A Batalha

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Olá para todos os leitores de "Aquela Noite"! Gostaria de agradecê-los por lerem minha história. Quando comecei a escrever somente tinha a certeza que eu seria o primeiro leitor, jamais sonharia que tantas pessoas a leriam e gostariam dessa forma diferente e esquisita de escrita rápida, onde o mais importante é a história, deixando boa parte dos detalhes para a imaginação de quem lê. Como um quadro ou uma poesia que terá sua avaliação diferente dependendo da pessoa.

Eu irei retirar este livro do Wattpad no dia 15 de Junho, pois realizarei um sonho. Publicarei esta história e estarei com ela na Próxima Bienal Internacional do livro em São Paulo.

Caso alguém não consiga terminar a leitura até este dia, entre em contato comigo e será uma satisfação minha enviar o restante dos capítulos por e-mail.

Estou postando a continuação aqui no Wattpad (A Última Original), espero que possamos continuar nos divertindo, eu ao escrever e vocês ao ler.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

Quem quiser acompanhar a página do livro acessem o link: https://www.facebook.com/aquelanoite2016/  

Fábio Vera Cruz

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Estava sentindo um misto de ansiedade e medo pela proximidade da batalha, eu olhava para as centenas de pessoas aglomeradas, o peso de suas vidas estava em minhas costas. Arthur Montenegro desligou toda e qualquer comunicação, internet redes celulares. Nada funcionava. Todo cuidado era pouco em se tratando de espionagens. Passei todo o dia seguinte à nossa chegada conversando com cada representante dos clãs e dos grupos de barracas. Notei que a grande maioria era de clãs locais, mas também pude notar pessoas de todos os cantos do país. Alguns deles tinham viajado por dois dias até chegarem aqui.

- Estou com medo Douglas. – Falei enquanto segurava suas mãos quentes. Estávamos fora da barraca, sentados em um tronco velho, contemplando as estrelas e tomando chá, dessa vez o bebíamos quente.

- Isso é bom! Prova que você é humana. Não sabemos o que estará por vir. Pelo o que você me falou hoje mais cedo pode dar certo sim! Já me sinto com mais energia.

Nos abraçamos e nos beijamos como se fosse a nossa despedida. A noite estava fria, nuvens distantes armavam uma chuva pesada. Olhei para a barraca, tia Anne já dormia enquanto Diego jogava no celular. De repente ouvimos a sirene. Todos saíam de suas barracas, em alerta. Arthur Montenegro apareceu no alto de seu deck anunciando a chegada dos vampiros. Olhei novamente para a mata, a princípio vi apenas alguns entrarem a céu aberto, logo mais parecia uma mancha negra invadindo o território. Não conseguia mensurar a quantidade, eram milhares deles. Eles entravam esperavam. Vinham por três lados diferentes pela mata.

- Parece que enviaram todos os peões. – Senhor Arthur apareceu de repente ao meu lado.

- O que eles esperam? – Perguntei.

- Sabendo de nossa fraqueza, talvez tenham enviado um vampiro da nobreza. Eles adoram esse tipo de massacre.

Olhei novamente, eles vinham andando calmamente em nossa direção, cada vez mais deles saíam da floresta.

- Existe uma nobreza? – Olhei novamente para o Arthur.

- Entre os vampiros mais antigos, existe um clã que se auto-declaram os nobres. Provavelmente foram eles ou algum deles que disseminaram o vampirismo neste país. Eles são muito mais organizados e dependentes de uma liderança do que nós.

- Será uma batalha dura. Não será?

- Pior do que eu poderia imaginar. Mas se ganharmos aqui teremos uma enorme vantagem. Mais clãs lobisomens irão aderir à nossa causa.

Agora eles estavam a apenas cem metros de distância de nós, um deles destacou-se e veio em nosso encontro. Ele vestia um sobretudo preto, parecia ter um metro e oitenta de altura mais ou menos, e longos cabelos ruivos.

- Eu não compreendo. Não compreendo mesmo! Se queria se render porque trouxe tantos lobisomens para sua casa Arthur Montenegro? – Falou o vampiro.

