Capítulo Dezesseis

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Mais tarde, naquela mesma noite, Lana e Malcolm permaneciam acordados, mergulhados nos próprios pensamentos, os corpos entrelaçados em meio a uma preguiçosa confusão de lençóis revirados.

O brilho prateado que iluminava o quarto tornava-se ainda mais romântico depois do que havia acontecido entre eles, naquele quarto. Ainda assim, junto com a luz baixa também havia sombras, que desapareciam e surgiam com o serpentear das cortinas.

Lana fechou os olhos. Era tão bom estar assim, aconchegada a Malcolm em meio às sombras silenciosas da noite. Não queria que aquilo acabasse. Parecia que o resto do mundo, seus problemas e preocupações eram um detalhe que não tinha lugar no escuro e no silêncio do quarto.

Preguiçosamente, Malcolm acariciou o braço de Lana, subindo e descendo a ponta dos dedos pela pele ali exposta. Já a desejava novamente, mesmo quando a tivera há tão pouco tempo. Ele a desejava o tempo todo, mas, ainda assim, descobriu que apenas tê-la nos braços, próxima a ele, como ela estava naquele instante, também o satisfazia.

E o fazia desejar mais.

- Lana?

- Hmmm?

- Posso fazer uma pergunta?

- Depende. Vai me pedir em casamento?

Ele ficou em silêncio.

Lana arregalou os olhos e se apoiou num cotovelo para fitá-lo.

- Eu só estava brincando.

- Sim, eu reconheço um tom divertido, mesmo que nunca use. - Ele sorriu e ajeitou uma mecha de cabelo castanho atrás da orelha dela. - Eu ia perguntar o que você acha da ideia de vir morar aqui.

Ela abriu a boca para falar, mas fechou-a novamente, sem dizer nada. Ele não estava pedindo. Estava apenas se propondo a discutir a ideia com ela.

- Eu acho que nós devemos pensar no Anthony.

Ele franziu o cenho.

- Como assim? Não vou ganhar uma recusa logo de primeira?

- Pensei em recusar, mas estou cansada de discutir com você. Além disso, você não me pediu para vir morar aqui. Só estamos discutindo a ideia.

- Isso me deixaria mais tranquilo.

- Em relação ao... Ah, o maluco perseguidor das ligações anônimas. - Ela disse e assentiu. - Você tem um argumento, senhor Sullivan.

- Sou cheio deles. - replicou Malcolm, com um meio sorriso. Mas, depois, ficou sério. - Tem mais uma coisa.

Lana fez uma careta.

- Agora você está me testando.

- Seria melhor que Cyrus acompanhasse você, ao menos por um tempo, até nós descobrirmos mais sobre as ligações anônimas.

- Você não acha... Não acha que é uma solução um pouco extrema? Eu não sou tão importante assim para ter um segurança.

- Você é importante para mim.

Ela sentiu o coração dar uma cambalhota, aquecendo-a com uma esperança boba e juvenil.

- Você é mesmo cheio de argumentos, senhor Sullivan. - murmurou Lana, sentando-se na cama. - E, devo admitir, eles são bons.

Malcolm sorriu, os olhos escurecendo com diversão e malícia.

- Você ainda não viu nada. - Ele passou os dedos sobre a coxa dela, exposta através do lençol, pelo modo como ela estava sentada.

Sombras no SolOnde histórias criam vida. Descubra agora