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A massa tinha um gosto agradável em formato de pão. Selene sentiu o gosto explodir na boca; era como se tivesse passado uma suave camada de manteiga e que derretesse quentinha. Ela, Maze e Alya estavam sentados nas cadeiras em volta da mesa de madeira tomando café da manhã. Os outros dois também devoravam a massa e algumas vezes davam goles no liquido verde nos potes que possuía um gosto de chá gelado. Selene nunca gostara muito de chá, porém aquele a tranquilizava tanto que deixou passar desta vez.

- Aquele dragão que surgiu ontem - disse Maze do outro lado da mesa, de frente para Selene e ao lado de Alya. O cabelo do Exorcista estava bagunçado, dando um ar engraçado - Ele possuía chifres, algo que é incomum de se ver.

- Ah, sim, esqueci de contar a vocês sobre isso - disse Alya com a boca cheia - Há alguns seres sobrenaturais que acabam sendo "infectados" com um poder demoníaco vindo da Terra Negra. Eles acabam se perdendo por lá e, sem saber para onde ir, esse poder demoníaco os possui e transforma-os como um deles. Logo depois eles viajam para qualquer direção e quase sempre chegam aqui. Puderam ver aquelas formas gigantes perto das margens do mar? - ela insinuou os retângulos com a massa - Erguemos um tipo de barreira com aquilo, sendo que elas possuem um pouco de magia de cada um dos Exilados. Nos protegem contra eles.

- Então aqueles moinhos de vento... - Selene ergueu as sobrancelhas.

- Quando um desses seres estão se aproximando, as hélices começam a girar, nos avisando para erguer a barreira - revelou Alya, agora fazendo um círculo no ar com os dedos - Eles captam o poder demoníaco deles. Incrível, não?

Selene sabia que não iriam construir aquele tipo de coisa sem saber a utilidade e, embora o vento soprasse, as hélices nunca giravam. Ficou boquiaberta, maravilhada com a informação. Era mais que incrível.

- Tenho algo para mostrar - Alya levantou-se da cadeira, fazendo um ruído. Caminhou até a abertura que dava para a sala e voltou com um formato mediano retangular. Colocou-o em cima da mesa para que Selene e Maze pudessem ver; parecia um calendário com folhas finas como pergaminho, grades para separar os dias e datas, ortografia do Mundo Sobrenatural. Selene inclinou-se para frente para vê-lo melhor.

- Isso é um calendário? - perguntou ela, ansiosamente curiosa.

- Exato - disse Alya com um sorriso animado - O nosso calendário é o vocês chamam de Lunar, diferente do calendário gregoriano. Estamos neste dia do décimo primeiro mês deste ano - apontou para a penúltima fileira do calendário, em um pequeno quadrado à direita. Selene notou um símbolo, tão bem desenhando e traçado. Olhou para Maze no qual os olhos dourados estavam arregalados, a testa franzida. - E este dia é o dia de Khurbnium.

- Por que tem esse nome? - perguntou Selene novamente, desviando a atenção de Maze para Alya com uma sobrancelha levantada. Será que Maze conhecia aquele símbolo?

- Para vocês, se chamaria de Dia de Trevas. - disse, levantando o dedo, presunçosa - Houve uma Guerra aqui em Edenyn Erd que durou muito tempo. Quando chegou no último dia, uma de nossas guerreiras trouxe trevas que aniquilou todo o mal que consumia nosso Mundo e nomeamos de dia de Khurbnium. Além disso, há a onda mortal na qual falei para vocês. Hoje faremos outra reunião ao anoitecer, colhendo mais da plantação, assim como no dia anterior. Desta vez cantaremos e dançaremos.

- E como faremos para saber quem irá até o Oraculo para buscar o mapa? - perguntou Maze, o rosto suavizando. Selene perguntou consigo mesma da razão para que ele ficasse assustado ao olhar para o símbolo no calendário.

- Ah, meu caro homem-armário, isso levará algum tempo até que eu descubra - Alya suspirou - Não é todos que se aventuram a ir ao santuário do Oráculo.

Elementais das Trevas - Os Cavaleiros do Inferno #2Onde histórias criam vida. Descubra agora