- Todos nós queremos trégua, Somos pacíficos. Vocês poderiam nos deixar viver em paz?

- Ora, ora, ora. Eu não imaginava que tinham tantos de vocês. Trouxe comigo apenas meus guarda-costas. Para aceitarmos sua proposta de trégua queremos que lutem entre si até sobrarem, digamos... Uns trinta de vocês. Será muito divertido assistir. O que farão? Lutarão com espadas? Atirarão uns nos outros com balas de prata?

- Não podemos aceitar isso! Não queremos mais a guerra. – Eu gritei ao lado de Arthur.

- Quem essa lobinha pensa que é? – O vampiro comentou enquanto ria.

- Eu sou aquela que irá te matar. – Falei furiosa. Eu pude vê-lo ficar mais escuro, seu corpo transformou-se. Era como se fosse feito de centenas de morcegos, que logo voaram em minha direção mordendo-me e ao Senhor Arthur. Logo se uniram na minha frente, formando novamente o corpo do vampiro.

- E como fará isso espertinha? – Ele arranhava meu rosto com sua unha grande e afiada, tirando meu sangue e o experimentando.

Me transformei mais rapidamente do que tinha feito em toda a minha vida, enquanto o vampiro estava confuso e sem saber côo eu tinha me transfromado, arranquei sua cabeça, esmagando-a com uma de minhas mãos.

- QUE TAL DESSA FORMA SEU VAMPIRO IMUNDO! - Gritei usando minha voz Suprema. Olhei ao redor, todos os lobisomens estavam transformando-se. Este era o meu sinal.

Neste momento dezenas de caçadores saíram da mata fazendo os vampiros ficarem entre eles e nós. Eles tinham conseguido ficar "invisíveis" à passagem de milhares de vampiros. Em determinado momento eu perguntaria ao Leonardo como eles conseguiam fazer aquilo. Olhei novamente para o nosso lado, vi a transformação de tia Anne pela primeira vez, uma lobisomem albina de olhos azuis. Linda! Todos esperavam meu comando. Parti em direção aos vampiros, uns corriam em direção aos caçadores, mas eram abatidos com estacas lançadas por uma espécie de besta. Outros tentavam lutar, mas quando transformados os lobisomens são muito mais fortes. Nosso sangue estava impregnado de alho, o que não matava os vampiros, mas os deixavam tontos ao nos morder. Em algum momento da batalha percebi Douglas e Diego lutando juntos, enquanto Douglas os matava rapidamente, Diego parecia se divertir, arrancando os membros dos vampiros antes de acabar com eles.

Também sofríamos muitas baixas do nosso lado, ao perceber que eram mais fracos que um lobisomem, começaram a atacar em grupo, preferiam atacar os lobisomens que estavam mais afastados do grupo principal.

Fui em direção a um enorme grupo de vampiros e direcionei meu gás sonífero, ele usava muito de minha energia, mas foi providencial. Acabei acertando um lobisomem sem querer, mas de alguma forma eu desejei que ele acordasse e funcionou, logo o vi levantando-se. Mais uma coisa que eu não sabia que era capaz de fazer.

Depois de vários minutos de batalha, não sei ao certo, tínhamos a vitória. Alguns vampiros fugiram, mas a grande maioria tinha caído hoje. Eu olhava para os lobisomens restantes, quase todos sobreviveram. Seus olhos já não tinham medo. Olhavam para mim, hesitantes por um momento, depois de alguns segundos vieram os primeiros uivos, depois todos estavam uivando e ajoelhando-se em minha direção. Olhei para os caçadores, eles batiam palmas e se abraçavam comemorando. Eu sabia que esta tinha sido apenas a primeira batalha. Agora os vampiros não seriam mais tão negligentes ao nosso respeito, agora sabem que podemos nos transformar sem ser noite de lua cheia. Não vou dar tempo para pensarem sobre isso. Agora seria nossa vez de atacarmos. Atacaremos em plena luz do dia. Sabíamos onde eram seus principais covis. Cortesia dos caçadores. Estávamos indo buscar nossa paz. Nem que tivéssemos que arrancá-la à força.

Aquela Noite...Onde histórias criam vida. Descubra agora