EPÍLOGO

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Min Yoongi

O som do carro estava baixo, com o barulho do vento batendo direto nos meus ouvidos.

Eu sabia que tinha sido uma boa ideia comprar um conversível, apesar de Yunah ter falado por pelo menos três semanas o quanto eu não tinha consideração pela forma como o cabelo dela chegaria bagunçado nos lugares, se não usássemos um carro convencional.
Até pensei em fazer dessa forma, mas acho que até ela mudou de ideia quando deu a primeira volta comigo numa rodovia sem limite de velocidade.

A sensação de liberdade era tão arrebatadora que parecia que havíamos saído de uma montanha russa, quando finalmente desacelerei e parei o veículo no acostamento. Enquanto ela ria claramente de nervoso, eu sentia vontade de me erguer do banco e apenas gritar, só para ouvir o eco pela estrada. Mal podia acreditar que tinha permissão para dirigir novamente e que estava, naquele momento, fazendo test-drive num carro que seria meu mais uma vez.

E agora estava ali, três anos depois, dirigindo na mesma estrada, no mesmo conversível, voltando para o meu lar - que tinha nome e, futuramente, meu sobrenome -, depois de uma semana trabalhando em outra cidade na produção do álbum de um grupo que seria lançado em breve na minha própria agência.
Se o Yoongi de quatro anos atrás ouvisse que isso seria real para ele em alguns anos, ele provavelmente apenas fecharia a porta do quarto no hospital na cara de quem dissesse uma besteira dessas.

Mas, finalmente, era real. E era muito mais do que eu poderia ter imaginado.

Eu sabia que chegaria em casa e Yunah estaria me esperando, depois de um longo dia de trabalho em sua própria clínica - sim, com a volta de Eun-ji, Yunah decidiu pela demissão e resolveu abrir um consultoria somente seu. Provavelmente, estaria com minha comida favorita posta à mesa, como sempre fazia quando nos encontrávamos depois de tanto tempo longe. Comida essa que sempre comíamos requentada, já que a nossa fome maior era sempre de outras coisas.

Entro no condomínio onde morávamos, admirando o caminho até a nossa casa. O lugar era incrível e a escolha de lá era mérito 100% de Yunah. Desde os lagos extensos ao pôr do sol alaranjado, o céu azul de nuvens brancas de quase todos os dias do verão, foram meticulosamente avaliados por ela, enquanto escolhíamos.
Yunah fazia questão dessas coisas que eu nem percebia direito, e eu fazia questão de deixá-la satisfeita. Então apenas fechei o negócio.
A casa, por outro lado, foi um projeto de nós dois, mas admito, ela tomou as rédeas na decoração. Independente do local onde morássemos, se estivéssemos juntos, seria o lar perfeito.

Estaciono o carro, pegando a mochila e saio em direção a porta de entrada.
O coração batia ansioso, como se fosse vê-la pela primeira vez.
Eu era mesmo uma bicha por aquela mulher desde o dia um.

- Meu amor? - Chamei, assim que tirei o tênis e coloquei a pantufa , ainda no hall. Estranhei o silêncio, Yunah sempre vinha ao meu encontro na sala. - Onde você está?

- Na cozinha! - Sua voz soou mais distante, me fazendo sorrir, antes de ir em direção ao cômodo. Deixei a mochila em cima do sofá, sabendo que ela reclamaria mais tarde, mas naquele momento, eu tinha apenas uma prioridade.

Ao chegar na cozinha, a avistei com um sorriso sapeca enquanto depositava a taça na grande mesa disposta ali. Quando retribuí o sorriso e abri os braços, a mulher veio ao meu encontro, praticamente se jogando em mim, num abraço apertado.

Agora sim.
Paz.

Afundei meu nariz em seu pescoço cheiroso, sentindo o perfume familiar que me fazia me perder, enquanto depositava beijos em sua pele, que se arrepiava a cada contato. Subi os lábios até encontrar os seus, que retribuíram a sede na mesma intensidade.

AshesOnde histórias criam vida. Descubra agora