"Manuela, me beija?"

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Eu acordei na manhã seguinte sem o barulho irritante do meu despertador, e isso foi muito bom, mas então eu lembrei que eu não estava de férias ainda só estava com a perna quebrada e teria que ficar um tempinho em casa, o que não era tão ruim.

Me sentei na cama e peguei meu celular que estava no meu criado-mudo, eram 10:30h da manhã. Meus pais já haviam saído a muito tempo e Bernardo só chegaria lá pelo meio-dia, pelo o que ele me falou. Então me levantei e andei até minhas muletas, as peguei e ajeitei embaixo do meu braço. Fui até o banheiro do meu quarto e fiz minha rotina matinal, depois sai do quarto e desci a escada lentamente cheguei até o andar de baixo e fui em direção á cozinha, entrei e tomei um grande susto.

-Bom dia, Bela Adormecida- disse Bernardo com uma xícara rosa na mão

-Pelo menos não sou eu que estou segurando uma xícara rosa.- eu falei me sentando na mesa

-Nossa, saiba que isso é para você.

-Então, obrigada.

-De nada.- ele diz me entregando a xícara

-Por que você está aqui tão cedo?

-Só queria vir mais cedo.

-Mas e a escola? Você ainda vai para a escola, não é?!

-Vou, mas resolvi faltar hoje.

-Certo, mas eu quero saber mais sobre você, a gente não teve muito tempo para conversar.- eu digo tomando um gole do meu chocolate quente

-Verdade,  o que você quer saber?

-Primeiramente sua idade, uma coisa que você não me falou.

-Desculpa, eu tenho 16 anos e estou no segundo ano do Ensino Médio.

-Ata, já imaginava que você tivesse 16. E bem já que você está quase terminando, o que pretende fazer na faculdade?

-É complicado- ele diz passando a mão pela nuca meio sem graça

-Ué, me explica. Tempo eu tenho de sobra.

-Não é que meu pai quer que eu faça Administração para poder gerenciar nossa empresa, mas eu não gosto disso, eu queria fazer algo relacionado á música, mas meu pai fala que eu não tenho futuro.

Quando ele disse "música" meus olhos com certeza brilharam, essa é a palavra-chave para chamar a minha atenção, eu amo música mais do que tudo.

-Música, sério?!- eu perguntei animada

-Não tem futuro, né?- ele pergunta

-Claro que tem, mas é preciso trabalhar duro para isso. Meu sonho é trabalhar com música, mas meus pais querem que eu seja jornalista ou algo assim. O que eu realmente quero é ser uma empresária do ramo da música, ter uma gravadora, formar artistas.

-Isso é exatamente o que eu quero

-Podemos trabalhar juntos futuramente

-Essa não é a única coisa que podemos fazer juntos futuramente.- ele diz se encostando no balcão e me olhando

-O que você está insinuando?- eu disse arqueando a sobrancelha

-Nada, não deixa pra lá.

Eu continuei tomando meu chocolate quente em silêncio enquanto eu o observava e ele também me olhava.

-Sério que eu vou ter que ser sua babá durante um mês?- ele pergunta

-Sim, infelizmente para você. Mas por que essa preocupação?

-Eu não sei se vou aguentar.- ele diz abaixando a cabeça e a balançando negativamente

-Nossa é tão difícil assim apenas me olhar e pegar as coisas que eu te pedir para pegar?

-Manuela, você não entenderia- ele disse me olhando sério

-Me explique, como eu já disse eu tenho tempo de sobra.

-Não Manuela, esquece. Eu vou para a sala, se você precisar é só me chamar.

Ele saiu da cozinha e me deixou ali sem uma explicação sobre o por quê seria tão difícil ficar comigo, Meu Deus que loucura.

POV Bernardo

A Manuela nunca entenderia, só de ficar perto dela eu já enlouqueço, imagina passar um mês inteiro de tarde ficando com ela, eu vou pirar. Aqueles olhos castanhos escuros que parecem penetrar na sua alma, aquele sorriso tímido dela, o som da risada dela, e aqueles óculos pretos, ela fica tão fofa com eles, mesmo sendo a primeira vez que a vejo com eles já sei que a prefiro de óculos do que com lentes.

Sempre que olho para ela sinto uma vontade louca de beijá-la e ela nem imagina. O que eu acho mais maravilhoso é o fato dela ter me perdoado mesmo depois do que eu fiz, isso mostra que a Manu é a pessoa mais incrível do mundo. Eu não me arrependo completamente de a ter atropelado, se não tivesse o feito, nunca teria conhecido ela. Eu não queria que tivesse sido daquele jeito mas foi, e agora cá estou eu, com Manuela Gonzalez a primeira menina que realmente conseguiu me tirar do sério.

POV Manuela

Depois que ele saiu, eu me levantei e deixei a xícara na pia para mas tarde eu lavar. Saí da cozinha e fui até a escada, Bernardo se encontrava sentado no sofá assistindo televisão. Subi as escadas e entrei no meu quarto e me sentei na cama. Então me lembrei que agora eu tinha o número da Angelina e eu poderia conversar com ela. Peguei meu celular e procurei o contato dela, achei e escrevi uma mensagem.

Angel

Oi Angel, é a Manu. Só mandei mensagem para

avisar que encontrei o seu número.

Oi Manu! Que bom que você viu o papel.

A gente precisava conversar o mais rápido

possível.

Eu concordo, hoje a tarde você pode vir na

 minha casa?

Claro, estarei aí ás 14:00h. Beijos, tenho que ir senão

o professor vai pegar meu celular.

Certo, tchau.


A menina logo já não estava mais online, então eu não sabia o que fazer. Estava bem entediada, resolvi colocar música para relaxar um pouco. Eu coloquei na minha playlist do Revival, álbum da Selena Gomez(que aliás eu recomendo), me deitei na cama e fiquei cantarolando as músicas até chegar em Me & My Girls, a música mais latina do álbum e uma das minhas favoritas, eu me levantei e comecei a dançar com um pouco. Mas Bernardo me interrompeu quando abriu minha porta e cantou junto com o refrão:

-Me & My Girls.

Eu ri e nós começamos a dançar juntos até a música acabar e eu falar:

-Isso foi muito gay, sabia?

-Eu sei, mas essa música é muito contagiante, não é culpa minha.

-Então você gosta da Selena Gomez?

-Não é que eu goste dela, mas ela tem algumas músicas bem legais.

-Entendi.

Nos deitamos no chão do meu quarto já que a próxima música era menos animada, ele me encarava e eu o olhava de volta. Bernardo mordeu o lábio inferior e ele parecia meio confuso então eu perguntei:

-O quê foi? Você quer me dizer alguma coisa?

Ele continuava me olhando e então começou a passar a mão em minha bochecha suavemente. "Ele não está fazendo isso" eu pensei, ele quer me deixar louca só pode, isso é golpe baixo. Eu não aguentava mais, aquilo era tortura.

-Manuela, me beija?- ele disse se aproximando de mim lentamente





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