Capítulo Vinte e Cinco

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Na sala de estar, após decidirem como resolveriam as coisas com Rupert, eles esperaram até o pai de Lana ser admitido na propriedade e chegar até onde estavam.

Logo, Rupert entrou na sala, acompanhado de perto por Cyrus. O motorista carregava uma expressão que parecia a ela ainda mais séria que o habitual. Já a expressão de Rupert era uma de deslumbramento que ele não se dava ao trabalho de disfarçar. Seus olhos escaneavam o lugar ao redor com interesse e admiração. Ele parecia uma criança em sua primeira visita à Disneylândia. Quando ele avistou Lana, sua expressão iluminou-se com um sorriso estonteante.

Quem não sabia nada sobre ele, imaginaria que Rupert era o típico pai saudoso, que esperara cada minuto para rever a filha.

- Lana, minha princesa! - disse ele, aproximando-se dela e envolvendo-a num abraço apertado, dramático, que ela não retribuiu. Sem se abalar com a falta de reação, ele se afastou de modo a analisá-la. - Você está tão bonita. Igualzinha à sua mãe. Nossa doce e querida Diane.

Lana endireitou a postura, os olhos perigosos. Ela cerrou as mãos em punhos. Em momentos como esse, até que desejava as intervenções nada ortodoxas de Malcolm.

Percebendo a irritação, Malcolm pôs uma mão nas costas dela, oferecendo apoio.

Rupert captou o movimento e fitou Malcolm, o sorriso esgarçando-se.

- Senhor Sullivan! - exclamou com entusiasmo, como se eles fossem velhos conhecidos. - É um prazer conhecê-lo. - Prontamente, ele estendeu a mão. - Eu sou...

- Sei quem você é. - Malcolm o interrompeu, deliberadamente, a voz baixa e impassível.

O sorriso de Rupert vacilou um pouco. O tom frio logo de início o pegou de surpresa, mas ele resolveu ignorar isso e logo providenciou um novo sorriso.

- Espero que não se importe pela minha vinda repentina, mas eu queria muito fazer uma visita à Lana. Faz tanto tempo que não nos vemos, não é mesmo, princesa?

Um milhão de respostas agressivas passou pela cabeça de Lana, mas, no fim, ela se limitou a assentir. Estava decidida a encarar a vinda de Rupert como uma revanche por todas as ameaças e infelicidade que o pai a fizera passar na adolescência e também no último mês.

Então, pensou, que o jogo continue.

Decidindo-se por um simples assentimento e um sorriso cínico, ela sinalizou o sofá.

- Por favor, Rupert, sente-se. - O tom suave dela surpreendeu o pai e levou um sorriso discreto e cúmplice aos lábios de Malcolm.

Eles ocuparam seus lugares. Rupert se sentou numa poltrona, em frente ao sofá onde Lana se sentou junto com Malcolm. Sua confiança só crescia.

Deliberadamente, Lana colocou uma mão sobre o joelho de Malcolm e não se importou quando ele descansou o braço no encosto do sofá, atrás dela. Só dessa vez, não se importaria que ele deixasse claro a quem ela pertencia, de que lado ela estava. Naquele momento, ela queria a proteção de Malcolm, mas, sobretudo, queria a força e o poder dele estendidos a si mesma.

Rupert os observou.

- Vocês dois parecem um casal de revista. Tão bonitos e elegantes.

- É a sua filha. - disse Malcolm e sorriu para Lana quando ela o fitou. - Ela sempre deixa tudo mais bonito e elegante.

- Ah, sim. - O cara estava caidinho por Lana, pensou Rupert, observando o modo como os outros dois se comportavam. Ele se sentia orgulhoso. Não sabia como a filha tinha conseguido aquela proeza, mas o importante é que ela tinha conseguido conquistar um milionário. E, sendo coração mole como a mãe, sabia que Lana não deixaria o pai desamparado, mesmo que ele não tivesse mais como chantageá-la.

Sombras no SolOnde histórias criam vida. Descubra agora