VII

21 3 0
                                    

Sophie podia sentir o frio exalando das paredes daquele corredor escuro, mal havia entrado e já estava arrependida. O garoto seguia a sua frente sem hesitar, e só então ela percebeu que estava seguindo um estranho.
-Espera aí-disse a ele, mas ele continuou andando. Sophie bufou.
-Pode ao menos me dizer seu nome?-perguntou ela.
Ele continuou andando, inabalado.
Então chegaram finalmente ao final do corredor.
Sophie não sabia o que esperar quando aquele corredor acabasse, mas com certeza não era outro corredor escuro e frio, a sua esquerda.
Ela suspirou.
-Onde estamos?
O garoto ficou parado diante do corredor a direita e então pôs seu cajado a frente,para iluminar a entrada.
E seguiu em frente no novo corredor. Sophie o seguiu, se sentindo uma idiota.
-Você pode me responder?!-insistiu Sophie.
O garoto finalmente parou e a encarou. Seus olhos estavam inexpressivos.
-O que você quer saber?-perguntou.
Sophie o encarou.
-Quem é você?-Finalmente a pergunta havia saído. Ela sabia que dessa vez haveria resposta. Sophie tinha muitas perguntas, mas o que ela mais queria saber era, quem era o estranho a quem ela seguia? O garoto trabalhava para seu pai, mas quem era ele?
Ele abriu a boca para responder mas no mesmo segundo, um barulho o fez olhar para trás. Sophie pode ver que no final do corredor, havia outro que cruzava com ele, e eles teriam que escolher entre a direita e a esquerda. Porém essa escolha seria fácil, já que ela pode ver uma sombra vindo do lado esquerdo.
Como um raio cortando o céu no meio de uma tempestade, o garoto puxou Sophie para perto de si e correu em direção ao corredor da direita.
-Não olhe para trás!-disse ele ainda a puxando. Mas ela não pode se conter. Do que estavam correndo?
Ela olhou para trás somente por alguns segundos antes de eles dobrarem em outro corredor. Uma criatura estranha estava atrás deles, como um lobo, mas de quase dois metros e meio, olhos vermelhos e um chifre. Era cinza e preto, apesar de estar escuro e ela estar correndo, pode notar que tinha longas unhas afiadas em suas mãos quase humanas, já que elas apontavam para Sophie quando as viu.
-O que é isso?!-perguntou ela aos gritos enquanto corriam.
-Apenas corra.-A voz do garoto soou calma apesar de tudo.
Eles continuaram correndo freneticamente, dobrando em corredores, e ouvindo o rugido atrás de si.
Até que chegaram em um corredor mais escuro e quente que os outros. Porém, não havia saída.
Sophie olhou para trás e viu que a criatura estava quase os alcançando.
Então, ela foi lançada para trás, e bateu contra a parede. Sua visão ficou turva por um momento. Ela fechou os olhos e abriu. A sua frente estava a criatura de dois metros e meio, com as garras de unhas afiadas tentando tocar o garoto que se movia ao seu redor. Ele estava se movendo tão rápido que a criatura lenta mal conseguia vê-lo. O cajado estava preso as costas , e ele empunhava uma espada de prata desferindo golpes. A criatura rugiu alto e soltou um uivo quando a espada a cortou nas costas. Isso pareceu o enfurecer ainda mais. O garoto saltou para o lado quando uma das garras voou em sua direção. As unhas afiadas se enterraram na grama verde escura e o garoto aproveitou para cortar seu chifre. A criatura gritou de dor, um grito horrível e assustador. Sophie sentia seu coração saindo pela boca até aquele momento. Marcas de sangue deixavam seu rastro pela grama.
Então mais um grito horripilante, e a criatura estava morta.
O garoto apenas a encarou por um momento, parecendo mais em êxtase do que cansado.
-Besta nojenta. Parece que ficaram mais fortes.
Sophie o encarou incrédula.
Ele ergueu is olhos da criatura para Sophie. Então andou em sua direção, guardando a espada dentro do terno, suas roupas ainda estavam impecáveis.
Ele deu uma mão para Sophie se levantar.
-Você está bem?
Ela assentiu, ainda sem palavras.
Ele abriu um pequeno sorriso.
-Eu me chamo Arthur.
-Prazer em conhece-lo senhor.-disse ela no piloto automático.
O mísero sorriso do garoto desapareceu e seu ar voltou a ser sério e arrogante. Ele virou de costas para ela.
-Você não me conhece- disse -Vamos.

O labirinto dos sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora