Lana estava se preparando para uma reunião com uma noiva maluca, que queria um casamento ao estilo medieval, quando o telefone tocou.
— Lana Evans.
— Lana, aqui é Ellen Sullivan.
— Senhora Sullivan. — disse ela, sorrindo, deixando as anotações de lado. O filho de Ellen podia ser um empresário frio, insensível e frustrante, mas Lana adorava a mãe dele.
Ellen era serena e bondosa, e tinha ligado outras duas vezes, durante aquela semana, para colocar Anthony na linha e permiti-lo conversar com Lana. Sempre antes de a ligação ser encerrada, Ellen substituía o neto para conversar ela mesma com Lana.
Ellen usava sempre os preparativos para o casamento de Amanda como desculpa, então abordava algumas banalidades, perguntava sobre o trabalho e a vida de Lana, e, com sutileza e cautela, mencionava Malcolm aqui e ali.
Depois da discussão que tivera com Malcolm, quando a cabeça esfriou, Lana se deu conta de que Ellen, provavelmente, tinha ouvido a discussão deles. Ela não seria cautelosa ao falar sobre o filho se não soubesse. O modo como mencionava Malcolm, durante suas ligações, fazia-a parecer uma mediadora entre o filho e Lana.
Mas Lana tentava ignorar isso. Não havia nada entre ela e Malcolm para ser intermediado.
Tudo bem que se sentisse atraída por Malcolm — ela estava viva, afinal de contas —, mas duvidava que era o tipo de sentimento que despertava a solidariedade de uma mãe. Era uma coisa puramente física, disse Lana a si mesma, e uma que ela poderia muito bem controlar. Especialmente agora, quando sabia que Malcolm não merecia o título de pai do ano.
A voz de Ellen a trouxe de volta à ligação.
— Estou ligando para lhe fazer um convite. — disse ela, num tom jovial. — Lembra-se de que ficamos de trazê-la à minha casa, para você conhecer o lugar mais de perto?
— Sim, claro.
— Pois bem, eu decidi oferecer um brunch no domingo e acho que seria a oportunidade perfeita para você visitar o chalé.
— Parece uma ótima ideia. — Lana procurou a agenda para verificar seu domingo. Havia um domingo desse mês em que tinha um casamento, mas, quando verificou, descobriu que não era no que Ellen ofereceria o brunch.
— Vai ser algo pequeno. Só a família e alguns amigos. — continuou Ellen, fazendo uma pausa. — Anthony virá. Ah, e Malcolm também.
Lana fez uma careta.
— Eu adoraria encontrar Anthony. Não o vejo desde o aniversário. — comentou Lana e ambas fingiram não perceber de que ela havia ignorada a menção a Malcolm. Ocorreu a ela que, apesar dos esforços de Ellen, talvez o próprio Malcolm não estivesse muito a fim de vê-la no momento.
Ela tinha, afinal, sido bastante agressiva com ele.
Não tinha muita certeza de como seria reencontrá-lo. Só esperava que ele não dificultasse sua relação com Anthony. Haveria briga de verdade se Malcolm fizesse isso.
Sue entrou na sala, uma planilha em mãos.
— Ellen, me desculpe, mas eu preciso desligar. — disse Lana, mudando de posição em sua cadeira.
— Claro. Não quero tomar seu tempo. É sempre um prazer conversar com você, Lana.
Lana sorriu. Gostava mesmo de Ellen Sullivan. Como uma mulher tão doce podia ter um filho tão frio?
— O prazer é meu. Nos vemos no brunch.
— Claro, querida. Até mais. — A ligação foi encerrada e Lana se levantou, aceitando a planilha das mãos de Sue.
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Sombras no Sol
RomansaDuas realidades diferentes têm como pano de fundo o nascimento de um grande amor... Lana Evans tinha tudo para não acreditar naquele tal de felizes para sempre, dona de uma personalidade invejável, esconde um passado de rebeldia, devassidão e um se...