Acerto de Contas

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Olá para todos os leitores de "Aquela Noite"! Gostaria de agradecê-los por lerem minha história. Quando comecei a escrever somente tinha a certeza que eu seria o primeiro leitor, jamais sonharia que tantas pessoas a leriam e gostariam dessa forma diferente e esquisita de escrita rápida, onde o mais importante é a história, deixando boa parte dos detalhes para a imaginação de quem lê. Como um quadro ou uma poesia que terá sua avaliação diferente dependendo da pessoa.

Eu irei retirar este livro do Wattpad no dia 15 de Junho, pois realizarei um sonho. Publicarei esta história e estarei com ela na Próxima Bienal Internacional do livro em São Paulo.

Caso alguém não consiga terminar a leitura até este dia, entre em contato comigo e será uma satisfação minha enviar o restante dos capítulos por e-mail.

Estou postando a continuação aqui no Wattpad (A Última Original), espero que possamos continuar nos divertindo, eu ao escrever e vocês ao ler.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

Quem quiser acompanhar a página do livro acessem o link: https://www.facebook.com/aquelanoite2016/  

Fábio Vera Cruz

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Acordei, tinha dormido na cadeira novamente. Tudo ainda estava da mesma forma. Douglas parecia estar apenas dormindo. Ouço um pequeno barulho, e sorrio quando vejo um pequeno pássaro dando pequenas bicadas no vidro da janela. Do lado de fora um lindo céu azul me fazia crer que as coisas poderiam melhorar.

Entrou o médico que estava cuidando do Douglas.

- Bom dia Sarah! Desculpe não me apresentar antes, meu nome é Márcio!

- Bom dia Márcio! – Eu respondi

- O Douglas está reagindo bem! Seus sinais vitais retornaram ao normal, aparentemente ele está bem. Agora somente precisamos esperar ele acordar. Porque você não vai descansar em uma cama? Quando ele acordar eu juro que te chamarei.

- Não precisa. Eu quero estar aqui na hora que ele acordar.

- Ok! Pelo menos tome um café. – Ele apontou para um local fora da sala onde alguns caçadores comiam o café da manhã.

- Muito obrigada!

Peguei meu celular novamente, reuni todas as minhas para conseguir falar para tia Anne tudo que tinha acontecido, eu precisei sair do quarto, não consegui conter as lágrimas. Tia Anne como sempre estava calma do outro lado da linha, consentimos no fato de que agora estava tudo bem. Desliguei a ligação. Como de costume dei uma olhada nas minhas mensagens, uma delas fez meu sangue congelar.

"Lobinha, eu ainda tenho seu número de celular. Apesar de você quase ter arruinado meus planos, eu consegui o que queria no Brasil, o veneno e alguns lobisomens para me divertir na Europa. Mas não poderia ir embora e deixar a única pessoa que era imune viva. Agora escolha, a sua vida ou a vida de sua mãe? Não demore, senão ela não irá resistir. Obs.: Venha sozinha. Eu saberei se vier acompanhada."

Meu sangue ferveu na hora que li a mensagem. O que eu fiz para merecer essa vagabunda na minha vida? Como eu poderia chegar à casa da minha mãe mais rápido? Eu poderia pedir um helicóptero emprestado aos caçadores. Não. Vou do meu próprio jeito, não quero ninguém comigo. Seremos somente eu e ela.

Fui para o terraço, primeiramente fiquei invisível, depois forcei minha transformação para dragão. Seria a primeira vez que voaria para valer, essas asas gigantescas eram fascinantes. Eu não fazia idéia da velocidade que eu estava indo, voei por cima da estrada, pois eu não tinha o menor senso de direção aéreo.

Podia sentir o vento em meu rosto, de alguma forma aquilo não me incomodava, era como se tivesse uma membrana protetora em meus olhos. Eu sentia minhas asas como uma extensão do meu corpo e sim, eu tinha uma enorme cauda. Ela me ajudava bastante no vôo, mas era mais eficaz em uma luta.

