Corri e pulei em cima da Maya, que ainda dormia.
-MAYA! ACORDA!
-O quê houve?! - disse ela acordando assustada.
-A gente tem que ir!
-PRA ONDE, JULIE?! - gritou ela, confusa.
-PRO TEXAS!
-Julie, você tá louca? O que tá acontecendo?
-Não! Olha isso! - disse entregando-lhe o papel - Eu preciso ir!
-Ai! Meu! Deus! - disse ela passando os olhos pela folha.
-Temos que ir... - eu disse levantando - Agora!
-O quê?! - ela questionou - Não vamos á lugar nenhum! Você não vai á luga nenhum!
-Eu vou! Mesmo que não queira ir.
-Não! De jeito nenhum! Ele estava aqui, nos últimos 5 dias, e o que você fez? Desprezou o coitado. E agora vai atrás dele? - ela falava, se levantando.
-Sim! Eu vou! E pare de me julgar!
-Não! Você não vai! Isso não é justo com ele, muito menos com você. Você sabe que ainda não está bem!
-Se você não quer ver minha felicidade, Maya, o problema não é meu. Eu não vou ficar aqui, parada, esperando algum milagre acontecer! - eu disse e entrei no banheiro.
Eu sempre deixava algumas peças de roupas, pendurada em ganchos, atrás da porta. Me troquei rapidamente, lavei o rosto, escovei os dentes e assim, saí do quarto, peguei meus sapatos e antes que Maya, ou qualquer um, pudesse me questionar, eu já estava do lado de fora de casa. Eu precisava de um plano B, já que Maya não iria comigo. E eu já sabia exatamente o que eu ia fazer.
Antes de tudo, eu precisava comer algo, eu estava faminta e podia sentir meu estômago brigando por comida. Eu não podia ir tomar café na padaria do Sr.Billy, eles saberiam que eu estava lá, então segui para a um Starbucks, que ficava á umas 5 quadras dali. No caminho, liguei para Louis, um nerd que gostava de mim.
Uma vez, na sexta série, ele me comprou uma caixa de chocolates, presente de dia dos namorados, NÃO, nós nunca fomos namorados! E então, eu fiquei com tanto ódio daquele gesto que joguei os chocolates no chão, na frente dele. Sim, eu fui grosseira e hostil, mas dois dias depois eu me arrependi daquilo, então eu o chamei para conversar, pedi desculpas e dei um selinho para me redimir. Ele me disse que, para qualquer coisa que eu precisasse, eu podia ligar para ele. E foi assim que eu soube o que fazer naquela hora.
Pedi para que ele me encontrasse lá, na Starbucks, e quando e cheguei, ele já estava lá, na mesinha, me esperando.
-Julie! - disse ele, se levantando para me cumprimentar.
-Oi Louis! - sorri e abracei-o.
-Wow! Você continua linda, como sempre!
-E... Você está tão diferente, deixou o cabelo crescer, - eu disse, passando a mão em um de seus fios - ficou legal!
-Muito obrigado Srta. Ross...
-Por favor, não me chama de Srtz. - falei séria.
-Por quê?
-É uma longa história... - revirei os olhos.
-Posso ouvir você por horas!
-Okay... Mas podemos pedir alguma coisa? Estou morta de fome!
-Okay... - disse ele se levantando e indo até o balcão.
Esperei por alguns minutos e então veio Louis, com um Muffin de Blueberry, Toast de Presunto e Queijo e um Choco Chip para mim. Depois ele retornou ao balcão para pegar seu Brownie de Chocolate e Caramelo Macchiato.
-Melhorou? - ele sorriu.
-Muito obrigada... - sorri - Sabe, você nem devia estar sendo legal comigo porque eu..
-Hey!- ele interrompeu - Isso é passado, certo? Nós mudamos, amadurecemos, e agora, somos apenas bons amigos, tomando um bom café.
-Tem razão... - sorri fraco.
-Okay, agora, me conte sua longa história.
-Okay... Eu conheci um garoto, no Texas, nós ficamos e tal e ele me magoou, eu voltei pro Colorado, sofri um acidente quando ele estava aqui e eu simplesmente culpei ele. Fui uma idiota! Ele me deixou isso, - entreguei a carta de Chris para ele - depois que foi embora, e eu preciso consertar o que eu fiz!
-WOW! Essa carta é bem... -ele arregalou os olhos.
-Eu sei...
-Enfim, qual a minha contribuição? - ele disse, me fitando.
-Lembra do que aconteceu na sexta série? Depois que nos resolvemos?
-Sim, eu te disse que podia contar comigo, pra qualquer coisa.
-Espero que essas palavras sejam fixas, porque o que eu vou te pedir é muito grande.
-Claro que são fixas! - ele sorriu de lado.
-Preciso que me leve para o Texas.
-Sim.
-Como assim, sim? Você sabe que são quase 14h de viagem?
-A gente pode ir de avião.-ele sugeriu.
-Não posso... Gastei meu dinheiro com um vestido idiota.
-Eu pago!
-Não. De jeito nenhum. Só vou aceitar sua ajuda se formos de carro.
-Tudo bem.
-Tenho 70 dólares, isso pode ajudar com a gasolina. -eu disse abrindo minha bolsa.
-Você sabe que não preci...
-Não! - interrompi - Preciso que aceite o dinheiro, caso contrário, arrumarei outra pessoa pra me levar.
-Okay... - ele revirou os olhos.
-Okay. - entreguei-lhe o dinheiro.
-Quando vamos?
-Bom... Terei que fugir, então, esteja na porta da minha casa ás 4h da manhã.
-Okay, estarei.
-Não esqueça de levar algumas roupas e comida, eu farei o mesmo.
-Tudo bem.
-Agora, tenho que ir... - eu disse, me levantando da mesa.
-Tudo bem. - ele se levantou também.
-Muito obrigada, Louis.
-Isso não é nada.
-É sim! - beijei sua bochecha - Você é um grande amigo!
-Foi ótimo te ver novamente. -ele sorriu.
-Sim... - disse baixo - Agora, eu preciso mesmo, ir.
-Okay, tchau. Te mandarei uma mensagem quando eu estiver em sua porta.
-Okay, tchau. - disse acenando e saindo da cafeteria.
Voltei para casa, e lá estava um caos. Todos se concentravam na sala quando eu entrei pela porta da frente.
-Onde você estava, mocinha? - disse minha mãe, se levantando do sofá.
-Tomando café! - revirei os olhos.
-Você não estava no Sr.Billy. - disse Lucas.
-E aquela é a única padaria que existe no mundo?!
-Pensei que tivesse ido... -disse Maya.
-Vocês são loucos!
-Escuta aqui, -disse minha mãe - só estamos preocupados. Você saiu sem avisar, você ainda está machucada!
-Argh! - revirei os olhos - Já que agora eu devo satisfação de tudo, estarei no meu quarto. - eu disse e logo em seguida, subi para meu quarto.
Entrei, bati a porta. Peguei uma mochila, coloquei algumas peças de roupas e escondi-a o fundo do guarda roupas. Logo em seguida, me deitei na cama, eu precisava dormir para estar disposta ás 4h. Como não conseguia dormir, tomei um relaxante muscular, logo depois de programar o despertador do celular. E assim, eu apaguei, novamente.
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Chuva de Outono (Em Revisão)
Roman d'amour"Era como se eu fosse flor seca, que precisa da chuva para voltar a viver, e ele era a chuva que eu tanto precisava." "Algumas pessoas entram na nossa vida e viram tudo de ponta cabeça. Mas ela não era esse tipo de pessoa, ela foi quem deixou tudo...