XII

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A porta da casa se abriu revelando uma figura extravagante e sorridente.
Sophie encarou o homem de terno azul escuro com os mesmos desenhos que os do terno de Arthur, enquanto ele ia em direção a Arthur com uma expressão incrédula e surpresa no rosto. Sophie pode notar que era jovem, tinha a pele branca como a neve, e cabelos roxos espetados para cima. Ela não via seus olhos por quê os mesmos estavam preocupados de mais encarando o garoto que acabara de bater a sua porta.
-Ora,ora! Meu caro p...
-Dinny!-Arthur o cortou com um sorriso.-É bom revê-lo.
Dinny balançou a cabeça e agarrou Arthur em um abraço apertado.
-Eu achei que nunca mais o veria! Olhe só para você!-disse Dinny ao soltar Arthur.-Como cresceu...
Então ele pareceu notar a presença da garota atrás de Arthur.
Sophie prendeu a respiração.
Dinny tinha olhos roxos, como olhos de gato. E estavam variando entre espanto e confusão ao ver Sophie. Os cabelos de Dinny ficaram de repente mais claros, em um tom de lilás. Seus olhos ficaram quase azuis.
Ele abriu a boca para dizer algo, mas Arthur o interrompeu.
-Esta é Sophie. Uma sonhadora...e Sophie, este é Dinny, um feiticeiro.
Dinny olhou para Arthur confuso, mas por fim sorriu, e seus olhos e cabelos voltaram ao que Sophie pensava ser a cor natural dos mesmos.
-Sophie! Claro! -ele caminhou até a garota e beijou sua mão direita, em um gesto cortês.-É um prazer conhece-la, jovem sonhadora.-Então exibiu seu sorriso magnífico e contagioso.
Sophie sorriu também.
-O prazer é todo meu, senhor Dinny.
-Oh,não. Apenas Dinny,por favor.-seu sorriso continuou intacto.
Arthur olhou para Sophie e abriu um pequeno sorriso.
-Dinny, nós precisamos de um lugar para descansar.
O feiticeiro olhou para ele e então pareceu perceber o quanto Arthur estava cansado.
-Claro. Vamos, entrem.
Os três adentraram a casa.
Sophie prendeu a respiração mais uma vez quando entrou na casa.
A sala possuía uma espécie de cortina de água na parede oposta a da frente. O que dava uma iluminação extra as outras paredes, feitas do que parecia mármore branco. Um sofá antigo estava de frente para a cortina de água, que tremeluzia imagens diferente a cada momento. No teto, havia um lustre de luz azul iluminando todo o cômodo. Nos dois lados do sofá, havia uma cadeira de cristal virada para a saída ,com uma mesa de um metal diferente em frente, ma qual se tinha em cada uma, um vaso com flores branca-azuladas, que pareciam vivas.
Sophie soltou a respiração.
-Gostou de minhas flores?-perguntou Dinny indo até o vaso e tocando nelas, as flores se enrolara em sua mão e depois os soltaram.
Sophie olhou para Arthur, mas o garoto estava encarando a cortina de água atrás do feiticeiro.
Olhando bem, ela pode ver imagens que tremeluziam. A mesma cidade que o livro a mostrara antes de vir para o labirinto. A imagem mudou para um homem de expressão severa, com uma coroa e sentado em um trono imperial. Um rei. Sophie estremeceu quando a imagem de seu rosto ficou clara. Ele tinha uma expressão maníaca no rosto, inteiramente louca. Seus olhos eram negros e os cabelos loiros quase branco eram longos e ondulados. Exibia um sorriso malicioso. Então a imagem pulou para um labirinto. O labirinto dos sonhos,pensou Sophie. Uma pessoa corria nele, desesperada. Uma jovem garota, com um vestido branco de noiva. Sophie pode ver que ela estava cercada de uma legião de monstros que circulavam calmamente em outros corredores, mas um garoto, provavelmente da idade de Arthur corria em direção a garota, estava acompanhado do que Sophie achou-pela extravagancia na roupa e cabelo- serem feiticeiros. A imagem focou nos dois quando se aproximaram, Sophie pode ver o desespero nos olhos da jovem. Ela tinha olhos verdes e cachos negros, estava chorando. O rapaz a abraçou e ergueu uma espada de prata na direção oposta, esbanjando coragem , quando os monstros vieram na direção deles, Sophie achou ter visto algo familiar naquele garoto...então ela reconheceu aqueles olhos destemidos, anos mais novo, mais cheio de vida, e de um desespero que fez Sophie querer lutar junto com ele...
A imagem se apagou, deixando a cortina de água como uma cachoeira que derramava água azul cristalina.
Arthur e Dinny encaravam Sophie apreensivos.
-O que era isso?-perguntou ela ao final. Seu coração pulava dentro do peito, ela sabia quem era o garoto.-O que meu pai estava fazendo aí?-sua voz falhou ao dizer 'pai', e ela achou que talvez fosse chorar. Mas não. Nunca se sentira mais determinada a algo, mais firme em sua decisão. Ela precisava saber a verdade. Aquela era a hora. Ela iria saber a verdade. Estava cansada de caminhar por aqueles corredores infinitos podendo ser atacada por uma besta, ou um pesadelo, ou qualquer outra coisa que estivesse naquele lugar. Cansada de não saber onde o pai ia quando saia todos anos. Cansada de sua mãe a humilhar, e de suas primas a tratarem como se não fosse nada. Cansada de segredos.
-Me conte a verdade agora.-sua voz soou firme e forte quando olhou nos olhos verde-azul de Arthur.
Ele ergueu a cabeça em sua expressão normal de arrogância , porém com um quê de seriedade e admiração.
-Sophie, está na hora de você saber sua verdadeira história.

O labirinto dos sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora