12. Oceano - Giovanni

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Deitado na cama de solteiro da pousada, no quarto escuro e sozinho não conseguia parar de pensar que Emily estava nessa mesma pousada.

Quando pensei que teria as longas férias de verão para colocar minha cabeça no lugar e mandar as tentações para longe, o destino que prega uma peça.

A lembrança de Emily, assim que eu e Pedro chegamos ao curso de mergulho, de seu corpo apenas coberto por um biquíni e uma saia curta, o cabelo para o lado deixando a mostra suas costas e uma tatuagem sensual de três estrelas, que até então eu desconhecia, ainda me preenchia com desejo.

No momento, soube que sair disso ileso seria quase impossível, embora eu iria me esforçar para agir como a adulto responsável que era.

Ao menos nossa conversa agora a noite correu de modo tranquilo, e saber um pouco mais sobre ela me fez vê-la como a aluna jovem que ela era. A garota que ainda tem mágoa por sua mãe estar longe e que tem uma relação dúbia com seu melhor amigo. Se eu me agarrasse a essa ideia poderia sair com minha consciência ilesa desse final de semana.

****

Ao amanhecer pegamos uma escuna para chegarmos ao lugar dos mergulhos no oceano. Tomei conta de meu grupo de aluno, e tentei ignorar ao máximo a presença de Emily naquele mesmo ambiente.

Todos já estavam na água e começavam a se tornarem independentes. Emergi e me surpreendi ao perceber Emily ainda na escuna, ela olhava com medo para água e permanecia parada agarrada com as mãos na beirada da escuna como se estivesse congelada.

Achei a cena encantadora e ri ao me aproximar.

— Venha, é normal ter medo. — disse ao escorar-me na escada. Ela acenou em negativo com a cabeça. — Desça que eu te seguro. Não se preocupe, ficarei todo tempo ao seu lado.

Seus olhos mantiveram-se aos meus por segundos, então ela esticou a mão e me deixou puxá-la para a água. Perceber sua respiração ansiosa me fez querer deixá-la em segurança e vê-la finalmente como uma aluna.

Aliviado por essa sensação em meu peito, eu a ajudei a mergulhar e me mantive próximo a ela como prometi, enquanto também orientava os meus alunos.

Mas quando voltamos a escuna e Emily sorriu-me agradecida, percebi como seus olhos brilhavam como se ainda estivessem envolvidos pela sensação mágica de mergulhar e eu me percebi fraquejar novamente.

Consciente de meu coração acelerado eu me mantive longe dela durante o retorno para a pousada e decidi que não sairia mais de meu quarto até o próximo amanhecer quando eu voltaria para meu apartamento e assim não tinha como acontecer nada que eu me arrependesse depois.

Pedro entrou no quarto animado. Ele arrumava sua roupa para a festa de logo mais.

— Não vai à festa? — ele me observou intrigado.

— Desta vez você não vai conseguir me tirar do quarto. — comentei aborrecido ao recordar da outra vez em que ele me deixou no sofá para poder ficar com uma aluna.

— Não se preocupe, eu sou bom em encontrar outros lugares. — ele sorriu malicioso ao jogar em minha direção uma camisa. — Te vi ontem no sofá cheio de conversa com a ruiva e hoje você não desgrudou dela durante o mergulho.

— Ela estava com medo fui solicito. — tentei me defender.

— Me conta outra, Giovanni. Você está investindo na ruiva.

— Claro que não! — elevei minha voz.

— Festas são ótimas opções para ter sucesso. — ele disse ao me encarar. — Tem certeza que não vai?

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