da sombra do irmão? Ele estava acostumado a ser certamente invisível, apenas o irmãozinho de Sirius. Inconscientemente, ele achava que era apenas isso que sempre seria. O irmãozinho de Sirius.

Mas Jamie, ah, ele queria fazê-lo ver, acreditar que podia ser amado. Porque ele o adorava.

De qualquer maneira, ele o amando ou não, eles não ficaram juntos. Não literalmente. James havia sugerido que os dois não precisavam de fato namorar em prol ao bem estar dos dois. E Regulus concordou, é claro, pois seria mais fácil. Mesmo que ele tivesse sentido seu coração trincar como uma película de celular, pois o que ele mais estava faminto era por um relacionamento com James. Tentaria relembrar constantemente de não se apegar, já que eles não eram um casal de verdade, não importava o quão difícil fosse.