Capítulo 36 - Memory

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Raquel point of view.

Era manhã, eu sinta calor e não aguentava mais ficar na cama tentando lembrar de tudo que esqueci. Meu celular começou a tocar, era Justin.

- Oi.

- Oi Raquel, a gente pode se encontrar?- sua voz rouca do outro lado da linha me fez sorrir involuntariamente.

- Claro. Aconteceu alguma coisa?

- Não, eu queria conversar com você.

- Eu ainda estou na casa dos meus pais, você pode vim me buscar se quiser.

- Ok, até daqui a pouco. - ele desligou.

Levantei-me da cama, entrei no banheiro e tirei o meu pijama. Tomei um banho, me maquiei e fui escolher uma roupa no closet. Todas as minhas roupas pareciam tão infantil para sair com Justin, depois de minutos vasculhando todo o closet, eu vesti um short curto de oncinha, uma blusa preta de alcinha e um salto fechado.

Entrei na cozinha, meu pai mexia no seu notebook e estava sem camisa, minha mãe comia algumas frutas sempre mantendo a boa forma. Meu pai tinha uma marca estranha no ombro, eu nunca tinha a visto antes. Coloquei um copo de suco para mim.

- Bom dia, Raquel. - disse mamãe.

- Bom dia! - respondi. - Pai, que marca é essa no seu ombro? Eu nunca a tinha visto antes.

- Isso não foi nada. Você me deu um tiro no ombro.

- O que? Como assim? - minha cabeça começou a girar, minha visão estava ficando turva e estava começando a perder as sentidos. O copo de suco caiu da minha mão se partindo no chão. Um clarão branco veio na minha mente.

Eu, as garotas e Luke estávamos terminando de empacotar a maconha. Luke ia fazer a distribuição pela cidade. Um homem bem vestido entrou no galpão, seus sapatos finos pisavam no chão de ciumento desprovido de qualquer cerâmica luxuosa, um homem como ele jamais pisaria em um lugar assim senão fosse algo importante. Era o meu pai querendo me levar para casa.

- Raquel. - ele me chamou. Caminhei até ele parando a sua frente. Eu estava com tanto ódio dele. - Eu vim te levar para casa.

- Eu já disse que eu não volto para aquele lugar.

- Aquele lugar é a sua casa.

- Não depois do que eu descobri o seu segredinho. Como puderam esconder isso de mim? - falei apontando o dedo para o seu rosto. Eles tentavam passar que somos uma família perfeitas, mas me escondia um segredo, não posso confiar neles.

- Eu e sua mão fizemos isso para te proteger, nós não queremos você nessa vida que esta agora, mexendo com drogas e armas.

- Você não pode dizer nada, vocês são tão sujos quanto eu.

- Chega Raquel, você vai para casa e vai fazer a sua faculdade de direito. - ele gritou.

- Quero ver você me obrigar. - falei entre dentes.

Ele ficou calado por um momento, passou a mão na barba e depois elevou a sua mão com força no meu rosto. Ele tinha acabado de dá um tapa, o local queimava, coloquei a minha mão no local e o olhei com ódio. Meu pai começou a puxar pelos meus cabelos. As garotas e Luke nos olhavam sem saber o que fazer. Ele continuava me puxando até o carro enquanto eu gritava de dor, já estávamos ao lado do carro quando ele parou.

- Entra no carro. - disse meu pai.

- Eu não vou a lugar nenhum. - meu pai me deu um soco no meu estomago e depois me empurrou com o pé me fazendo cair no chão de terra e cheio de pedras. O seu segurança veio me pegar, eu peguei o revolver estava no meu quadril e apontei para a sua cabeça, ele se afastou. - Nem ouse tocar em mim caso queira uma bala na cabeça.

- Sem brincadeiras, Raquel. - disse meu pai e em seguida deu um chute na minha barriga. Foi à gota d'água para mim, ele vai ver do que sou capaz. Apontei a arma para o seu ombro e atirei. - Filha da puta.

Ele se se encostou ao carro, cobriu o lugar que bala entrou com a mão, o sangue escorria pela sua camisa branca, os gritos de dor eram altos. Levantei-me com dificuldade do chão, colocando a mão na barriga e continue apontando para ele.

- Eu não vou voltar para sua família suja como se nada tivesse acontecido e que fomos uma família perfeita. E diga a sua mulher vadia que eu não quero nada com vocês, não sou mais filha de vocês, sou apenas Raquel Paladino agora para todos em Miami.

Minha visão foi voltando ao normal, minha cabeça doía e eu estava deitada no chão da cozinha, me sentei e os meus pais me olhavam preocupados. Finalmente eu me lembrava de algo que me esqueci desses sete anos, era apenas uma lembrança, mas já me dizia muito. Eu tinha atirado no meu próprio pai, tudo por causa de um segredo que eu não me lembro. Não adianta perguntar por que eles não vão me dizer.

- Filha, você esta bem? - perguntou a minha mãe.

- Estou sim. - disse me levantando do chão.

- Você lembrou-se de alguma coisa? - perguntou o meu pai.

- Não, acho que a minha pressão caiu. - não era uma boa hora para contar da minha lembrança. Meu celular apitou, era uma mensagem de Justin que dizia esta me esperando. - Eu tenho que ir.

- A onde você vai? - perguntou mamãe.

- Vou voltar para casa.

- Se você quiser pode vim morar com a gente. - disse papai.

- Eu pensar sobre isso. Tchau!

- Tchau! - eles disseram.

Sai de casa passando pelo jardim, os seus seguranças abriram os portões e eu logo avistei a Ferrari branca de Justin. Eu entrei no veiculo e sorri ao vê-lo. Ele estava lindo usando uma calça jeans rasgada nos joelhos, uma camisa branca e um boné de aba reta para trás.

- Oi. - falei, colocando o sinto de segurança.

- Oi. - ele nem olhou para mim, apenas ligou o carro e saiu dirigindo.

O radio do carro estava ligado, tocava uma musica do Maroon 5. Justin não dizia nada, nem se quer me olhava, ele deve me odiar. Eu não aguentava mais aquele silencio e não sabia para onde estávamos indo.

- Para onde vamos? - perguntei.

- Para minha casa.

- Mas eu nem tomei café.

- Problema seu. - respondeu frio. Fiquei olhando pela janela até que a minha barriga faz um barulho, eu estava com fome. - Eu vou pedi para Sam fazer algo para você comer.

- Obrigada! Por que estamos indo para sua casa?

- Precisamos conversar sobre algo serio.

- Ok!

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