Meg&Bea&Paris

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- E então, meninas e meninos, todos prontos? - a voz do guia era inconfundível. E alta. Principalmente com a ajuda do alto-falante. Megan e Beatrice tiveram que mudar de lugar no ônibus do passeio, pois estavam quase ficando surdas nos lugares da frente. Preferiram as últimas cadeiras, onde podiam conversar à vontade. Riram por meia hora do chapéu que o guia utilizava para chamar a atenção, assim como o leque. Não estava nem perto de quente naquele dia, mas o homem se abanava constantemente com o objeto rosa e cheio de plumas.

- ... e aqui temos a deslumbrante Torre Eiffel, com 324 metros de altura. Vamos parar o ônibus e vocês poderão descer. - avisou o guia, recebendo diversas perguntas e suspiros aliviados. Desde que saíram do aeroporto, pouco puderam esticar as pernas. Foram levados diretamente ao hotel, onde guardaram as malas e descansaram por quinze minutos. De lá, fizeram um tour de ônibus, conhecendo rapidamente os pontos turísticos. Megan e Beatrice entenderam o porque do valor tão tentador. De fato eram mais largadas na cidade do que guiadas, mas acabaram agradecendo. Preferiam se ver livres do alto-falante e das plumas soltas. Após serem deixadas na Praça da Concórdia, receberam do guia o endereço do Hotel e telefones úteis, caso se perdessem. Após algumas fotos do grupo, que certamente enganariam futuros clientes, seguiram para a visitação livre.

- Vamos tirar algumas fotos ali! - disse Megan, apontando para a fonte de Jaques Hittorff. Beatrice inicialmente refugou, mas acabou aceitando. Sentou-se e deixou que a amiga a fizesse de modelo por alguns segundos. Receberam a ajuda de um dos membros do passeio, que se disponibilizou a tirar algumas fotos para que as duas saíssem juntas. Brincaram durante um bom tempo pela praça, fazendo poses ridículas ao lado das esculturas. Se sentiram adolescentes de novo. Quando utilizavam moletons com a mesma estampa mas de cores diferentes. Criavam uniformes, dividiam cordões e pulseiras da amizade, prendiam os cabelos da mesma maneira... era engraçado. Não roubavam o estilo uma da outra, apenas criavam algo que pudesse ser utilizado pelas duas. Aos poucos, foram seguindo seus perfis. Enquanto Beatrice ficava bem com os cabelos curtos e claros, Megan preferia mantê-los longos, lisos e negros. Naquele momento, esqueciam de tudo o que as levaram até ali. Das decepções, agonias e traições. Eram só Beatrice e Megan de novo, duas garotinhas aproveitando um bom período de férias.

Por mais que fossem bem organizadas e tivessem um mapa, ninguém disse que seria fácil andar por Paris. Conheceram a Champs-Elysées, Rue de Rivoli, Avenue Montaigne e Boulevard Saint Michel. Passaram em livrarias e lojas, em busca de coisas especiais que pudessem levar de recordação. O tempo estava firme e o Sol ajudava a manter o passeio agradável. Beatrice saiu da biblioteca com um belo exemplar de artes, enquanto Megan havia comprado um dicionário de bolso. As duas gargalhavam, sentadas no Jardim de Luxemburgo, enquanto a mais velha tentava, sem sucesso, proferir palavras francesas e falhando miseravelmente.

Decidiram procurar a famosa Basílica de Sacre Coeur. Durante a caminhada em busca do caminho, Megan ainda tentava falar o nome da construção. Seguiram por uma rua inclinada que parecia a correta, mas confundiram-se numa parte do percurso. Megan e Beatrice pararam por alguns segundos em um café, tentando pedir informações ao garçom.

- Eu não sou guia. - disse em francês, sendo compreendido apenas por Beatrice, que achou melhor se manter calada e sair com Megan do estabelecimento. As duas continuaram o caminho, até o Sol passar de agradável para carrasco.

- Nunca sequer passou pela minha cabeça passar mal de calor em Paris, Bea. - disse Meg, sentando na varanda de um bar de esquina, arfando. Beatrice sentou-se ao lado, também cansada. - Acho que vou tirar a meia-calça, está muito quente! - disse, levantando e indo até o banheiro. Enquanto isso, Megan pedia uma bebida gelada. Ao lado dela, um rapaz permanecia sentado sozinho em sua mesa, observando a vista, trocando algumas palavras com o dono do bar e alguns colegas do balcão. Agradeceu ao garçom pelo refrigerante e começou a servir-se, até sentir o típico calor de olhares em si.

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