O Desfile 2

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Depois de pronto, eu me sento em um dos sofás, me sinto constrangido por estar nu, mas eles falam que não tem problema... Em seguida eles trazem um espelho até mim. Uau! Eu estava muito diferente, nem parecia comigo, meus cabelos negros estavam lisos e brilhantes, minha pele estava tão macia e sem pelos, e meu corpo exalava o perfume de rosas, eu estava realmente bonito. Fico de queixo caído.

Jason me cobre com um roupão.

— Bem, agora que você está pronto, você vai conhecer seu estilista — disse Jason, dando tapinhas em meu ombro.

— Obrigado — digo.

— Disponha sempre!

Todos saem do quarto.

— Uau! Você está realmente bonito... — disse a voz do Bill em minha mente.

— Ah, valeu! — fico corado, mas sorrio.

Ele sorri.

— Sobre aquilo que eu falei do estilista, ele tem mesmo asas?

— você vai ver!

A porta do quarto abre em um estalo macio, e um homem de terno arroxeado entra acompanhado de suas asas brancas e brilhantes, ele estava segurando um caderno de desenho e um lápis estava pousado em sua orelha.

O olho de queixo caído. Seus cabelos loiros o fazem parecer um anjo.

— Você deve ser o Arion! — ele diz por fim. — Belo garoto, a roupa que eu preparei vai ficar ótima em você.

Ele senta ao meu lado.

— Bem, durante todo esse ano eu estudei tudo sobre o seu Distrito e sobre todas as roupas que foram usadas nos desfiles, e vamos combinar, desfilar vestido de árvore deve ser horrível, com aqueles galhos e tudo mais... horrível — Abro um sorriso. — Então... Eu pensei em algo mais simples, mas que não perdesse a beleza e a força bruta do Distrito 7 — Ele passa as mãos pelo caderno — gostaria de ver?

Sinto um frio percorrer minha barriga.

— Sim! — Digo por fim.

Ele me olha e, em seguida, abre o caderno.

Ele passa por várias páginas de rascunhos até chegar à página com o desenho da roupa. A roupa de começo, era meio estranha, mas ele me mostrou tudo que ela podia fazer, foi o que me deixou apaixonado pela roupa. Marcando a página, estava um pequeno pedaço de madeira, seu cheiro era familiar, carvalho. Ele me entregou o pedaço de madeira e disse:

— Eu queria que você se sentisse em casa, então eu pedi pra concentrarem o cheiro da sua árvore favorita nesse pedacinho de madeira.

— Ah... Muito obrigado!

Ele sorri.

— Bem, agora eu vou sair e a equipe de produção virá para vesti-lo.

Ele abre as asas, beija minha testa e vai embora.

A Equipe de produção entra aos tropeções cheios de peças de roupas marrons nas mãos. Glace corre até mim.

— O que você achou do Sean? Ele não é lindo?

— Glace! — Retruca Mello — Ele é casado!

— Eu sei, mas isso não me impede de ser apaixonada por ele — Ela se senta ao meu lado e põe as costas da mão na testa — O Amor, como ele é inevitável.

— Dramática! — interveio Jason — Agora, maquie o Tributo.

Ela olha pra mim.

—Muito bem querido, deixe-me ver esse rostinho lindo — Ela levanta meu queixo com o dedo indicador e, em um passe de mágica, uma caixinha de maquiagem aparece em sua mão.

Eu tinha até me esquecido da arena até o momento em que o Jason me chamou de Tributo, depois disso eu fiquei pensando nas minhas diversas formas de morrer, talvez de sede em uma arena no deserto, talvez afogado em uma arena que seja no mar, morto por um carreirista seria terrível, quem sabe morto por um bestante, ou até mesmo pela minha própria irmã. Afinal, eu sentia que minha morte na arena seria inevitável.

Até que enfim eu estava pronto, eu não sei como é minha roupa, só sei que estou usando um longo sobretudo marrom com estampa de madeira e botas de couro, também, marrons. Minha maquiagem— na parte que é acima dos olhos— é verde-claro no começo e verde-escuro no final meus lábios estão em um tom amarronzado, meus cabelos estavam bem penteados — algo que eu não consegui fazer em dezesseis anos — e não eram mais pretos, estavam agora em diversos tons de marrom.

— Ih, cara, agora sim você está parecendo alguém da capital — a voz do Bill rompe em minha cabeça, olho para ele — Espere até ver o que tem em baixo desse sobretudo — Ele voa de cima de um daqueles sofás e pousa em meu ombro— Você iria morrer de vergonha.

— O quê?! — Grito. Ele ri, todos me olham — Bem, hãmmm, estou falando com o pássaro.

— Okay... — Disse Jason com um olhar estranho —ele é um daqueles pássaros da Celly?

— É sim! — Digo.

— Hum... Bem, estamos em cima da hora... é melhor você ir para o galpão de partida, o Sean, seu estilista, estará o esperando na sua carruagem. — Em um canto da sala Glace faz figa com os dedos, ele vê — Grace, pode levá-lo até lá, mas sem desmaiar quando vir o Sean, Okay?

— Uhuuuu... — Grita Glace, dando pulinhos — Vem Arion! — Ela me puxa.

Passamos por vários corredores e elevadores até chegar ao nível inferior do Centro de Transformação, um lugar enorme cheio de bigas enfeitadas e Tributos nervosos, as bigas estavam organizadas em ordem de saída, começando pelo Distrito 1, claro. Andamos até a sétima biga e encontramos o Sean, a Glace quase morreu do coração quando o viu. Ao lado do Sean, estava a pirralha da minha irmã, que também vestia o sobretudo e não fazia a mínima do que estava escondido por baixo.

Os outros Tributos estavam usando roupas totalmente loucas, o garoto do Distrito 5 estava usando uma roupa cheia de raios e átomos, o do Distrito 9 estava com o corpo cheio de trigos, a garota do Distrito 11 estava com uma cesta de frutas na cabeça, mas nenhuma delas era tão bonita quanto a do Distrito 1, com suas roupas douradas e coroas de joias, eles brilhavam no meio do salão.

O portão principal abre e os Tributos começaram a subir em suas bigas, cada um mais nervoso que o outro, exceto os do Distrito 1, eles estavam radiantes e não seria exagero dizer que eles estavam esplendorosos, assim que saíram pelo portão, assim que o sol bateu em suas roupas de ouro, eu pude perceber o quão deveria ser bom viver nesse Distrito, só treinar, não trabalhar pesado doze horas por dia, só treinar para ganhar os jogos.

— Ei! — gritou Circe — Pare de babar e suba na biga, agora!

— Ah... — subo na biga.

O nosso estilista se aproxima e abre as asas, nos cobrindo por inteiro.

— Bem, o desfile está prestes a começar, escutem o que eu digo, quando chegarem ao sexto par de tochas de fogo, tirem seus sobretudos e ergam os braços, não se esqueçam de acenar para o público, agora vão! — Ele pega as rédeas dos cavalos e as sacode com força — Eia!

No LabirintoOnde histórias criam vida. Descubra agora