Jovem Amor

23. Confiar? - Giovanni

Mantive nosso abraço por um tempo. A forma como que ela me apertava revelava seu receio em me perder, no meu íntimo eu sentia o mesmo. Decidi dar um voto de confiança a Emily e sua história maluca. Talvez eu fosse um tolo, contudo meu coração não estava pronto para deixá-la ir.

Ficamos um nos braços do outro um longo tempo em silêncio, de certa forma ainda havia restos de mágoas decorrentes dos gritos atirados como dardos venenosos. Lamentei ter sido tão ríspido.

Ao poucos meu coração se acalmou e dissipou as desconfianças, beijei-a novamente como um pedido de desculpa. Ela sorriu de modo aliviado. Eu acreditava em seu amor, por isso resolvi que chegara a hora de fazer o convite que a colocaria como parte de minha família:

— Sábado é aniversário da minha mãe, eu gostaria que fosse comigo. Quero te apresentar à minha família.

— Família?

Seus olhos fitavam-me pasmados como se nunca tivesse esperado que eu fosse capaz de fazer-lhe tal convite. Talvez ela pensasse que fosse cedo, pois namorávamos há menos de dois meses, contudo a queria cada vez mais envolvida comigo e não me preocupava em apresentá-la à minha família.

— Sim, eu tenho família. — brinquei na tentativa de ter alguma resposta positiva. — Vai comigo no sábado?

Ela acenou de modo positivo. Sorri aliviado, seria um passo muito importante eu tê-la próxima à minha família. Só esperava que todos gostassem dela tanto quanto eu e que não estivesse sendo um tolo cego em acreditar em sua história confusa.

Suspirei cansado. Deveria dar mais crédito a Emily, afinal quando somos jovens fazemos muitas idiotices sem perceber como podem trazer consequências negativas para nós mesmos. No entanto, estaria com meus olhos, muito bem abertos, voltados para Gustavo e se ele me desse qualquer razão para desconfiar de suas intenções com minha namorada, eu tomaria alguma resolução.