Aquela Noite...

Leonardo

Olá para todos os leitores de "Aquela Noite"! Gostaria de agradecê-los por lerem minha história. Quando comecei a escrever somente tinha a certeza que eu seria o primeiro leitor, jamais sonharia que tantas pessoas a leriam e gostariam dessa forma diferente e esquisita de escrita rápida, onde o mais importante é a história, deixando boa parte dos detalhes para a imaginação de quem lê. Como um quadro ou uma poesia que terá sua avaliação diferente dependendo da pessoa.

Eu irei retirar este livro do Wattpad no dia 15 de Junho, pois realizarei um sonho. Publicarei esta história e estarei com ela na Próxima Bienal Internacional do livro em São Paulo.

Caso alguém não consiga terminar a leitura até este dia, entre em contato comigo e será uma satisfação minha enviar o restante dos capítulos por e-mail.

Estou postando a continuação aqui no Wattpad (A Última Original), espero que possamos continuar nos divertindo, eu ao escrever e vocês ao ler.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

Quem quiser acompanhar a página do livro acessem o link: https://www.facebook.com/aquelanoite2016/  

Fábio Vera Cruz

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- Olá! Deixe-me apresentar da forma adequada. Meu nome é Leonardo Xavier!

- Prazer. Sou Sarah Miller! Como fomos nos reencontrar? Ainda não acredito.

- Acho que o destino queria assim.

Conversamos um pouco mais no táxi para o hotel, descobri que ele não sabia muito mais do que eu sobre aquela noite. Apenas uma coisa que eu não tinha visto, ele afirma ter visto olhos vermelhos antes de ter desmaiado.

- Deve ter sido impressão sua. – Disse tentando despistá-lo.

- Então que outra explicação você teria para o que aconteceu com o nosso agressor?

- Não. Não tenho uma explicação, mas é difícil acreditar nisso. Concorda?

- É verdade! Você deve estar me achando um louco não é?

- Nada. Que isso? – Falei, mas pensei o oposto: "não por causa do que disse, mas deve ser mesmo louco!".

Chegando ao hotel, combinamos nos encontrar Sábado à noite em um restaurante próximo dali, dava para ir à pé do hotel. Ele retornou no mesmo carro para sua casa. Quando cheguei ao andar do meu quarto, qual não foi minha surpresa ao encontrar Vitória e Ester me aguardando no saguão comum.

- E aí Sarah! Como foi o seu encontro? – Perguntou Vitória.

- O que vocês falaram? – Ester estava mais ansiosa ainda.

- Ele é apenas um conhecido. Como já está bem tarde, combinamos de nos encontrar amanhã. E antes que vocês falem mais alguma coisa, ele não faz meu tipo nem de longe.

- Que isso Sarah! Tá certo que ele não é bonitão como o Victor ou o Douglas, mas ele até que não é feio. – Comentou Ester.

- Você está solteira mesmo, aproveite! – Lá veio Vitória com sua piscadinha de olhos.

- Tá bom pessoal! Vou descansar ta! E dar mais uma estudada básica.

Depois de muito tempo tive novamente o pesadelo daquela noite, culpa do Leonardo ao me trazer memórias que estavam já no canto mais escuro de minha mente. Olhei, já de manhã, o dia lá fora estava maravilhoso, entre os prédios eu podia ver um pontinho minúsculo do mar azul e resplandecente. Fui ao banheiro cambaleante ainda de sono, não dormi quase nada esta noite, quase não me reconheci ao olhar o espelho. Estava acabada! Olheiras horrivelmente enormes e meu cabelo precisavam de um tratamento urgente. Passei boa parte da manhã em um salão de beleza que ficava bem na esquina do hotel enquanto as meninas aproveitavam a piscina.

No final da tarde desci do meu quarto e reconheci Leonardo me esperando no saguão principal do hotel. Pelo menos estava bem vestido dessa vez, olhando dessa perspectiva até que ele não era tão ruim assim. Andamos não mais de cinco minutos e logo estávamos no restaurante, devido o horário éramos apenas nós no recinto. Percebi que os garçons ainda limpavam e arrumavam algumas mesas quando nos sentamos.

