Olá para todos os leitores de "Aquela Noite"! Gostaria de agradecê-los por lerem minha história. Quando comecei a escrever somente tinha a certeza que eu seria o primeiro leitor, jamais sonharia que tantas pessoas a leriam e gostariam dessa forma diferente e esquisita de escrita rápida, onde o mais importante é a história, deixando boa parte dos detalhes para a imaginação de quem lê. Como um quadro ou uma poesia que terá sua avaliação diferente dependendo da pessoa.
Quem quiser acompanhar a página do livro acessem o link: https://www.facebook.com/aquelanoite2016/
Eu manterei alguns capítulos aqui no Wattpad, pois a história acabou de entrar em pré-venda pela editora PenDragon. É possível adquirir o livro pelo site da editora
http://www.editorapendragon.com.br/ ou http://goo.gl/84eJub
Fábio Vera Cruz
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Foto: Sarah Miller olhando o misterioso homem que apareceu para salvá-la.
- Acordei como quem acorda de um sono muito pesado. Escutava vários pássaros diferentes cantando ao meu redor, sentia frio, mas estava com muita preguiça para puxar o cobertor. Onde teria ido parar meu travesseiro? Não. Comecei aos poucos a entender que não estava em minha cama, abri meus olhos e uma luz intensa me fez fechá-los em um reflexo, o sol já estava a pino. Eu estava na floresta, lembrei-me do acampamento, mas com certeza não era nesse local e com certeza não me lembrava de ter tirado minhas roupas, estava totalmente nua. O que tinha acontecido ontem à noite? Meu cérebro não acompanhava minhas dúvidas, não tinha as respostas, só queria sair dali e esquecer desse momento para sempre. Talvez tivesse caído de um local mais alto. Sim, a idéia surgiu como uma nova esperança, mas logo se esvaiu como tudo em minha vida, para onde eu olhasse era tudo muito plano, sem nenhum declive ou aclive. Espere! Algo caiu ao meu lado. Uma sacola com roupas. Encolhi-me instintivamente procurando quem estava me espionando.
- Quem está aí? Apareça!
- Ei Moça! - Escutei uma voz vinda de uma árvore a não mais do que cinco metros à direita de onde eu estava, era a voz de um homem - Por favor, vista essas roupas, eu não vou olhar! Prometo.
Peguei rapidamente a sacola com as roupas, percebi que eram roupas masculinas, mas não era hora para escolher, era melhor do que nada. Estava totalmente exposta a um estranho. Meu Deus! Tomara que ninguém saiba disso, iria ser motivo de chacota e piadas pelo resto da vida! Quanto tempo será que ele ficou ali antes de me jogar a sacola?
- Posso olhar? - O estranho perguntou depois de ter me dado certo tempo para me vestir.
- Pode sim! - Respondi.
Ele enfim, saiu de seu esconderijo. Nossa! Fiquei um pouco surpresa, ele era um homem alto, moreno, aparentava ter a mesma idade que eu, por volta de vinte anos. Seu cabelo castanho e liso caía sobre seus lindos olhos de um verde penetrante. Seu rosto todo era de uma masculinidade ímpar, tinha músculos muito bem definidos por sinal.
- Meu nome é Douglas! - Ele disse, segurando minhas mãos.
- Prazer, Sarah! - Respondi um pouco tímida. - Como você,...
- Eu sei que você está confusa e cheia de perguntas, mas vamos sair daqui primeiro. Você precisa de cuidados. - Ele me interrompeu enquanto olhava para o nada, como se procurasse por algo.
- Pelo menos me responda onde estou.
- Você está em nossa propriedade, próximo à Cidade Riacho Doce.
- Desculpe, não faço idéia de onde seja.
- Não fale muito, vai precisar de toda energia até chegarmos em casa.
Andamos por meia hora até chegarmos a uma humilde cabana entre as árvores. Era toda feita de troncos, suas janelas com detalhes azuis e brancos, uma fumaça saia da chaminé e um cheiro doce e muito atrativa vinha daquela direção, meu estômago reagiu a isso, provavelmente era o almoço sendo preparado por alguém. Senti-me fraca, meus joelhos vacilaram um pouco, mas me recompus. Notei que ao redor da cabana, tinha uma grama bem verde e uma pequena horta, flores davam um toque especial nos fundos. A Paisagem parecia ter sido retirada de uma linda pintura. Quando chegamos mais perto uma pessoa saiu, era uma mulher com seus quarenta ou cinqüenta anos, cabelos castanhos e pele clara, seu rosto tinha traços similares aos do Douglas.
- Sua mãe? - Arrisquei.
- Não! Esta é minha adorável tia Anne. - Ele falou enquanto acenava para ela.
- Meu filho! Graças a Deus você a encontrou! - Ela disse acenando de volta e eu fiquei mais confusa ainda. Eles estavam me procurando?
Nos apresentamos e sem demora nos colocamos à mesa. A tia Anne fez questão disso. Por dentro a cabana era impecavelmente limpa, não fossem as paredes de madeira eu pensaria estar dentro de uma belíssima casa da Capital. A decoração era digna de um profissional, nada estava fora do lugar, uma verdadeira casa de boneca. Um enfeite se destacava sobre a mesa de centro, uma réplica da Lupa Capitolina, a loba que amamentou os gêmeos Rômulo e Remo descendentes de Tróia (Cidade conquistada pelos gregos), Rômulo posteriormente fundou a famosa cidade de Roma. Lembrei que eu simplesmente amo história!
- Por favor, minha jovem, sem cerimônia. Você precisa repor suas energias logo. - Tia Anne me fez voltar ao mundo real.
A sopa de legumes estava tão gostosa que pedi mais um prato, ou seria eu que estava com tanta fome que um prato só não seria suficiente? Acho que os dois. Sentado à minha frente Douglas parecia tentar adivinhar o que eu estava pensando. Eu queria antes de qualquer coisa saber como vim parar neste lugar.
- Você quer saber como chegou aqui. não é? - Ele me surpreendeu. Ele leu meu pensamento? Com o susto minha colher caiu no chão e o meu prato quase foi junto.
- Como você? Você leu meus pensamentos? - Perguntei alterando um pouco minha voz.
- Somente pensei o que eu iria querer saber se estivesse no seu lugar, nesse momento, na casa de estranhos depois de acordar no meio da floresta.
- Calma! Tome aqui outra colher. - Tia Anne falou passando a mão em minha cabeça. - Vou lhe contar tudo agora, não se preocupe. Nós te ajudaremos em tudo mesmo você não sendo da nossa alcatéia.
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Aquela Noite...
WerewolfAquela noite mudou toda minha vida! não sou mais a mesma pessoa de antes. Meu humor, meu corpo, meus pensamentos e até mesmo meus olhos não são mais os mesmos. Vivo segundo a segundo, noite após noite tentando me adaptar a este, ao que parece incont...