Dia da Transgressão

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Quando uma arquidríade decide se tornar uma com à natureza da qual convive em seu meio, a [Semente da Vida] é passada para a próxima geração, portando consigo todo o conhecimento antigo e acumulado de outras gerações, quando tal evento ocorre esse dia fica marcado como [Dia da Transgressão] com um ritual do mesmo nome.

Os detalhes da cerimônia não são muito claros, mas posso assimilar com as informações obtidas que não passam de um grande rito de passagem, que infelizmente parece custar a vida de alguém, nesse caso da própria anciã.

Ao herdar o conhecimento das gerações passadas e levá-lo adiante para a futura, a dríade anterior torna-se uma com a natureza e o mesmo ocorrerá em 500 anos com Ivyline.

Parece um destino cruel e incerto, porém eu não sei como ela poderia se sentir.

Como já fui humana, nossa expectativa de vida é extremamente curta em comparação às dríades, mas ter o tempo contado dessa maneira soa um pouco extremo huh?

Ainda mais sendo uma tradição de seu povo, quantas vezes ela já viu esse ritual acontecer? Será que alguém se acostumaria com isso tão facilmente mesmo vivenciando mais de uma única vez? É difícil ter a resposta por mim mesma então tirei um tempo para conversar diretamente com ela.

Fomos para um local mais reservado na aldeia para seguirmos com a conversa, a noite estava bem iluminada pela lua e não estava muito frio, ficar do lado de fora era uma opção aceitável.

— Devo agradecer por nos acomodarem novamente em seu lar. (Ivyline)

— Imagine, depois de terem salvo à todos é o mínimo que deveríamos fazer por vocês. Por sinal, como a anciã está? (Satouma)

— Calma e de consciência limpa, se preparando para o grande dia. (Ivyline)

— E você não eu suponho. (Satouma)

— Está certa. (Ivyline)

Novamente ela me dá uma bela visão de sua magia, iluminando ao nosso redor, uma aura verde e acolhedora emana de suas mãos em formato de pequenas esferas, similares as de Kaori.

— Sabe, eu não sou uma das melhores dríades de nossa geração, estou longe de ser a mais qualificada, mas como a mais velha e próxima da linha de sucessão é o meu dever. (Ivyline)

— A anciã tem noção disso não é? Se ela pretende seguir adiante com isso e mesmo assim a escolheu, é um sinal de que ela confia e muito em você. (Satouma)

— Ela me lisonjeia com tal confiança, quando era bem jovem fez questão de me orientar, assim como Nerina, talvez se eu fosse mais rígida e atenta as coisas poderiam ter sido diferentes com ela e outros não enfrentariam problemas... (Ivyline)

Quem sabe, mas nem você poderia ter certeza de que foi sua negligência que a influenciou.

— Não precisa se forçar a isso se quiser, talvez seja contra seus dogmas, mas acho que a anciã entenderia. (Satouma) 

— Agradeço pelo conselho, mas isso é uma coisa que eu deveria ter feito há muito tempo, não me importo de me tornar uma arquidríade, no entanto me importo com a anciã, ela está cansada, seu tempo se estendeu bastante por nossa causa e quero lhe dar um descanso apropriado.

— Mas algo te impede de fazer isso não é? (Satouma)  

— A ideia de deixá-la ir...eu sei que isso faz parte de nossa cultura, afinal somos lecionadas sobre isso desde nosso nascimento, mas... Você conseguiria compreender a ideia de seguir em frente com sua vida sabendo que uma pessoa amada e importante em sua vida irá partir em breve? (Ivyline)

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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