Eu não fiquei tão chocada com o resultado da consulta porque eu meio que sabia, mas eu me assustei e muito. Depois que o médico falou eu apenas respirei fundo e abaixei a cabeça, eu sou uma vergonha. Meus pais logo desmancharam o sorriso e se olharam parecendo desanpontados.
-E agora, como vai ser,doutor?- eu perguntei ainda com a cabeça baixa
-A senhorita terá que tomar alguns remédios e fazer consultas constantes com psicólogos.- ele respondeu
-Tem outro tipo de solução?- meu pai falou
-Bem, se vocês preferirem existe um tipo de programa onde adolescentes que têm problemas menos sérios...
-Cliníca de reabilitação para adolescentes- eu o interrompi
-Não é exatamente isso- o médico falou meio sem graça
-É sim- falei
-Para de interromper o doutor, filha.- disse minha mãe
-Desculpa.
-Tudo bem. Mas na verdade é isso mesmo, uma cliníca de reabilitação pra adolescentes. Eu só queria amenizar um pouco.
-Okay, mas acho melhor ficarmos apenas com os remédios mesmo- disse minha mãe
-Mãe, eu acho melhor eu ir para a cliníca.- eu disse
-O quê?!- meus pais gritaram juntos
-Pensem bem, lá eu vou poder conversar com pessoas que estão passando peo mesmo que eu, ter ajuda médica que preciso, ficar um pouco longe de todo o stress.
-Mais tarde a gente conversa sobre isso, Manuela- falou meu pai
Meus pais continuaram conversando com o médico mas eu fiquei só pensando. A cliníca pode ser o melhor para mim, tudo isso que eu estou tendo, como o desmaio e o transtorno de bipolaridade é culpa de todo o stress e pressão que tenho passado. Essa é uma resposta do meu corpo que está pedindo ajuda.
Meu celular e eu fui atender enquanto eles ainda conversavam sobre mim. Eu sai da sala de espera e fui até um pequeno jardim onde tinha um parquinho para as crianças, me sentei em um dos balanços e atendi a ligação.
Ligação on
-Oi Manu- essa voz, só pode ser uma pessoa
-Oi Renato- falei sorrindo
-Tudo bem?- ele falou parecendo preocupado
-É mais ou menos. A consulta acabou agora a pouco.
-Mas e aí?
-Eu sempre disse que eu era bipolar, mas era na brincadeira. Não sabia que isso era realmente verdade.
-Você sofre de transtornos de bipolaridade?
-De acordo com o médico, sim.
-Meu Deus, como eu queria te dar um abraço agora.
-Eu realmente queria um abraço agora.
-Então, olha para trás.
Ligação off
Quando ele falou isso, eu simplesmente paralisei. Ele está atrás de mim? O Renato está aqui? Bem, só virando para descobrir e foi o que eu fiz. Eu virei devagar e lá estava ele, com seus jeans, blusa branca e jaqueta de couro. Me levantei e fui mancando rapidamente. Ele abriu os braços e eu o abracei tão forte que nós quase caímos.
-Renato, o que você está fazendo aqui?- eu falei ainda o abraçando
-Isso foi um pequeno plano entre meus pais e os seus.- ele falou me apertando bem forte
-Você é meu presente de aniversário ou algo assim? Porque se for eu vou ficar bem feliz.
-Como eu senti falta dessas ideias malucas, Manu.- ele falou rindo
-Eu senti muito a sua falta, sério.
-Eu também senti sua falta, Manu. Agora vamos encontrar seus pais.- ele falou pegando minha mão
-Mas e os seus pais? Cadê eles?
-Eles estão procurando casas para qaundo a gente se mudar, sabe. Mais tarde nós vamos nos encontrar.
-Tá bom.
Eu e Renato fomos até a sala de espera onde meus pais já estavam se despendindo do médico, enquanto eles falavam com Renato eu resolvi falar um coisa com o médico.
-Doutor, o senhor acha que meu problema é muito sério?
-Manuela, não precisa se preocupar. É normal essas coisas acontecerem com adolescentes. O stress, a pressão, os hormônios, tudo isso contribuiu mas vai ficar tudo bem.
Agradeci ao médico e fui ao encontro dos meus pais. Naquele momento, nós não conversamos sobre meu problema com bipolaridade, já que Renato estava ali e meus pais não queriam me pressionar. Nós saímos e meus pais deixaram eu e Renato na minha casa.
Eu mostrei minha casa e falei sobre todos os planos para a minha festa e ele também falou sobre a mudança e tudo mais, naquela hora nós não estavámos prontos para conversar sobre um assunto que em algum momento precisava ser conversado:o nosso reacionamento.Eu lembro quando ele tentou falar sobre isso pelo telefone mas eu o cortei, porque eu estava confusa, quer dizer estou confusa.
-Eu já volto, eu só vou contar para as minhas amigas o que aconteceu.- eu falei
-Suas amigas podem esperar, eu tenho que perguntar uma coisa- quando ele disse isso, eu gelei por completo
-O quê?- perguntei tentando parecer tranquila
-O que aconteceu com a sua perna? Você não me contou até hoje.
Eu continuei paralisada, porque perna quebrada foi uma coisa que aconteceu depois de um pedido de namoro e eu não queria citar isso, então eu tinha que dar uma enrolada nele.
-Desculpa mas eu realmente tenho que falar com as minhas amigas, já volto.
Eu subi meio rápido as escadas e peguei meu celular avisando as minhas amigas o mais rápido possível, e para as mais próximas como a Juliana, Didi, Maddu e Sofia eu citei a parte do Renato, porque elas todas sabiam da minha confusão.Já tinha mandado mensagem para todas e quando saí do meu quarto dei de cara com Renato no corredor.
-Então podemos conversar agora?- ele perguntou
-Renato, tem uma coisa mais importante que minha perna.
-O quê? O fato disso ter acontecido depois de um pedido de namoro para um tal de Davi e o atropelador ser o Bernardo um cara que ficou na sua casa sozinho com você por alguns dias, Manuela?
Quando ele terminou de falar eu já estava com o queixo caído. Como ele sabe...? Óbvio, meus pais devem ter contado tudo sem querer achando que eu já tinha falado com ele sobre isso. Merda.
-Er...
-Manuela, se você tivesse conversado comigo saberia que eu nem me importo com tudo isso, já que eu tenho uma namorada, mas você nem se importa com a minha opinião, não é?!
-Na-namorada?!- eu gaguejei
Olá pessoas! Eu só tenho um pequeno aviso para vocês:
Estou fazendo mudanças nos primeiros capítuos do livro, porque percebi que eles estão muito curtos e agora relendo eles, eu não gosto e como sou a escritora tenho que gostar do que eu escrevo, então estou fazendo modificações. Aliás, o primeiro capítulo já está alterado, se vocês quiserem podem ir lá conferir mas não se preocupem não vou mudar o conteúdo geral da história, estou apenas acrescentando detalhes.
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Sobrevivendo à Adolescência
Teen FictionEssa é a história de Manuela, uma adolescente de 14 anos, que mesmo com a pouca idade passa por várias mudanças e emoções diferentes. Ela muda de cidade e se sente triste por deixar seus amigos e ter de terminar seu namoro, mas na nova cidade ela p...