Capítulo 10.

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No dia seguinte as coisas pareciam não ter mudado; ele ainda me olhava com olhos meigos e sorriso marcante, ainda brincava com meus defeitos e imperfeições, me elogiava sempre que podia e assim, parecia que aquele beijo nunca tinha acontecido. Eu estava feliz, pois, um dos meus maiores medos era perder a amizade por causa de um beijo, ou algo assim, e isso não aconteceu, só fortaleceu a nossa amizade, que agora podíamos chamar de "amizade colorida".
  No fim de tarde saímos para cavalgar nos terrenos do Sr.Phill, era um lindo pomar de macieiras, um amplo lugar para aproveitar. E depois fizemos algo que tinha virado nosso hobby; olhar as estrelas, acompanhados de álcool. Texas era um ótimo lugar para fazer isso, ainda mais nas pequenas cidadezinhas, onde prédios não habitavam. Apesar de ser outono, ainda era frequente a aparição de estrelas e aquilo nos fascinava; era apenas mais uma das coisas que tínhamos em comum.
  A melhor parte de tudo é que aquele beijo deu oportunidade para vários outros; roubar beijos um do outro tinha virado rotina, mas nós não queríamos assumir nada sério, para que as coisas não mudassem, então, simplesmente ficávamos naquele joguinho.
   As pessoas notavam que estávamos cada vez mais próximos e aquilo era só mais uma oportunidade da Marilla me constranger, ou me fazer ciúme,  que no caso era mais frequente. Algumas pessoas comentavam sobre nós, uns achavam que teria futuro, outros achavam infantil e tinham aqueles que diziam que nós estávamos apenas iludindo um ao outro, mas aquilo não importava, porque eu e o Chris sabíamos a relação que estávamos construindo.
Enfim...  Depois de alguns dias "juntos" as coisas foram ficando imprevisíveis e então aconteceu. Nós estávamos na casa dele, Chris não morava com os pais,  morava com sua irmã mais velha e naquela noite ela tinha ido para Orlando visitar os avós, ou seja, estávamos presentes somente eu e ele. Começamos jogando xadrez e então as coisas fugiram do controle; nós transamos pela primeira vez. Tínhamos maturidade o suficiente para ter um momento como aquele, então não me preocupei com as "principais causas da difamação na adolescência", e tudo o que houve foi fascinante. Eu queria ter adormecido em seu peito, como nos filmes, mas eu não podia fazer aquilo, tinha que voltar para casa. Então, assim que acabamos,  roubei-lhe mais alguns longos beijos, que não precisavam mais ser roubados, pois agora pertenciam à mim, me despedi de Chris e fui embora.
Eu mal podia dormir, estava feliz e os meus pensamentos me impediam de pregar os olhos.

Chuva de Outono (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora