Depois de alguns dias, voltei para casa. Eu estava bem melhor, só sentia um pouco de dor, nada mais.
Christopher estava hospedado na minha casa, depois do acidente, minha mãe achou que seria o mais generoso ao fazer, já que ele tinha "salvado a minha vida". Quando entrei pela porta da frente, Lucas e Chris estavam o sofá, jogando vídeo game, Christopher me fitou até eu subir para o meu quarto.
Me deitei em minha cama, Maya se sentou na poltrona:
-Não precisa de afligir, ele vai embora...
-Do que você tá falando?
-O Chris, a irmã dele vai levar ele embora...
-Hm, quando? - disse enquanto olhava minhas caixa de entrada, no celular.
-Hoje.
-Ótimo.
-Julie, isso não é certo...
-O quê?
-Tratar ele assim! Ele gosta de você! Não acho justo...
-Mas as escolhas são minhas.
-E o erro também.
-Para! - gritei - Para de me fazer acreditar que eu sou a errada!
-Esse é o problema! Você sempre acha que está certa! Mas não está!
-Chega Maya! - gritei e me levantei da cama.
-O que está fazendo?- disse ela me observando.
-Me livrando dessa discussão ridícula. - peguei meu casaco e segui em direção á porta.
-Julie! Onde vai? Você tem que repousar.
-É, eu tinha que fazer muita coisa, inclusive ser feliz, mas também não é possível. - bati a porta.
Desci as escadas e saí o mais rápido possível. Me senti em um banco, da pracinha que havia próximo á minha casa. O vento gelado invadia meus pulmões, purificando tudo dentro de mim, a paisagem, abandonada, me trazia paz. Lucas veio até mim.
-O que está fazendo? - Perguntou ele, sentando-se ao meu lado.
-Pensando...
-No que?
-Em tudo... - suspirei.
-Eu sei que tá difícil... - disse ele, acariciando meus cabelos.
-Eu não aguento mais essa cidade...
-E eu não aguento mais te ver assim. Eu conversei com o Christopher.
-Hm...
-Ele é um cara legal.
-Olha Lu... Eu vim até aqui para parar de pensar nisso por pelo menos 1 segundo. Não quero falar dele.
-Okay... Desculpa.
-Ta..
-Ta muito frio aqui, Ju.
-Eu não me importo.
-Mas eu sim.
-Pode voltar, se quiser.
-Eu não vou sair daqui, até você resolver entrar.
-Ta.. Eu entro.
E então fui arrastada para dentro de casa. Christopher não estava mais na sala.
-Onde ele foi? - perguntei.
-Arrumar as coisas.
-Ele vai mesmo?
-Sim.
Quando estava subindo para o meu quarto, Christopher estava descendo com sua mochila.
-Você já vai? - perguntei, baixo.
-Sim... Conseguiu o que queria. Feliz? - disse ele descendo os degraus.
-Chris... - falei, olhando para ele.
-O quê? - ele parou e me olhou de volta.
-Boa viagem... - ele revirou os olhos e seguiu, porta á fora.
Subi para o quarto, Maya ainda estava lá.
-Vou te deixar sozinha um pouco... Acho que você precisa...
-Obrigada... E, desculpa.
-Não foi nada. - ela fechou a porta e se foi.
Me deitei, o médico tinha me receitado relaxante muscular. Eu precisava dormir, então, ingeri dois comprimidos e apaguei.
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Chuva de Outono (Em Revisão)
Romance"Era como se eu fosse flor seca, que precisa da chuva para voltar a viver, e ele era a chuva que eu tanto precisava." "Algumas pessoas entram na nossa vida e viram tudo de ponta cabeça. Mas ela não era esse tipo de pessoa, ela foi quem deixou tudo...