Capítulo 29.

55 6 0
                                    


Eu estava sozinha, na mesma rua do acidente. Frio e escuro era aquele cenário. A rua deserta, novamente. Ouvi um barulho. Me virei e lá estava o carro, pronto para me acertar novamente.

Acordei assustada. Meu coração palpitava, enquanto processava em minha mente que aquilo foi apenas um sonho. Me sentei na cama e vi que Maya ainda estava dormindo. Ela estava cansada, assim como eu, então resolvi não acorda-la. Me levantei, fui ao banheiro fazer a higiene necessária e voltei para arrumar a cama.

Puxei a o edredon, para esticar o lençol. Peguei o travesseiro, e vi uma folha dobrada, embaixo do mesmo. Desdobrei cada parte da folha e então, vi que essa folha se tratava de uma carta, comecei a ler.

" Sra. Jullietta, ou talvez, agora tenha voltado a ser somente Srta.

Primeiramente, quero que saiba que só estou escrevendo isso porque eu á conheço o suficiente para saber que, depois do que houve, não irá mais responder minhas mensagens. E quero também, inicialmente, pedir desculpas por ter aparecido sem te avisar.

Sei que provavelmente, não vai acreditar no que eu vou dizer, ou simplesmente, ignorar cada palavra. Mas, eu e Marilla não tivemos nada! Absolutamente nada! Naquela noite, confesso, bebi mais do que meu corpo aguenta, ou mais do que eu já tinha bebido em qualquer festa. Eu estava totalmente zonzo e quando Marilla me agarrou no meio do salão, por 1 segundo, acreditei que fosse você, mas a pessoa que me beijava naquele momento, não tinha sua pureza, seu carisma e leveza. Não eram seus doces lábios, inocentes e delicados, tocando aos meus, e então eu á empurrei o mais longe que consegui. Não me lembro de mais nada após isso.

Me lembro de quando acordei no dia seguinte, eu estava com uma ressaca desgraçada, mas eu queria muito te ver. Então me levantei, tomei um banho e á caminho da sua casa, a ressaca parecia não me incomodar mais. Toquei a campainha da casa de sua avó e aguardei por longos 10 segundos, foi quando sua avó me atendeu, e então as piores palavras que eu pude ouvir foram "Ela voltou pro Colorado".

A primeira coisa que eu pensei em fazer, depois de todo aquele choque que eu tinha acabado de receber, foi ligar para o Bryan, que tinha nos dado carona até a festa, e então ele me disse que você tinha ido embora com a Maya. Toda a história, a partir daí, você já deve saber, porque eu sei que a Maya te contou o sobre nossas conversas.

Acontece que, depois disso, você não saiu mais da minha cabeça, e a única coisa que me deixava feliz, era me lembrar de cada momento que nós passamos juntos. Me lembro de um dia chuvoso, em que nós ficamos na minha casa, assistindo alguns filmes, e então você dormiu, apoiada no meu braço e por longas horas eu fiquei ali, somente te observando e pensando no quão incrível e linda você é. Suas bochechas, levemente rosadas, os lábios carnudos com o glós sabor amora que você tanto gosta, os cabelos bagunçados com perfeição e o seu perfume, que cheira á morango silvestre e framboesa.

Em um mês, você conseguiu ser o que eu nunca conseguir ter em uma única garota. E nos últimos dias, ver você me culpando pelo acidente e tudo mais me magoou de mais. Eu sei que você tem todos os motivos possíveis e impossíveis listados aí, na sua mente, e a única coisa que eu queria, era que você tivesse um motivo para me perdoar, esse é o motivo desta carta. Não, eu ainda não consigo decifrar tudo o que você faz ou pensa, e por isso, não espero que goste, que diga nada ou que simplesmente me perdoe por estar escrevendo esse monte de palavras poéticas, porque pode pensar que essas palavras não são totalmente minhas. Mas vou te dizer uma coisa, o Chris que, hoje, escreve essas palavras, não é o mesmo de meses atrás, eu mudei o jeito de pensar, agir e falar, e te agradeço muito por isso, Jullietta.

Me desculpe pelos erros de escrita, gramática ou qualquer outro tipo de coisa que eu não entendo, não sou um escritor brilhante como você.

Enfim, eu te amo muito Jullietta, obrigado por fazer parte da minha felicidade, sinto muito que não possa dizer o mesmo para mim e por isso, te desejo toda a felicidade do mundo, pequena.

-Chris"

Eu finalmente tinha percebido a besteira que eu tinha feito, e definitivamente, estava na hora de concertar.


Chuva de Outono (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora