Nico cobriu o rosto com o travesseiro sabendo que o olhar afiado de Will Solace estava sobre ele. Os dois estavam no chalé 13, Nico perdeu a hora dormindo, mais uma vez e Will veio acordá-lo depois de notar sua ausência no café da manhã.
– Nico, você não pode ficar sem comer. Eu estou repetindo isso há semanas! – Ralhou o loiro, emburrado. – Depois reclama quando venho te acordar.
– Eu juro que foi sem querer, as parcas estão de prova. Eu não planejei dormir demais, é que minha cama estava tão quentinha e depois dos esforços de ontem eu fiquei exausto.
Will corou ao ouvi-lo, talvez não pelo mesmo motivo. Pois ontem, durante o treino, Will sentiu seu rosto ferver ao ver Nico suado, sem camisa e se exercitando com os veteranos remanescentes na baixa estação.
– Malcom puxou um treino pesado e ainda tivemos combate corpo a corpo com Ares, você sabe como eles são.
– Hm, sei. – Will engoliu sua reclamação, pois ele tinha um ponto a seu favor. – Eu trouxe algumas frutas, achocolatado e pão com ovos. Nada demais. Coma tudo.
– Sim, senhor. – Nico disse fazendo um muxoxo nos lábios. – Vai ficar bravo comigo? – Perguntou e depois mastigou algumas uvas tiradas da cesta que o mais velho trouxe.
Will sentiu uma pontada em seu coração ao ver o bico fofo que o menor formava em seus lábios. Nico Di Ângelo brincava com sua sanidade. Will cortou a distância entre eles e beijou uma bochecha de Nico de forma inesperada. Se ele quer brincar, veremos quem aguenta mais, pensou. Nico corou até a base do pescoço.
– Não consigo ficar bravo com você. – Sorriu. – Você me enlouquece, no sentido mais nobre da palavra, e, ainda assim, eu sou domado pelo seu biquinho fofo.
– Solace...
Will segurou Nico pela cintura e o puxou para mais perto.
– Por quanto tempo ficaremos nessas provocações, Di Ângelo? – Perguntou pressionando Nico contra a parede negra do chalé.
– Will...
– Eu sou apaixonado por você e você sabe disso. Sou louco por você, Nico. Caidinho. – Will sorriu de um jeito provocante. – Eu cadelo para você há meses e eu tenho paciência e amor o suficiente para continuar, mas eu preciso de uma resposta. Preciso saber se me quer também, porque eu te quero muito.
As mãos de Will apertaram a cintura de Nico com uma força moderada, insinuando suas palavras com ênfase e desespero. Nico sentiu o ar faltar. Ele desejava Will da mesma forma, também estava apaixonado, também cadelava por ele há meses, mas ainda tinha medo de assumir. Ainda tinha medo de se entregar ao que sentia, a quem era e a tudo que desejava com aquele filho de Apolo.
– Promete que não vai me abandonar? – Perguntou num fio de voz.
Will abriu um sorriso calmo e o beijou novamente na bochecha. Nico sentiu o coração acelerar, mas relaxou nos braços do maior. Will beijou a outra bochecha e sorriu, outra vez.
– Nico, eu nunca abandonaria você. Estamos há meses nos conhecendo e eu sou completamente seu, não vê? O acampamento inteiro sabe dos meus sentimentos, como você pode não acreditar?
– Traumas.
– Eu sei, bebê. Mas eu vou cuidar de você, confia em mim, uh? Me deixa amar você, por favor. – Pediu, quase implorando. – Eu não aguento mais, estou no meu limite... Preciso que me dê uma resposta.
Nico sentiu a dor do outro, sabia que se abrisse mão de Will agora, possivelmente o perderia para sempre. Ele queria muito ser dele e já não aguentava mais resistir. Reunindo coragem do âmago, Nico subiu as mãos lentamente e as encaixou em volta do pescoço de Will, ele trilhou um rastro de carinho com a ponta do nariz no rosto do maior e selou seus lábios brevemente, num beijo calmo e aveludado.
