Sombras no Sol

Epílogo

O felizes para sempre de Malcolm e Lana estava longe de ser o de um conto de fadas. Porque o deles era real e repleto de contratempos do dia-a-dia.

O maior contratempo que eles enfrentaram foi a longa operação de limpeza que Malcolm fez nos negócios dos Sullivan. O processo, como ele havia revelado à Lana, demorou um longo tempo para ser concluído. Mas, com o apoio incondicional da esposa e do resto de sua família, Malcolm foi capaz de eliminar uma atividade ilegal a cada ano. O processo inteiro levou dez anos para ser concluído, mas nada grave aconteceu com a família Sullivan durante esse anos.

À parte os negócios, milhares de coisas boas também ocorreram ao longo desses dez anos.

Lana, com sua carreira, mostrou-se um sucesso rapidamente e, muito antes do prazo de dois anos, atingiu a meta de Malcolm e tornou-se sócia de Tereza na Pretty in White. Vivian, antes disso, havia deixado a parceria com elas e sumira, sem que ninguém mais tivesse recebido notícias dela. Malcolm a estava observando de longe, mas Lana não queria mais saber notícias sobre a ex-chefe.

O sucesso de Lana e da PW alcançou o país todo e elas abriram várias filiais ao longo dos EUA. Em pouco mais que oito anos, Lana tornou-se a primeira a alcançar o título de bilionária no ramo dos casamentos. Em pouco mais que oito anos, ela mesma agregou cifras à fortuna Sullivan.

O que as futuras gerações herdariam também ganhara sua contribuição.

Por falar em futuras gerações, pensou Lana, caminhando pelo corredor e ouvindo os sons que enchiam o ambiente de entrada, vindos da sala de estar da mansão Sullivan.

Ao entrar na sala, seu olhar encontrou o de Malcolm. Ele sorriu para ela, por sobre uma confusão de aparelhos fotográficos e pessoas, e ela se sentiu, pela milésima vez naquele dia, a mulher mais realizada do mundo.

Ela devolveu o sorriso. Depois, como um general prestes a lidar com sua tropa, respirou fundo e começou:

- Muito bem, pessoal, a mamãe está aqui. O show já pode começar. - Ela piscou para Lucy, a fotógrafa da PW durante todos esses anos, que adorava assinar as fotos oficiais da família Sullivan para as festividades de fim de ano.

Era o que estavam prestes a fazer naquele momento.

Os cartões de boas festas da família Sullivan não eram um simples presente à parentes e amigos, mas o convite de uma das festas beneficentes mais famosas de Chicago. O primeiro evento tinha sido oferecido um ano após o casamento de Malcolm e Lana e, em pouco tempo, tornou-se um sucesso do mesmo porte que o leilão de Ellen.

Os Sullivan tinham essa veia filantrópica não apenas porque eram ricos e isso parecia um requisito no currículo de famílias importantes. Eles organizavam eventos beneficentes por tudo de ruim que já haviam causado. O público jamais saberia disso, é claro. Mas, como devia acontecer com toda obra de caridade, o importante era praticá-la.

- Lucy, quais são as coordenadas? - quis saber Lana.

- Preciso de todo mundo nas suas posições. - A fotográfa respondeu, colocando-se atrás da câmera e observando, com divertimento, a confusão de pessoas assumindo seus lugares em frente à enorme árvore de natal dourada e vermelha da sala de estar. Ela conferiu a tela de sua câmera. - Vocês não estão saindo pelas laterais. Já é um bom sinal.

- Mamãe vai ficar decepcionada. - replicou Amanda, posicionando-se. - Ela não nos vê mais como filhos, mas, sim, como máquinas reprodutoras.

- Que horror, Amanda. - replicou Ellen, sentando-se em sua cadeira, ao lado da que o marido ocupava, ambos no centro do cenário. Ela lançou um olhar por sobre o ombro, em direção à filha. Os anos haviam sido generosos com ela, trazendo-lhe marcas de expressão, mas mantendo sua beleza doce e tranquila. - Não vejo vocês assim. Além disso, a culpa não é minha se você e Justin, e Malcolm e Lana, têm tanta disposição assim para ter filhos.