Eram 20:16, eu estava terminando de me maquiar quando vi alguém entrando no meu quarto, era o Chris, nós iríamos para uma festa. Ele se sentou na cama e leu algumas de minhas revistas, me esperando. Quando acabamos, seguimos para a tal festa, Christopher e eu pegamos carona com alguns amigos dele.
A festa era num salão, que naquela noite, estava parecendo uma boate. Haviam pessoas dançando, bebidas, drogas e as meninas usavam saias mais curtas que roupas de boneca. Aquilo era uma catástrofe. Eu não sou santa, já fiz muita coisa errada, mas eu definitivamente nunca gostei desse tipo de coisa, não consigo ver graça em beber até cair ou se drogar. Eu gosto de saber o que estou vivendo, simplesmente isso.
Eu estava me sentindo sozinha, Christopher escolheu ficar com os amigos e eu acabei sobrando. Aquela era como as festas do Colorado, em que eu era convidada, um bando de gente com mente vazia, coração vazio, porém com os copos cheios, eu sempre ficava sozinha, porque meu ex só vinha falar comigo quando queria se mostrar.
Me sentei atrás da grande escada que havia lá , para evitar contato com aqueles bêbados, coloquei meus fones de ouvido e peguei uma garrafa de refrigerante para mim, já que não faria falta para ninguém. Depois de um tempo, me levantei e segui para o banheiro, mas entrando nele tive uma visão nada agradável; tinha uma garota e um garoto transando bem ali. Fechei a porta o mais rápido possível e corri. Subi para o segundo andar, e lá estava um banheiro totalmente vazio, pronto para ser usado.
Quando sai do banheiro, trombei com uma garota. Nós duas caímos no chão, o impacto foi grande:-Ah meu Deus! Me desculpe.
-Não foi nada! -ri- Tudo bem?
-Tudo bem, sim! Eu sou meio distraída.
-Normal, -sorri- também sou!
-Bom... Será que posso ficar com você? To bem sozinha.
-Claro! Será um prazer, porque, eu também to sozinha.
-Okay então.
-Vamos comigo procurar meu amiguinho colorido, -ri- quero me certificar de que ele está bem.
-Okay! À propósito, qual o seu nome?
-Julietta! Mas, me chame de Julie -sorri - e você?
-Maya! - ela retribuiu o sorriso.Então eu e Maya descemos as escadas e fomos procurar Christopher. Procuramos no jardim, na sala de jogos e estávamos procurando na multidão, que dançava, quando Maya perguntou:
-Julie, como ele é?
-Ele tem cabelos pretos e está com uma camisa branca, de mangas compridas.
-Acho que achei...-disse ela desanimada.Foi quando me virei e olhei para mesma direção que Maya, lá estava ele, beijando a Marilla. Naquele momento senti meus olhos se encherem, eu não sabia se as lágrimas eram de raiva ou dor, talvez as duas ao mesmo tempo, fiquei observando a cena por algum tempo e tomei uma decisão:
-Maya, -disse enxugando as lágrimas- você está de carro?
-Sim.
-Será que pode me levar para casa?
-Claro que posso... Vamos.
-Só um minuto, preciso falar com uma pessoa.Fui até Bryan, o amigo de Christopher que tinha nos dado carona:
-Oi Bryan, bom, eu estou indo embora...
-Mas e o Chris?
-Ele vai ficar.
-Okay Julie. Tchau, sempre que precisar é só chamar.
-Obrigada -sorri fraco.Segui em direção à rua, onde estava Maya, encostada em um Honda Civic preto. Entrei no carro e durante o caminho, evitei falar sobre o ocorrido, até que chegamos na porta de casa:
-Obrigada, ainda bem que te encontrei.
-Eu que digo. Sinto muito pelo seu namorado.
-Ele não é meu namorado, nem vai ser. Mas enfim.
-Que tal a gente sair amanhã?
-Acho que não vai dar. Mas, toma aqui meu número, - disse anotando em um bloquinho que eu tinha na bolsa e entregando-a - sempre que quiser, me liga. É provável que não nos vejamos por um tempo.
-Okay, boa noite Julie.
-Boa noite Maya.
Fechei a porta do carro e entrei em casa. Subi para o meu quarto e arrumei minhas malas, depois separei tudo e coloquei em um canto do quarto. Me deitei e chorei por um longo tempo.
Christopher foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, mas naquele momento, estava sendo a pior. Depois de tudo o que aconteceu, tudo o que passamos, todos aqueles momentos maravilhosos, ele estragou tudo, e o pior, tudo isso com a Marilla! Ele podia ter beijado qualquer uma, mas escolheu beijar ela.
Já tive muitas desilusões amorosas, mas aquela foi a pior, porque quem começou tudo foi ele, não eu. E agora, enfrentar a humilhação seria horrível, pois a Marilla ia jogar aquilo na minha cara.
Mas isso não ia acontecer, porque eu tinha tomado uma decisão, e definitivamente não era o que eu queria, mas o que eu precisava. Quando amanhecesse eu iria telefonar para mamãe e assim, vovó me levaria para o aeroporto. Eu iria voltar para o Colorado.
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Chuva de Outono (Em Revisão)
Romansa"Era como se eu fosse flor seca, que precisa da chuva para voltar a viver, e ele era a chuva que eu tanto precisava." "Algumas pessoas entram na nossa vida e viram tudo de ponta cabeça. Mas ela não era esse tipo de pessoa, ela foi quem deixou tudo...