Sobrevivendo à Adolescência

O recomeço

2 MESES MAIS TARDE.

POV Narrador 

Manuela não acreditava, finalmente estava em casa. Finalmente ela estava bem e podia acreditar em si mesma sem se preocupar. Depois desse merecido tempo fora ela conseguiu pensar em tudo que ocorreu em sua vida e acha que está pronta para tomar uma decisão em relação a tudo. Agora ela sabe que o passado é o passado e o que importa é o agora. Nesses dois meses na reabilitação aprendeu muito sobre si mesma, sobre seus pensamentos mais profundos, suas inseguranças e segredos mais obscuros, mas além disso aprendeu a ter controle sobre isso tudo e isso foi a melhor coisa que já lhe aconteceu. Sentir-se livre foi a melhor coisa de todas. Porém existem outras coisas além de Manuela, não é?! Por isso que também vou contar um pouco de como foram esses dois meses para outras pessoas.

 Bem começando por Sofia, essa garota já estava ficando louca de ansiedade porque o seu especial aniversário de 15 anos já estava chegando e esses meses foram completamente voltados á preparação dos detalhes de sua festa. Já seu primo, Davi, estava mais concentrado na escola e nos esportes, para ser mais específico, no futebol, já que seu sonho era ser um grande jogador, além disso ele não pensava muito em Manuela, porque sabia que eles estavam melhores separados. No entanto, Bernardo pensava completamente o contrário, ele estava doido para reencontrá-la, mas também estava muito focado na sua maior paixão, a música. Renato estava pronto para ter uma conversa com Manu, já que tinha tomado uma enorme decisão, uma decisão que poderia destruir o futuro dos dois juntos. Angelina não se importava com nada, como sempre. 

POV Manuela

Quando pisei no gramado de minha casa eu senti um alivio enorme. Graças a Deus, estava em casa. Feliz, saudável e saltitante, já que tirei aquele bendito gesso com um médico da reabilitação, eu não aguentava mais aquilo. Entrei em casa e olhei tudo, como senti saudades. Durante o caminho contei tudo aos meus pais e pude perceber como eles estavam felizes por mim e também quase pulei de felicidade quando vi meus amigos saindo de trás do balcão da cozinha. 

-Meu Deus, o que é isso?- falei chocada.

-Surpresa, Manu.-Sofia disse vindo me abraçar.

Todo mundo estava aqui, Sofia, Bernardo, meus amigos da escola e Davi. Sim, Davi, mas sem problemas, nós já tivemos problemas e acredito que tudo já foi esquecido durante esses dois meses, porque antes de tudo aquilo, ele era meu amigo e continua sendo. Cumprimentei todo e quando me dei conta meus pais tinham saído e Sofia me explicou que aquela seria a nossa tarde, sem interrupções e apenas sorri em consentimento.

Nos divertimos muito, muito mesmo. Ninguém me perguntou absolutamente nada sobre a reabilitação, apenas me atualizaram sobre tudo e foi melhor assim, porque eu prefiro guardar essa experiência de "intercâmbio" só para mim, por enquanto. Obviamente Sofia ficou maluca, porque eu tinha muito pouco tempo para aprender a coreografia da valsa. Por isso ela fez questão de me mostrar ela umas milhões de vezes, mas a vida segue, né?!

Eu já estava pegando os passos quando lembrei que eu teria que dançar com Davi, pelo menos esse era o combinado. Eu olhei para ele e pensei que seria no mínimo estranho.

-Não precisa ser com ele, se você não quiser.-Sofia disse me olhando.

-Oi?!- disse confusa.

-Você não precisa dançar com o Davi. 

-Não tem problema eu dançar com ele, o problema vai ser a reação da namorada ciumenta dele.

-Hahaha, eu concordo. Ela vai ficar bolada, mas nunca vai tomar o seu lugar nessa dança, acredite.

-Obrigada. Agora vamos continuar logo com isso, eu tô adorando sentir a minha perna de novo.- falei rindo. 

Depois daquele dia tão maravilhoso, teve uma noite igualmente perfeita. As estrelas brilhavam mais que o normal e a lua estava cheia. Me deitei no pano que tinha no gramado do quintal de trás e fiquei admirando o céu, até que Sofia e Bernardo aparecem e se deitam do meu lado.