25. Um passo adiante - Giovanni

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A visita de Emily à minha família transcorreu melhor do que eu imaginara, até nos depararmos frente a frente com minha mãe. De modo injusto minha mãe criara um preconceito sobre Emily sem a ter conhecido. Mas decidi que não deixaria isso azedar meu dia.

Surpreendi-me ao sentir vontade de fazer algo que evitava há pelo menos cinco anos: subir com meu irmão na goiabeira e tirar frutas para os parentes. Emily sorria contente quando aceitou o desafio de um primo em subir também, temi que ela caísse, contudo ela apresentou bom equilíbrio. Meu pai agradou-se rapidamente dela e a carregou juntamente com Nina para ver os animais do sítio. O modo como Emily parecia completamente a vontade com minha família, menos minha mãe, trouxe-me mais alegrias ainda.

Meus pais se mudaram para o sitio só há uns anos, assim visitá-los passou a ser um momento descontraído e gratificante, até Rebeca começar a implicar com isso.

Quando nos despedíamos, Giordana sorriu implicante:

— Achei que não soubesse mais subir em árvores. — Fazia muito tempo que não me divertia tanto. — confidenciei com o coração leve.

— Sua namorada parece partilhar dessa ideia. — Giordana disse em um sussurro para Emily que se despedia de meu pai não ouvisse. — Ela até pode ser nova, mas acho que está mais feliz com ela do que era com Rebeca.

— Começo de namoro é assim. — analisei Emily com um aperto no coração. — Só espero que ela não mude como aconteceu com Rebeca.

— Rebeca não mudou. — sua fala me causou surpresa, ele apoiou a mão em meu ombro para continuar com seus cochichos. — Sinceramente ela sempre foi uma chata preocupada com a aparência, só você não percebia. Quando que ela iria deixá-lo subir numa árvore sem reclamar que estragaria sua roupa ou ousaria chegar perto do galinheiro e da vaca? Nunca!

Acenei de acordo. Giordana tinha razão, Rebeca nunca gostara das mesmas coisas que eu. Só espera que eu não estivesse também cego sobre Emily.

Com tudo dando certo, e até o desculpar-se de minha mãe, o retorno do sítio foi descontraído. Eu e Emily cantávamos uma música tocada no rádio do carro. Sua voz, assim como a minha, não era perfeitamente sonora para cantar, entretanto agradava-me partilhar com ela estes momentos de inabilidade. Acompanhei seu canto, erramos a letra da música e rimos.

Tive que subir com Nina no colo até o apartamento, pois ela acordou cambaleando de sono e não pude evitar dar-lhe conforto em meus braços. Rebeca me esperava na porta impaciente e reclamou quando coloquei Nina sobre a cama:

— Ela está coberta de terra. Terei que acordá-la para dar-lhe um banho. — Como Giordana estava certa! Pensei comigo contente.

— As crianças se sujam quando se divertem num sítio. — impliquei ao sair enquanto Rebeca me fuzilava com os olhos. Diverti-me com seu mau humor.

Emily me esperava no carro. Anoitecera há poucos minutos, queria tê-la ainda ao meu lado, talvez pudéssemos ir ao cinema. Aceitaria qualquer escolha de filme que ela propusesse, pois tinha me acompanhado a tarde toda num programa de minha preferência.

Ela abriu a opção para eu escolher. Analisei-a com os olhos, só tinha uma coisa que desejava há muito tempo e decidi fazer uma tentativa sutil, para sondar até onde ela estava disposta a aceitar minha escolha.

Quando ela aceitou minha proposta não pude evitar sorrir largamente, sentia-me como um tolo que poderia ganhar um presente. Ela aceitar ir sozinha ao meu apartamento não me dava nenhuma garantia de finalmente tê-la em meus braços, todavia aumentava as chances. Ela não era uma garota inocente e tinha grande destreza em evitar se encontrar comigo em lugares muito reservados, certificando-se que Nina ou seu inconveniente amigo estivessem conosco quando estávamos em meu apartamento ou no dela e tratava de esquivar-se de meus beijos quando eles poderiam nos levar ao sexo.

Dirigi até a locadora no automático, pois minha ânsia de desejá-la mais próxima a mim dominava minha mente.




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