Finalmente eu sobrevoava Casimiro de Abreu, desci em uma área próxima à casa de minha mãe. Transformei-me em minha forma de lobisomem, apenas forcei-me a não aumentar o tamanho, era tão desconfortável como tentar prender um espirro. Pude ver um rastro claro do cheiro de minha mãe indo em direção à mata, segui cautelosamente, não havia nenhum outro cheiro junto ao dela. Como se ela tivesse ido sozinha. Andei por mais de dez minutos quando pude vê-la. Estava amarrada por uma espécie de cipó pela cintura em um galho seco de uma árvore. Abaixo dela tinha um buraco enorme, cheio de estacas de madeira de um metro, pontiagudas.

- Até que enfim você chegou lobinha! – Nicoly apareceu atrás da árvore. – Posso ver que você veio sozinha. Agora transforme-se em humana senão corto o pescoço de sua mãe agora.

- Solte a minha mãe agora mesmo! - Eu gritei enquanto me transformava em humana novamente.

- Opa! Se eu fosse você não gritaria, se sua mãe se mexer muito arrebentará aquele cipó velho. Olhe bem, amarrei todas as árvores à volta, umas às outras usando esses cipós. Se você derrubar uma delas, balançará as outras e você já deve imaginar o que irá acontecer à sua pobre mãe. Aquelas estacas de madeira são um toque especial, no passado meu pai era fascinado por tudo que era feito de madeira. Ele mesmo era um famosíssimo escultor.

- Sua vadia!

- Olha a baixaria! Vocês lobisomens realmente não sabem manter a classe! Nada pessoal, mas vou te matar agora.

- Solte a minha mãe antes.

- Me faça soltar. – Sua risada era aborrecedora.

Concentrei toda minha força em meu braço, fiz minha unhas crescerem e mirei no coração dela. Mas antes de conseguir acertar, ela segurou meu punho, levantando-me no ar. Tentei socá-la com a mão livre, mas logo minhas duas mãos estavam presas.

- Vocês lobisomens são muito fracos quando estão em forma humana – Ela me cortou no rosto usando uma de suas unhas e lambeu meu sangue que escorria. – O seu sangue é horrível!

Aproveitei a curta distância e usei meu gás sonífero. Fiz ele nos rodear, não haveria escapatória para ela. Mas de alguma forma ela não dormia, eu não entendia porque não estava funcionando.

- Você é tão ingênua. Primeiro, eu posso ver o seu gás sonífero. Conheço todos os truques de seu pai. Em segundo lugar, eu não preciso respirar. Somente vampiros inexperientes ficam por aí tendo atitudes humanas como respirar.

Ela me jogou na direção da árvore mais próxima, senti o impacto de minhas costas batendo na árvore, olhei imediatamente para minha mãe, seu galho balançava, mas ela ainda estava pendurada.

- Que peninha, não foi dessa vez. Nicoly estava bem abaixo de mim, Eu estava colada à árvore, sentia meu pescoço ser apertado, eu estava perdendo o fôlego. Minha visão estava ficando embaçada, senti-me cair no chão. Olhei para a Nicoly, ela parecia furiosa, confusa e com medo. Tinha uma estaca de madeira enfiada em seu coração, uma das estacas que ela mesma tinha feito e colocado embaixo de minha mãe.

Como? Ai! Isso dói muito! - Ela caiu de joelhos, Olhou para trás tentando ver quem era - Como eu não senti sua presença? Era para você estar morto!

Finalmente ela caía morta no chão. Aos poucos minha visão foi voltando ao normal, eu não podia acreditar o que estava vendo.

- Como você chegou até aqui? – Eu perguntei confusa.

- Depois conversamos! Primeiro precisamos tirar sua mãe daqui – Douglas disse me ajudando a levantar. 

Aquela Noite...Onde histórias criam vida. Descubra agora