No Labirinto

Apresentação

Acordo de manhã — Hoje é o dia da apresentação individual — Penso. Jogo os pés para fora da cama e olho para a janela, na janela eu podia ver as florestas do Distrito 7. Não sei quem foi que ligou a janela, olho para o Bill, ele estava dormindo ao meu lado, mas estou satisfeito. No canto da enorme tela, eu vi um veado de galhada enorme e pelos amarronzados, ele fugia de algo, talvez de um lobo, ou de um coiote; o animal começou a correr na direção da tela, se aproximando de mim, então Zás! uma machadinha passou voando e acertou o veado no pescoço o que fez com que ele caísse espalhando as folhas secas para todos os lados.

Como num estalar de dedos, uma ideia surge em minha mente.

— Isso! — digo me levantando — Ao invés de usar o machado como extrator de lenha posso usá-lo como arma e lança-lo no oponente. Como eu nunca pensei nisso antes?

Desligo a janela, e vou me preparar para o banho assim que recebo mais um bilhete azul da Celly pedindo para que eu me arrumasse.

Todos os Tributos estavam reunidos em um amplo corredor meio escuro e cheio de cadeiras com os números de seus respectivos Distritos, sento na cadeira número 7 — claro! — a Circe senta ao meu lado.

No fim do corredor existe uma porta que leva para uma sala, é nessa sala que ocorrerá a Apresentação Individual. Só você e os patrocinadores, eu não tenho certeza de quantos patrocinadores são, mas sei que ainda é um número muito pequeno em comparação com a quantidade de Tributos. Os patrocinadores começam a chamar os Tributos, eles não têm um tempo limite, mas uma hora já é o suficiente. Primeiro Tributo entra, começando pelo masculino do Distrito 1, e assim por diante. Cerca de três horas já se passaram até chamarem o Tributo feminino do Distrito 6. Depois dela, seria eu.

Em menos de quinze minutos meu nome é chamado, me levanto e olho para trás, ainda é possível ver os olhos de tensão dos outros Tributos, a Circe cochilava. Entro na sala.

— Arion Axeman! — digo olhando para os patrocinadores.

— Prossiga... — retrucou um deles.

A sala era enorme e repleta de armas, no centro da sala estava um círculo pintado de vermelho, imagino que seja o espaço para a apresentação, na parede em frente à entrada estavam os patrocinadores em uma espécie de camarote arredondado. Alguns me olhavam, outros saboreavam a comida disposta na mesa.

Olho em volta, alguns bonecos estavam em posição de defesa, outros de ataque. Os patrocinadores falam que assim que eu escolhesse as armas, e andasse até o círculo vermelho, os bonecos estariam dispostos a me atacar. Ando até a estação de facas e escolho duas, de cabo longo e fácil de segurar, era como se eles se acomodassem em minhas mãos, ando um pouco mais e visto um cinto para colocar as facas, passo por mais duas seções e pego um machado grande, olho para o lado e vejo que penduradas na parede estão três lindas machadinhas, são leves e ótimas para arremessar. Ponho as machadinhas em meu cinto e ando até o círculo com o machado maior em mãos.

Assim que me posiciono, as luzes se pagam e flashes azuis se levantam ao redor do círculo somente algumas lâmpadas se acendem acima de mim. Três dos bonecos correm em minha direção, um com uma espada, e os outros dois com lanças. O primeiro investe com a espada para cima de mim, fecho os olhos e giro o machado no ar com toda a minha força, sinto um choque na ponta do machado e abro os olhos, vejo que o cravei na cabeça do boneco, a adrenalina percorre o meu corpo, meu coração palpita de euforia. Olho para os outros bonecos e percebo que eles recuam uns dois passos, tento tirar o machado da cabeça do boneco, mas parece ser impossível depois de tanta força que apliquei, passo as mãos pelo cinto e pego uma machadinha, esse é o momento de ver se elas realmente são úteis, levanto o braço e jogo a machadinha no boneco que vêm em minha direção, mas ela passa longe e sai deslizando no chão, recuo um pouco e o boneco prepara para lançar a lança, pego uma das facas do meu cinto e miro em sua garganta, o boneco cai, o terceiro boneco joga sua lança, eu me abaixo, ela passa zunindo em meu ouvido, me arrepio, pego a outra machadinha e jogo nele, ela voa das minhas mãos para se encontrar na coxa de espuma do boneco, ele cai, tenta se levantar, e vem em minha direção, seu rosto sem expressão me deixa assustado, recuo, sem ver, eu piso na lança que ele acabara de jogar e escorrego, caindo de costas no chão, isso faz com que o boneco aperte o passo e comece a correr, tento me levantar, mas sinto minha perna fraquejar então caio novamente, pego a última machadinha e jogo, ela voa em um ziguezague frenético até acertar a cabeça do boneco e fazê-lo cair de cara no chão. Peim! Uma sirene soa e uma voz rompe de algum lugar do teto: