Sophie acordou no primeiro raio de luz que entrou pela janela.
Estava em uma cama macia com cobertores quentes. E em um quarto pequeno e quase sem iluminação, a não ser pelas luzes que entravam pela janela. Ela de alguma forma usava uma camisola de panos leves, o que a levou a pensar onde estava seu vestido e quem havia trocado sua roupa.
Ela sentou-se na cama e reprimiu um grito.
-Bom dia senhorita.
Dinny estava sentado no chão ao lado da cama de Sophie sorrindo para ela, brincando com uma flor na mão.
-Hã...
-Eu achei que essa roupa lhe faria ficar mais a vontade.-Ele riu com a expressão assustada de Sophie.-Não vi nada senhorita, eu a respeito. Fiz tudo assim.-ele estalou o dedo e a cama bagunçada se arrumou.
Então ele se levantou.
Uma luz no quarto se acendeu e Sophie pode ver uma vela sobre uma cômoda ao lado da cama.
-O dia acaba de nos sorrir-Disse o feiticeiro.-Vista isso.-Ele apontou para a cama.
Sophie virou e se deparou com um vestido azul escuro nem tão longo nem tão curto. Com os mesmos símbolos do terno de Arthur. Não possuía mangas e tinha detalhes pretos. Uma luva preta estava ao lado dele, de um tecido diferente.
Sophie virou para Dinny, mas não havia ninguém mais no quarto.
Ela sorriu.
...
Sophie não fazia idéia de como era o café da manhã naquele lugar.
Quando chegou na cozinha se deparou com um Arthur sorridente sentado em uma mesa parecida como a da sala, porém maior. Ele tomava chá em uma xícara de cristal .
Dinny estava na ponta da mesa e abriu um grande sorriso quando viu Sophie.
Arthur parou a xícara a meio caminho da boca.
-Bom dia.-disse ela indo sentar-se ao lado de Dinny, na frente de Arthur.
Ele apenas a encarou perplexo.
-O que aconteceu com sua roupa?-perguntou.
-Arthur!-repreendeu-o Dinny.-Não seja indiscreto com a bela dama. Chá, senhorita?
Sophie assentiu.
O feiticeiro serviu chá em uma xícara de prata para ela.
Quando deu o primeiro gole se sentiu nas nuvens.
-Nossa...isso é incrível!
-Você acha?-perguntou Dinny com um sorriso orgulhoso no rosto.
-O melhor que ja bebi.-Disse ela.
Arthur permaneceu calado.
Ela se perguntou o que ele estava pensando. Por que seu sorriso havia sumido do rosto quando ela entrara?
Talvez não tivesse gostado do vestido...ela estaria muito vulgar? Não se sentia vulgar, mas sim...poderosa.
-Nós vamos embora depois do café Sophie, -A voz de Arthur soava séria-logo estaremos no fim do labirinto. E você estará em casa a salvo.
-Eu não teria tanta certeza se fosse você.-Disse Dinny em um tom irônico.
Arthur colocou sua xícara sobre a mesa um pouco forte de mais, e encarou o feiticeiro.
Sophie pode sentir a tensão no ar, e sabia que havia algo errado.
-O que está acontecendo?-Perguntou.
-Nada.-disse Arthur levantando-se.-Vamos embora Sophie.
-Pare de ser tolo, Arthur.-Dinny interviu.
-Sophie.-O garoto insistiu.
-Eu não terminei ainda, Arthur. E não vou me levantar até saber o que está acontecendo.
Arthur respirou fundo, e Sophie sabia que ele estava no seu limite.
-Vamos. Embora. Agora.
-Não!-sua voz soou firme.
-Já chega. Você não queria voltar para casa há algumas horas atras? -A voz de Arthur se elevava a cada palavra-Não era tudo o que você queria?! Por que não vamos apenas embora?
-Mas que diabos você pensa que está fazendo?!-Sophie levantou da cadeira sentindo a raiva subir.-Eu estou cansada de todo mundo esconder tudo de mim! Dinny é seu amigo, e até onde sei, você estava muito feliz em vê-lo há algumas horas atrás?! O que mudou Arthur? Por que não ficamos e resolvemos isso?!
-Que droga Sophie, se você quer se matar, faça isso mas não conte comigo.
-Então a questão é essa? Pois saiba que eu vou fazer isso, eu vou me vingar, vou vingar minha mãe e meu pai!
-Você é uma tola!-ele se aproximou dela e ela sentiu seu coração acelerar, seus olhos estavam carregados de raiva mas também de medo.-Você é a garota mais tola que conheci em toda minha vida!
-Sou a única que conheceu, o que sabe sobre isso? O que sabe sobre mim?!-ela se aproximou dele e o encarou direto nos olhos, podia sentir sua respiração irregular-Você só está fazendo isso por que tem medo de enfrentar seu pai. Pois eu tenho um recado. Eu NÃO tenho medo dele!
-Você não o conhece, ele é cruel e nem é humano!
-Você só não quer que seja eu a mata-lo, mas é covarde de mais para admitir!
-Eu só não quero perder você!-As palavras saíram como uma lamina cortando o ar.
Sophie não soube o que dizer. Ele só estava preocupado com ela. Ele só queria a proteger.
Ela encarou seus olhos meio verde meio azul, e pela primeira vez viu o medo neles. Estavam a menos de cinco centímetros um do outro, e ela quase podia ouvir o coração dele correndo como louco. Ou seria o dela?
Mas ela não soube, por quê Arthur saiu como um raio da cozinha.
Ela não sabia para onde ele iria, mas não podia deixa-lo assim.
-Arthur!
-Sophie, não.-Uma voz atrás dela falou. Ela quase tinha esquecido do feiticeiro ali.-Deixe ele pensar.
Sophie bufou e voltou a sentar na cadeira.
-Eu realmente não o entendo.
Dinny a olhou com olhos sérios.
-Você não vê, minha jovem?
-O quê?
Ele suspirou e abriu um pequeno sorriso.
-Quer bolo?
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O labirinto dos sonhos
FantasyFilha de um rico empresário, Sophie é uma garota comum de 17 anos, que não tem muitos amigos e mal conhece o mundo além dos portões de sua casa. Porém, isso não dura por muito tempo. Sophie acaba indo para um lugar que nem imaginava existir, e desco...