Voltando à Viver

Renascença

RYAN

Acordei com o corpo levemente dolorido, devido à posição em que dormira.

Não abri os olhos.. Tinha sido uma noite tão boa que, em minha cabeça, tinha a impressão boba de que tudo não passara de um sonho, que se desfaria assim que eu acordasse.

Mas ao ouvir Chloë se remexer ao meu lado, contorcendo-se em meus braços, me fez finalmente despertar.

Abri meus olhos levemente, tentando focalizar o rosto pálido de minha namorada, mas algo claro e rosado incomodou minha visão. Estranho...

Quando finalmente olhei para Chloë, arfei tão alto que ela acordou, sobressaltada.

Meu Deus! Meu Deus!

– Ryan...? - ela murmurou, assustada - o que.. aconteceu?

– Chloë! - me ergui no emaranhado de cobertas, alarmado.

Só consegui dizer seu nome; o que eu queria realmente falar parecia preso em minha garganta.

Chloë se ergueu de um salto, franzindo a testa, até ficar na minha altura.

Segurei suas mãos, virando-as na direção de seu rosto.

Quando Chloë percebeu, ela deu um gritinho chocado.

Eu nunca a ouvira dar um grito assim. Teria sido engraçado se não fosse tão espantoso.

Ela se dirigiu ao espelho da loja, onde apareceu seu reflexo.

Chloë havia voltado à ser humana.

A pele estava corada... era impossível não ver, já que Chloë só vestia um conjunto de lingerie. Todos os ferimentos haviam desaparecido... e os olhos! Os olhos....

Chloë me encarava abalada com duas íris azuis claras.

Apenas azuis... mais nada.

E dei uma risada incrédula e maravilhada quando Chloë passou as mãos pelos braços, admirando-se boquiaberta.

– Ryan! Ryan!

Chloë soluçou com um sorriso - um sorriso completamente humano - cortando seu rosto. Lágrimas fartas escorreram de seus olhos.

– Chloë! Você... você voltou... está viva, de verdade!

Chloë correu ao meu encontro, se jogando em meus braços.

Apertei-a contra meu corpo, ainda embasbacado com aquele milagre. Minha Chloë era humana outra vez. Minha garota...

Funguei feito um garotinho enquanto acariciava seus cabelos, beijando sua testa. Ela era tão macia, tão delicada... estava maravilhado com a suavidade de sua pele, com a quentura em suas bochecha, com seus lábios cândidos em meu ombro. ..

Chloë agarrou meu rosto e cravou sua boca na minha, num beijo tão apaixonado e profundo que me desequilibrou em todos os sentidos. Era uma mistura fugaz de felicidade, paixão, amor e gratidão que me deixou sem ar.

Meu corpo assumiu controle próprio, prensando Chloë no balcão da loja. Ela entrelaçou as pernas em minha cintura, abraçando meu pescoço e afagando meu rosto com o seu enquanto beijava meu antebraço.

Ela estava tão feliz, tão apaixonada, que não pude lhe negar - e nem me negar - algo mais profundo para a êxtase de nossa felicidade.

– Ryan... eu... - ela me olhava, arregalando os olhos - eu queria...