- Então me fale um pouco mais de você, o que estava fazendo naquele local. Sabe? Naquela noite. – Perguntei direta.

- Trabalho em um comércio local, hoje inclusive eu trabalhei pela manhã, e esse é o caminho que faço às vezes para ir para minha casa, assim economizo no ônibus. Tenho vinte e seis anos e pretendo entrar em uma faculdade no futuro, mas não sei ainda o que cursar. Minha família mora toda em Belo Horizonte, eu vim para o Rio por causa de um emprego e acabei ficando aqui. E você?

- Por favor... Escolham à vontade. – O garçom nos interrompeu trazendo o cardápio.

Contei para ele toda minha vida, meu sonhos, meu trabalho na loja, sobre minha cidade, minha família, exceto é claro os últimos acontecimentos em Riacho Doce. Senti que tinha falado demais.

- Desculpe-me! Acabei falando muito.

- Nada! Você fala com muita paixão de sua vida. Gosto de ouvi-la.

Por algum motivo eu me sentia à vontade conversando com ele, contei coisas que eu acho que nunca contaria para minhas melhores amigas. A noite estava sendo maravilhosa, pela primeira vez me senti mais leve e digamos um pouco feliz. Saímos do restaurante e seguimos novamente para o hotel. A noite estava linda, não tinham nuvens no céu e para minha sorte nem a Lua. Apenas as mais brilhantes estrelas, íamos distraídos, por algum motivo não queria que a noite terminasse. Ao virar a esquina percebemos um homem estranho escorado no muro, nos olhando.

- Ei, casalzinho lindo! Venham aqui, eu quero vocês!

Nem pensamos, corremos na direção oposta, meu coração pulsava tanto que conseguia senti-lo no peito. Leonardo segurava minhas mãos e deixei-o me guiar, acreditando que ele sabia onde poderíamos nos esconder.

- Sarah, estou perdido!

Eu não podia acreditar, nem ao menos gravei o caminho que fizemos com toda aquela correria. Mas no final do beco vinha o homem novamente, caminhando sem nenhum sinal de ter corrido. Ele era alto e magro, tinha o cabelo espetado e rosto longo e fino, vestia uma jaqueta preta e calças bem justas.

- Não fujam crianças! Quero dizer, fujam crianças, assim é mais divertido!

Sem esperar que ele dissesse uma segunda vez corremos mais uma vez em sentido oposto, mas algo inacreditável aconteceu, ele apareceu novamente à nossa frente. Que velocidade? Mas como? Eu vi Leonardo pegar um pedaço de madeira no chão.

-Sarah, fique atrás de mim! – Disse Leonardo, tentando me proteger.

Se pelo menos fosse noite de Lua cheia eu daria conta dele em um segundo.

- Sério? Garoto esperto! Mas não vai nem me arranhar com esse espetinho. Notei agora uma coisa interessante. – Falou o homem se aproximando devagar. – Eu quase não notei seu cheiro menina, deve ser por causa desse garoto, que surpresas você ainda esconde de mim? Sabe, eu até gosto de alho.

Ele estava agora entre nós. Eu não consegui ver ele se aproximando.

- Corra Sarah! – Leonardo gritava.

O homem jogou o Leonardo contra a parede mais próxima. No início eu estava com medo, mas agora só me restava raiva.

- Então menina loba! O que vai fazer agora que nocauteei seu amigo? – Ele zombou de mim e minha raiva aumentava progressivamente.

- O que é você?

- Ora! Então o humano era mais inteligente que você? – Ele falou gargalhando, me pegou pelo pescoço e me ergueu no ar.

Eu senti dor à princípio, lutei com minhas mãos e pernas balançando no ar, em vão. Quando começava e sentir-me fraca eu percebi que seu braço fraquejava, ele me pôs no chão e caiu desmaiado. Não entendi nada e nem tinha tempo para isso, precisava levar o Leonardo dali antes que ele acordasse novamente. Consegui arrastá-lo uns poucos metros fora do beco, ele pesava muito, e graças a Deus apareceu um táxi. Fiz sinal. O taxista me ajudou a colocá-lo no banco de trás.

- Algumas pessoas bebem demais! Não é? – Disse o taxista rindo.

- Verdade! Por favor, nos tire logo daqui.