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O corte no braço de Selene pulsou tão forte que ela arquejou, atordoada.

O homem parecia flutuar em cima da barreira arredondada invisível; a pele escura, a cabeça calva, alto e musculoso, usando um grande sobretudo surrado escuro. Não era aquilo que havia assustado Selene e certamente os outros, no entanto. Eram seus olhos. Toda sua superfície era preenchida da cor vermelha, como um par de pedras rubis ofuscantes.

— Não é à toa que vocês iriam aparecer em um lugar como este. – O homem continuou em cima da barreira, as mãos enterradas nos bolsos desencapados. – Escolhidos pelos Anjos e Exorcistas. Lamentamos a raça de vocês.

Maze mirou obstinadamente em direção ao homem com o Colt e atirou. O homem saltou no mesmo lugar, esquivando-se da trajetória do projétil. Pisou no mesmo lugar que havia ficado em cima.

— Estão relutantes em usar as verdadeiras balas para nos matar, Exorcistas? – Perguntou o homem, tranquilo. Selene trincou os dentes quando ele sorria cinicamente. – Se permitam em fazê-lo. São tolos e fracos, ainda assim. Uma vergonha para a Igreja, para o Deus que servem.

Selene viu algo voar em direção ao homem. Algo liquido, água, pensou ela. Logo depois houve tiros e algo explodiu sobre o homem que urrou ao entrar em contado claramente liquido. Chiou, o rosto molhado, encarando Amani com voracidade.

Malditos sejam.

A luz carmesim intensificou-se, deixando a vista de todos embaçados. Selene não sabia ao certo o que fazer; aquele homem era um demônio, não é? Possuído? Ou enviado do Mundo Infernal? O grupo avançou para cima dele, porém, praticamente se transportando diante de Selene como uma mancha vermelha, o homem estava face a face com ela. Alguma coisa queimou através da roupa, queimando a pele na área da clavícula. Selene arregalou os olhos e sacou uma adaga com a lâmina maior e agiu na tentativa de cortar o rosto do homem.

O sorriso dele tornou-se branco e luz carmesim agrediu aos olhos, uma força imensa a jogou para trás antes que acertasse o homem. O som de laser tornou-se tão agudo que quase deixou todos surdos. Selene atingiu um depósito velho do outro lado da rua e o corpo gritou de dor. Sua cabeça pendeu para um lado e seus olhos se abriram, avistando Agatha e Asher afundados em um trinco do impacto contra a parede do mesmo depósito. Ao virar o rosto para ver Maze e Amani, grunhiu alto de dor como se alguém a tivesse esmurrado no pescoço até quebrar algum osso. Mesmo assim persistiu, a visão completamente embaçada, vendo dois borrões pretos; os dois Exorcistas.

O algo que queimada sua pele embora estivesse com a jaqueta agia continuamente, alarmando-a, a visão voltando ao seu foco normal. Tentou ficar sentada e olhou rapidamente para o depósito. O homem. Os Leviatãs. O pentagrama e o símbolo estranho. Não havia mais a linha carmesim atravessando o depósito ou o buraco de nuvens no céu. Era como se o lugar fosse abduzido pelo homem e o círculo de Leviatãs.

No fim, não havia o que outrora fora a Moultrie Street.




— O que vamos contar ao Monitor Jason? – Perguntou Trinity.

— O óbvio. Moultrie Street foi abduzida por demônios. – Respondeu Agatha, impaciente.

Todos estavam de volta ao carro. O grupo que havia ficado com Sebastian ficou levemente ferido e estavam sendo tratados pelo Exorcista e Amani, enquanto Maze dirigia. Liz, Ethan e Trinity estavam com cortes em diferentes partes do corpo: a garota de óculos com um corte no dorso da mão direita, o rapaz de olhos esmeralda com um corte na bochecha direita enquanto a garota morena com um corte na perna. Haviam dito que um demônio diferente da hierarquia demoníaca surgiu, do tipo cujo as garras saem das próprias mãos.

Elementais das Trevas - Os Cavaleiros do Inferno #2Onde histórias criam vida. Descubra agora