Um arrepio percorreu a coluna de Will e ele pediu passagem para aprofundar o beijo, Nico cedeu. Um beijo quente e necessitado iniciou, as mãos de Will apertaram Nico com força, o mantendo preso a ele, enquanto Nico acariciava os cachinhos da nuca do maior.
– Diz para mim que não foi mais um dos meus inúmeros sonhos. – Pediu Will sorrindo, antes de abrir os olhos.
– Dessa vez é real. Não consigo mais resistir a você. – Confessou, Nico. – Me faça feliz, por favor. Eu prometo que serei única e inteiramente seu, Solace.
– Eu sou seu, Nico Di Ângelo. As parcas me criaram para você, e vice-versa. Eu cuidarei de você, meu bebê. Prometo que tudo será no seu tempo e do seu jeito, eu só quero que seja meu, oficialmente. Quero poder segurar a sua mão e dizer que você é meu namorado.
Nico sorriu sentindo o rosto ainda quente, além de outras partes do seu corpo.
– Eu sou seu namorado?
– Se você aceitar.... – Havia um sorriso bobo nos rostos dos dois, Nico tinha os lábios tão inchados pelo beijo recente que se tornava tentador para Will beijá-lo de novo. – Nico Di Ângelo – Will se ajoelhou, de repente –, você aceita ser oficialmente meu namorado?
Nico sentia as mãos tremerem, pela emoção, pelo beijo, pelo surto logo depois de acordar e por tudo que estava apertando e sua boxer seu peito de forma tão boa.
– Sim, eu aceito. – Ele riu. – Eu quero ser seu namorado, oficialmente.
Will ficou de pé e abraçou Nico, içando seu corpo pequeno de magro com muita facilidade. Nico sorriu pelo impulso e o abraçou de volta.
– Quero ouvir sua gargalhada para sempre, bebê. Quero ser o motivo dela. Quero te dar uma vida feliz ao meu lado, Nico. Eu prometo que vou fazer valer a pena.
– Obrigado, Will.... Por não desistir de mim... Por ser tão incrível... – Nico estava com os olhos marejados.
– Não chore, bebê, uh? – Pediu limpando o rosto pálido de Nico. – Você mal acordou e eu já vim bagunçando toda a sua manhã.
– Você não bagunçou nada, apenas me deu um dia feliz no meio de outros tantos que tive ao seu lado, bobo.
– Você me mata de felicidade quando fala assim, bebê. – Disse Will, acariciando os cabelos crescidos de Nico. – Termine seu café da manhã, eu vou até o meu chalé organizar meus irmãos em suas tarefas e volto.
– Volta? – Perguntou, curioso.
Will sorriu com a expressão fofa e cheia de curiosidade do mais novo, Nico não fazia ideia do quanto era tentador para Will. O filho de Apolo mordeu os lábios brevemente e tocou os lábios manchados de uvas, do menor.
– Você é tão absurdamente lindo e naturalmente provocante que me deixa louco. – Comentou fazendo Nico corar ainda mais. – Eu volto para te acompanhar até o treino.
– Como você consegue falar essas coisas e agir como se nada tivesse acontecido? – Ralhou Nico tentando esconder o rosto vermelho.
Will tocou o queixo do garoto, ainda sorrindo e o obrigou a encará-lo.
– Amo suas reações – disse e beijou a ponta do nariz de Nico –, amo seu rosto vermelho – beijou uma bochecha –, amo saber que sou eu quem causou tudo isso. – Completou.
– Will... – Nico choramingou envergonhado. – Pare de me constranger!
O filho de Apolo se afastou erguendo as mãos em rendição.
– Desculpa, bebê, mas é impossível resistir. Prometo tentar me controlar, mas você é fofo demais.
– Não sou fofo! – Nico bufou.
– É muito fofo, mais ainda quando nega. – Riu. – Ok, estou de saída.
– Até já, namorado. –Despediu-se, provocando o maior.
– Até já, namorado. Vou te morder quando voltar. – Disse fechando a porta do chalé.

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Coletânea Nico di Angelo
FanfictionUma série de acontecimentos aleatórios que envolvem Nico di Angelo. Dentro e fora do universo PJO/HDO CHEGAMOS AO TOP #1 TANTAS VEZES QUE PERDI A CONTA