Terra

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— Olá, Tributos! — disse a mesma voz feminina — Vocês, finalmente, chegaram às Salas de Provas do Labirinto. — ela fez uma pausa — Sala de Terra. — ela fez uma outra pausa — O corredor onde vocês se encontram, começará a demolir-se em instantes quando eu der o sinal. Vocês devem tentar sair daqui correndo até a outra porta. A partir do momento em que vocês começarem a correr, o cronômetro contará dez minutos até ela ser fechada. Cuidado com as incertas durante o percurso. Se algum tributo ficar fora da porta, quando ela estiver fechada, não há nada que ele possa fazer. A demolição o consumirá, e o infeliz tributo morrerá soterrado. — ela fez uma pausa — Entenderam?

Olhei para eles.

— Entenderam! — ela disse.

Um estrondo nos derrubou. Caí por cima de zoe. Era o chão atrás de nós, desabando.

— É melhor corrermos! — gritei.

Algo parecido com um besouro pairou bem à nossa frente, um par de hélices o sustentava no ar. Ele reproduzia no ar um relógio que marcava menos dez minutos. Agora -9:59.

Nos levantamos e começamos a correr. As rochas e pedras desabavam atrás de nós. À medida que corríamos o cronômetro nos seguia. Zoe corria na frente. Kyle ia mais atrás, desequilibrado.

O som das rochas e pedras de concreto se colidindo atrás de nós, me dava vontade de correr mais rápido e mais desesperadamente.

Kyle caíra uns milhares de dezenas de vezes, mas eu sempre o ajudava a levantar. Segurando-o ao redor do corpo e o erguendo.

-7:40. Passamos mais de dois minutos correndo, já estávamos distantes da avalanche o suficiente para pararmos um pouco para respirar.

— Cuidado! — gritou Zoe pulando em cima de mim, nós caímos no chão — Uma bola de fogo passou por cima de nós, deixando um aroma de queimado no ar.

— Essa foi por pouco! — eu disse.

-6:15. Voltamos a correr. Do fim do corredor era possível ver uma forte iluminação que se aproximava, mais uma bola de fogo. Desviamos e continuamos correndo. Ao longo do percurso, mais algumas bolas apareceram, vindo do teto, do chão, da parede, de todos os lugares, mas nada que atrapalhasse nosso avanço no escuro.

Eu já não aguentava mais correr, não via a hora dessa porta aparecer e nos tirar dali.

-4:32. Chegamos ao fim do corredor. Nenhum sinal de porta, ou algo parecido.

Kyle se apoiava na parede com seu único braço, tentando puxar o fôlego, eu imaginei que seu outro braço estaria no peito, agora.

— E agora? — perguntei — ninguém nos avisou que haveria isso!

O som da avalanche já era audível o suficiente.

O cronômetro contava -3:40.

Tateamos a parede em busca de alguma alavanca, tranca ou fechadura. Mas nada. Não havia nada ali. Somente uma parede gelada e pouco iluminada por uma lâmpada fluorescente.

A lâmpada.

Olhei para a lâmpada e depois de minha visão se acostumar com a claridade. Deduzi que não eram lâmpadas, mas sim buracos no teto. Talvez essa fosse a tal porta.

— Ei! — gritei apontando para o teto— A lâmpada!

Os dois olharam para cima e imediatamente perceberam do que se tratava.

Bolei o plano em segundos na mente.

— Eu faço o impulso para Kyle. Kyle sobe e puxa a Zoe. Zoe sobe e vocês me puxam, entenderam?

Eles confirmaram com um aceno rápido com a cabeça.

Me posicionei em baixo do buraco no teto. Kyle apoiou seu pé nas minhas mãos e eu o ergui. Para alguém sem um dos braços, ele até que foi rápido.

- 2:10. Era a vez da Zoe. Eu a ergui. Kyle a segurou e puxou.

-1:30. Agora era a minha vez. Estiquei os braços e mais três surgiram no teto para me recepcionar. Me segurei no braço do Kyle e no da Zoe. Eles me ergueram, uma iluminação forte tomou conta da minha visão, que era tudo branco, agora. Eu me senti mais uma vez no tablado de metal que lança os tributos na arena.

Pisquei os olhos até a minha visão se acostumar. Me apoiei na beirada do buraco e me levantei. Tudo e minha volta era arvore. Estávamos no meio de uma floresta. Espero que não seja a mesma floresta que encontramos da última vez.

Um baque surdo abaixo de nós declarou que a demolição do corredor havia acabado.

OL~|

No LabirintoOnde histórias criam vida. Descubra agora