Capítulo 5.

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  Acordei com a minha avó abrindo as cortinas do quarto; os raios de sol invadiam todo o ambiente. Me espreguicei e fui direto pro banho, já que meu dever naquela manhã era comprar pães.
  Eu conhecia pouco da cidade, então antes de ir até a padaria,  passei na casa que Chris disse morar e torci para que fosse verdade. Ele apareceu na porta, sem camisa e de bermuda. Meu Deus! Ele tinha o abdômen mais bonito que eu já vi,  é inacreditável que a tal garota tenha esnobado ele,  não só pelo seu corpo, mas, Chris era tão legal, bonito e inteligente; talvez,  ele seja o garoto dos sonhos de qualquer uma.
  Convidei-o para ir comigo e assim fomos nós, conversando e rindo o caminho inteiro.  A padaria ficava na tal pracinha, onde ele tinha sido humilhado pela vadia, e confesso que era uma das pracinhas mais bonitas que já vi, mas Christopher estava totalmente constrangido e desconfortável naquele ambiente, pois todos ali tinham visto a cena:

-Julie... Nós podemos ir logo?
-Sim... Nós já vamos,  só uma pergunta.
-O quê?
- A vadia não está aqui não, né?
- Está,  o pai dela tem uma loja aqui. - disse ele apontando para uma loja de penhores.
- E qual é o nome dela?
- Marilla.
- E com esse nome horrível, ela zomba de você?  - ri - Me espere aqui.- disse e fui em direção à garota que estava na loja de penhores.

Entrei na loja; era bem rústica e tinha coisas interessantes á venda. Me aproximei do balcão, onde estava a suposta Marilla.

- Olá,  suponho que você seja Marilla.
- Sou eu mesma - ela sorriu.
- Então,  eu vim aqui para dizer... Que você é uma Vadia! E se brincar com o coração do Chris de novo eu mato você!  - eu disse gritando enquanto as pessoas que estavam na loja observavam.
- Escuta aqui, eu não sei quem você é,  mas não ouse falar assim comigo de novo.  - ela disse, saindo de trás do balcão.
- Ou? - eu disse, com deboche.

No mesmo instante em que eu disse isso ela pegou uma tesoura que estava no balcão,  fez um corte na gola da minha camiseta e rasgou-a com as mãos rapidamente. Fiquei totalmente envergonhada, pois lá estava eu,  de sutiã,  na frente de todos.
Chris veio até mim e me deu a camiseta que usava, vesti-a rapidamente  e antes de sair da loja levantei educadamente o dedo do meio para Marilla. Durante o caminho questionei o fato de Chris gostar de uma garota tão rude
-Como pode gostar dela? Ela é uma péssima pessoa e nem sequer é bonita! - eu disse gritando.
- Eu não posso controlar isso - ele riu, fraco - Talvez eu tenha fetiche por garotas marrentas- ele sorriu pra mim com malícia.
- Para com isso!- respondi e bati em seu ombro.

  Quando chegamos em casa, mais uma vez,  ouvi sermão da vovó. Me despedi de Christopher e fui para o quarto, precisava pensar um pouco.  Joguei-me na cama e contemplei o teto, tudo o que aconteceu nas últimas horas me passou pela cabeça; Marilla, humilhação em público... Mas, nada disso era tão ruim quanto as coisas que aconteciam no Colorado; até  porque, no Texas eu tinha o Christopher pra me socorrer e se preocupar.
Talvez nem tudo seja como eu quero, talvez seja bem melhor.

Chuva de Outono (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora