Capítulo Dois

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Na segunda-feira de manhã, Lana teve uma reunião com toda a equipe da Pretty in White. Era um procedimento rotineiro depois dos eventos que a empresa realizava e, uma vez que tinham sido responsáveis pelo casamento Martin-Nolan, a reunião era mais que necessária. Tudo correu bem durante as duas horas em que se reuniram, com Lana fazendo o relatório do que havia acontecido durante a cerimônia e a festa, do que havia funcionado e do que devia ser melhorado. Sua equipe também teve a chance de falar e relatar como tinha sido o trabalho. Quando foi a vez de Tereza e Vivian, sócias e donas da Pretty in White, falarem sobre como avaliavam aquele trabalho, Vivian, é claro, fez questão de se demorar nos pontos que ela considerava defeituosos.

Lana assentiu educadamente para a chefe e aceitou suas críticas com uma ponderação e elegância que teriam deixado sua mãe orgulhosa. Deixaria para voar no pescoço de Vivian Hamilton em outro dia.

Tirando isso, o evento do fim de semana foi considerado um sucesso de execução.

Lana saiu da sala de reuniões com um sorriso satisfeito, orgulhosa de si mesma, e seguiu para sua sala com o ânimo renovado. Todo o estresse dos últimos cinco meses fora recompensado.

Ela encontrou Emily Müller, sua melhor amiga, colega de quarto e também a doceira da Pretty in White, na metade do caminho.

— Eu juro para você. — disse-lhe Emily, lançando um olhar por sobre o ombro, para se certificar de que ninguém ouvia. — Eu ainda vou atirar Vivian no forno industrial. Aquela mulher é uma vaca.

Lana moveu os ombros.

— Acho que ela sente prazer em torturar as pessoas. — refletiu, mas não era como se, naquele momento, estivesse interessada em falar sobre sua chefe. — Seus doces fizeram o maior sucesso. O bolo recebeu vários elogios. Tanto a decoração quanto o sabor. Estou orgulhosa de você.

Os olhos de Emily suavizaram, as tiranias de Vivian foram esquecidas. Era tão melhor ter Lana como supervisora das atividades. Ela sempre tinha uma palavra gentil para oferecer, mesmo quando precisava discutir algum problema, e fazia questão de repassar todos os elogios que seus doces recebia.

— Obrigada. — Ela acompanhou Lana até a sala dela. — Recebi uma ligação da noiva há cinco minutos. Ela foi toda elogios. Confesso que, na primeira vez que a vi, pensei que Serena Martin fosse uma dessas noivas nojentas.

Lana fez uma careta. Detestava esse tipo de cliente.

— Eu sei. Também pensei isso.

— Mas ela foi bastante gentil enquanto trabalhei no bolo de casamento.

— Acho que ela só é focada. Ela sabia exatamente o que queria, e como queria. Que bom que solicitou isso com gentileza. E mente aberta. Ela não queria o altar em seda e vidro, mas, quando o viu, disse que estava feliz por eu ter insistido nessa decoração. — Ela entrou em sua sala, acompanhada por Emily.

— Lana. — Sue Fischer, a secretária da recepção, entrou na sala segurando um belo arranjo de rosas. — Essas flores acabaram de chegar para você.

— Para mim? — Confusa, Lana observou Sue colocar o arranjo sobre sua mesa.

— Uau. — exclamou Emily, espichando o pescoço para observar o arranjo. — Quem enviou?

Sue moveu os ombros.

— Eu não sei. — disse ela e, embora também estivesse curiosa para saber isso, saiu da sala discretamente e voltou para a recepção.

Lana pescou o cartão entre as flores e abriu o envelope cor de creme. Observou a caligrafia elegante e leu as palavras:

Senhorita Evans,

Sombras no SolOnde histórias criam vida. Descubra agora