Capítulo 32.

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Logo á frente avistei a rua de minha avó, que no caso, era a mesma rua de Chris. Passamos pela rua até chegar na casa da vovó. Eu sei, minha mãe devia estar furiosa comigo naquele momento, então eu tive uma ideia. Talvez se eu avisasse a vovó que eu estava lá, as coisas não ficariam tão pesadas para o meu lado quando minha mãe soubesse que eu estava lá, se bem que, Maya já deveria saber onde eu estava.

Mas algo que eu jamais esperava era que, quando eu sai, para seguir até a casa de Chris, um taxi estacionava na porta. Minha mãe e Maya desceram do carro. Como elas chegaram tão rápido? AVIÃO! Eu devia ter deixado o Louis pagar as passagens, assim não teria esse problema.

-Jullietta! - gritou, minha mãe, saindo do carro.

-Eu disse... - disse Maya, olhando para a minha mãe - Julie, por quê ta fazendo isso? - ela disse olhando para mim.

-Você vai voltar para casa agora, mocinha, onde está com a cabeça? - minha mãe disse e então, meus olhos se encheram de lágrimas.

-Vocês estragaram tudo! - falei - Tudo ia dar certo... - me sentei nos degraus de entrada.

-Julie... - disse Maya, se sentando ao meu lado - Desculpa, eu só fiquei preocupada com você...

-Você sabe que eu to bem! Sabe que não precisava fazer isso, você sabia onde eu tava! - solucei.

-Ahh, pare de chora. Vou falar com a sua avó, você tem 20 minutos. - disse minha mãe.

-Sério? - sorri.

-Sério. Mas só 20 minutos.

-OBRIGADA MÃE! -levantei-me e abracei-a.

Olhei para a Maya, que estava conversando com Louis, ela acentiu e assim segui para a casa do Chris. Aquela tarde estava fria, e as folhas, espalhadas na calçada, eram sopradas pela brisa. Andando mais um pouco, vi a casa que eu tanto procurava. A janela dele estava fechada, aliás todas as janelas da casa estavam fechadas, provavelmente, por causa da ventania.

Subi os pequenos três degraus da entrada, respirei fundo e com os olhos fechados toquei a campainha. Esperei 30 segundos e toquei novamente. E ele não atendeu a porta. O que eu mais temia que acontecesse, estava acontecendo, eu sabia que tinha magoado ele, ele não iria abrir a porta, nunca. Mas não desisti, até porque o desespero e as lágrimas, naquele momento, já tinha me consumido.

Eu batia na porta, com força, o que fazia com que meus braços, ainda doloridos por causa do acidente, doessem mais. Fiz isso durante um longo tempo, e quando eu não aguentei mais, eu me sentei, encostada na porta e me afoguei em lágrimas. Abaixei a cabeça, apoiando a testa nos joelhos e fiquei ali, pensando no que eu iria fazer, por um longo tempo.

Eu não tinha um plano B. Pra falar a verdade, eu não tinha nem um plano A. A única coisa que eu tinha pensado era em ir pro Texas, de carona, com uma pessoa que eu não via há anos. Essa foi uma das maiores idiotices que eu tinha feito. Mas então, eu pensei em um plano B. Eu tinha escrito uma carta, eu sei que eu não sou boa com palavras improvisadas, então a carta tinha sido feita pra quando Chris me atendesse. Mas já que isso não tinha acontecido, eu pensei em deixá-la na caixa do correio, mesmo que ele não me deixasse ler para ele, sei que uma hora ele iria ler.

Levantei a cabeça e me levantei, me virei e fitei a porta por um longo tempo, pensando se adiantaria tocar a campainha novamente ou não, e foi aí, que eu ouvi alguém gitando meu nome.

-JULIE? - me virei e vi que era Chris, que corria contra o vento, em direção á entrada de sua casa.

-Chris! - as lágrimas começaram a escorrer e eu corri na direção dele.

-O que você está fazendo aqui? - disse ele.

-Por favor, eu preciso que você me ouça! - solucei.

-Sim... Pode falar...

-Chris... - eu disse, desdobrando a carta que eu tinha escrito

" Há dois meses, eu me sentia sozinha, morta, ou qualquer outro sinônimo que você possa querer usar, e eu fui pega de surpresa quando, naquela tarde, você apareceu pra dançar comigo, na chuva. Acontece que depois disso, era incontrolável a vontade de querer te ver. E depois fomos ficando cada vez mais próximos, e eu já não me sentia mais sozinha, eu me sentia completa, ainda mais quando você me beijava, me elogiava ou até mesmo me fazia cóssegas.

Sei que não foi intencional, mas o beijo que deu na Marilla fez com que tudo em mim se explodisse, e eu não estou exagerando, não quando se trato do que eu sinto por você. Eu fiz uma péssima escolha, quando voltei para o Colorado, porque lá, os problemas eram muito piores que os daqui, e a pior parte era que eu não tinha ninguém para me fazer rir de tudo, alguém que transmitisse segurança e paz, eu não tinha mais você, isso foi o que mais me fez chorar.

Quando eu pensei que já tinha te superado, ou quando eu pelo menos conseguia mentir bem sobre meus sentimentos, você apareceu, aparentemente, no lugar e na hora errada. Esse foi o grande motivo de eu tanto te culpar por aquele acidente idiota, e eu sinto muito por ter sido essa idiota. Me desculpa também por ter te tratado super mal nos últimos dias, e por não ter dito o que eu tanto queria dizer, quando nos despedimos na escada.

A sua carta, foi a mais linda que eu já li em toda a minha vida, e eu queria dizer que os seus erros de gramática, escrita e tudo o que você não entende, nem foram tão graves assim. Algumas pessoas tem dons diferentes e especiais, o seu forte não é agir com palavras, mas sim com sentimentos e é isso que eu tanto admiro em você."

-Enfim, - continuei, sem ler a carta - eu sai de casa ás 4h da manhã, viajei 14h e to aqui pra te dizer que, eu era como flor seca, que precisa de chuva pra voltar a viver, e você foi a chuva que eu tanto precisava. Me desculpe por tudo, mas eu te amo Christopher.

E assim, a chuva começou a cair forte, mas eu não me incomodei, porque assim que acabei de falar, Christopher me beijou, como nunca tinha feito antes e assim tudo o que tínhamos passado valeu á pena, porque ao contrário do ditado popular, nós tinhamos criado o nosso ditado. "Depois do Sol, sempre vem a chuva."

O que aconteceu depois? Nós vivemos felizes para sempre. (kkkk) Brincadeira!

Como meus pais tinham se separado, e minha mãe buscava uma casa para nos mudarmos, finalmente encontramos a casa perfeita, e ela ficava ao lado da casa da vovó, no Texas, o que facilitou muito para mim e para o Chris. Maya e Lucas, finalmente assumiram um namoro sério, quando no aniversário dela, ele á presenteou com uma aliança. Nunca mais tive notícias do meu pai, que no caso, deixou de telefonar um mês que nos mudamos para o Texas.

Eu e o Chris? Bom, podemos dizer que houveram muitas danças na chuva depois disso.

"Eu era como flor seca, que precisa de chuva para voltar á viver, e ele era a chuva que eu tanto precisava."

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"Obrigada á todos que acompanharam cada capítulo. Comentem o que acharam do fim. ; ) "

Chuva de Outono (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora