Chris foi quem me acordou, nós tínhamos adormecido ali, no jardim, estaria tudo bem se eu não pensasse "Minha avó vai me matar!".
- Ai meu Deus, Christopher!
-Calma Julie...
-CALMA NADA! Eu tenho que ir... - sai correndo em direção à minha casa.
Quando cheguei, vovó estava na cozinha e felizmente ela não percebeu que eu havia chegado, então subi para o meu quarto. Eu tinha um ótimo plano; tomei um banho e me troquei, ela nunca descobriria que eu dormi fora de casa.
Desci as escadas como se não tivesse subido-as minutos antes, e então fui pega de surpresa.
-Onde passou a noite mocinha? -perguntou minha avó.
-Então... Eu e o Chris jantamos no jardim próximo à casa dele.
-E se era um jantar, por que não voltou para casa?
-Porque nos deitamos no gramado e...
-JULIETA! - ela me interrompeu- você não...
-NÃO VÓ! Nós só nos deitamos no gramado e ficamos olhando para as estrelas! Só! Nada demais!
-Espero que não esteja mentindo... Enfim, você tem que ir até o centro até as 14:00h.
-Por que?
-A moça da loja de fantasias ligou, sua roupa está pronta.
-AHHHH NÃO ACREDITO!- gritei alegremente- Eu vou agora mesmo!
Fui para a loja o mais rápido possível. Você deve estar se perguntando o por quê de eu precisar de uma fantasia, eu explico, Lily Janner, vizinha da minha avó, vai dar uma festa à fantasia hoje à noite e todos os adolescentes da vizinhança foram convidados.
Chegando na loja, esperei alguns segundos e quando vi a moça trazendo minha fantasia de Harley Quinn, surtei. Peguei a fantasia e voltei para casa, subi para meu quarto e liguei para Chris:
-ADIVINHA QUEM JÁ PEGOU A FANTASIA? -disse, entusiasmada, logo que ele atendeu.
-Que ótimo senhorita! É muito bom saber que você não morreu.
-É... -ri- ela achou que nós tínhamos...
-Ai meu Deus.
-Mas eu disse que não houve nada e acho que ela realmente acreditou.
-Okay, que horas posso passar aí?
- Umas 19:30. É o tempo de eu me arrumar.
-Ta bom então mocinha vaidosa.
-Não acredito, -ri- retire o que disse!
-Mas por que?
-Porque eu não sou esse tipo de menina. E é tão ridículo quando me chama de mocinha.
-Como assim?
-Eu sou uma raridade, o único tipo de menina que não se importa com maquiagem ou bobagens de menina.
-Tudo bem então, Julieta.
-TCHAU! A gente se fala Chris.
-Tchau.Algumas horas se passaram e quando eu olhei no relógio eram 18:57, eu estava terminando de me arrumar quando o telefone tocou:
-Alô? -perguntei ao telefone.
-JULIE! É a mamãe!
-Ahh...- disse revirando os olhos- O que houve?
-Então Julie, quando você quiser, pode voltar para casa...
-EU NÃO VOU VOLTAR!
-Mas Julie..
-NÃO! EU NUNCA ME SENTI TÃO VIVA QUANTO EU ME SINTO AQUI! AÍ É UM INFERNO, VOCÊ MAL FALA COMIGO E O PAPAI VIVE NO TRABALHO... EU NÃO VOU VOLTAR! - disse e por fim desliguei o telefone.
Terminei de me arrumar e às 19:37 a campainha tocou, eu já sabia quem era, então desci as escadas correndo e abri a porta.
-Wow! Senhor Potter! - disse rindo ao ver Chris fantasiado.
-Você está linda Julie.
-MUITO obrigada, agora.... Vamos?Fomos para a festa. Chegando lá vimos gente de todo o tipo, e havia muitas pessoas apertadas no mesmo lugar. Entramos na casa e subimos para a varanda, lá as coisa estavam mais calmas, e foi então que as coisas aconteceram.
-Chris, porque aquele dia, no celeiro, você fugiu?
-Bom... - riu envergonhado - Eu fui um idiota, eu nunca devia ter tentado te beijar....
-Por que não?
-Porque nós só podemos beijar pessoas quando elas querem, não podemos simplesmente sair beijando.
-E por que fugiu?
-Eu queria evitar aquilo, sabe, o constrangimento; não queria que me questionasse, nem nada. E é difícil ser recusado quando se gosta muito de uma pessoa sabia?
-E você ainda gosta de mim?
-Sim, não vou mentir, eu gosto muito de você, sei que faz pouco tempo que a gente se conheceu e tudo mais, mas, não adianta esconder, porque o que eu sinto por você é imenso e tem vezes que é quase impossível te olhar e não querer te beijar.
- Mas, agora...
- O quê?
- Você quer me beijar?
-Com certeza.Então eu sorri e o beijei; um beijo delicado e intenso. Tentar fugir do que eu sentia por Chris era inútil porque ele é tudo o que eu sempre quis num garoto. Ele sabia ser meigo e áspero, educado e informal, inteligente e infantil; o garoto dos meus sonhos, ele me trazia a auto-estima que eu nunca consegui ter, me procurava e me dava bronca quando preciso e talvez eu nunca vá encontrar alguém como ele.
Naquele instante o orgulho, medo e teimosia sumiram, o que me consumiu era algo que eu nunca tinha sentido e aquela era a melhor sensação de todas.
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Chuva de Outono (Em Revisão)
Romance"Era como se eu fosse flor seca, que precisa da chuva para voltar a viver, e ele era a chuva que eu tanto precisava." "Algumas pessoas entram na nossa vida e viram tudo de ponta cabeça. Mas ela não era esse tipo de pessoa, ela foi quem deixou tudo...