IX

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Nos calamos buscando alguma solução que valesse a pena tentar, mas essa situação era mais difícil que pensávamos. Senhor Soteli então beijou o dorso de minha mão e em seguida me abraçou. Um abraço caloroso, parecia que tinha dó de mim. Ele então voltou a me encarar. Seus olhos azuis me deixaram hipnotizada.
- Tenho que ir, já é tarde. - Falou.
- Tudo bem, senho... Augusto. - Corrigi. - Disse desapontada.
- Vou sentir sua falta, Flora. - Disse beijando novamente o dorso de minha mão.
Em seguida nos beijamos novamente e lá saiu pela janela de meu quarto a pessoa que eu nunca iria querer deixar ir embora de minha vida. A essa hora a tempestade já havia acalmado.
Fechei meus olhos e imaginei como seria daqui para frente. Adormeci novamente.
Acordei e levei o maior susto que alguém poderia levar. Eu estava em frente à fortes luzes dentro de "caixas". Fiquei imóvel sentada até me deparar com pessoas de terno e totalmente centradas em alguns papéis e nessas caixas. Mulheres usavam calças e saias curtas e apertadas. Que atrevimento!
- Algum problema, Flora? - Uma moça com cabelos loiros e usava uma dessas saias me perguntou.
- Si... Sim. Quem é a senhorita? Onde estou? Como sabes meu nome? - Minha visão estava turva.
- Flora, você está brincando, né? Sou a Luisa, sua amiga. Você deve estar passando mal. - Disse me levantando. - Você está pálida. Vou falar para o senhor Duarte que você não está bem e irei levá-la embora.
A moça então se prontificou e com passos rápidos se moveu pelo piso, que era totalmente limpo e fazia muito barulho em contato com o salto. Fui olhar para mim e lá estava eu com calças. Como assim? O que houve. Fiquei paralisada.
A moça loira então veio.

Nada além do depoisOnde histórias criam vida. Descubra agora