PARTE 2 - LIVRES PASSOS -- Hora de Brigar!

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  Olá! Apresento à vocês a Segunda Parte da estória: Livres Passos!

Boa leitura!


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NÃO CONSEGUI DORMIR direito. A visão daquele Caterpie, sem uma das antenas, acompanhado dos dois humanoides me atormentou nos pesadelos. Sou o primeiro a acordar.

Pelo tecido de lona, consigo notar que só sol já dá suas caras. Pego a Pokébola de Budew e saio sem acordar os outros dois.

O ar do lado de fora continua límpido e bom de ser sugado pelas narinas.

Meu momento de reflexão é interrompido pela visão de uma barraca montada muito próxima da nossa. Uma garota está ao seu lado, sentada em uma pedra e remexendo em sua mochila. Sua aparência é bem... Peculiar.

Ela nota minha presença e levanta a cabeça para mim. Reteso e fico tenso com seu olhar. Ela parece se divertir e me chama com os dedos. Engulo em seco e com as orelhas começando a arder, caminho em sua direção.

À medida que me aproximo, consigo notar melhor como ela é. O cabelo curto e preto, chega na altura de seu queixo. Seus traços são finos e o nariz levemente arrebitado para cima. Piercings ondulam toda a região de sua orelha vermelha, que parece ter recebido os pingos de metais há pouco. A roupa que leva é completamente tomada pelo preto: da camiseta com várias pequenas caveiras estampadas à calça jeans — assim como as botas também.

Ela tira uma caixinha de dentro da mochila e a abre. Tira o que parece ser um lápis preto e começa a passá-lo na parte inferior das pálpebras, logo acima de onde os cílios se encontram. Chego quando ela está quase terminando de pintar seu olho esquerdo. Fico esperando até ela terminar e dizer algo. A garota guarda a caixinha e olha para mim. Com o uso do lápis, seu olhar ficou parecido com os daquelas mulheres dos antigos faraós que vi em imagens nos livros. Seus olhos são negros como a completa escuridão, com apenas um brilho que os erguem e os vitalizam.

— E aí, cara — cumprimenta ela, sorrindo.

Respondo baixo e ela fica me olhando, parecendo estar curiosa com alguma coisa em mim.

Nesse momento um bicho sai da barraca. Ele... não tem uma das antenas.

— Meus céus! — exclamo, lançando Budew para fora da Pokébola. — É o mesmo Caterpie amaldiçoado de ontem! Budew, Absor...

— Ei, Ei. Se acalme — diz a garota se levantando e se colocando entre Budew e o outro Pokémon. — Tudo bem que ele parece ter vindo do inferno, sem uma das antenas, mas é só o Cadete.

— E-ele é seu?! — pergunto.

— Não. É do preguiçoso do meu irmão. A praga ainda está dormindo lá dentro — respondeu apontando para a barraca.

— Quando chegaram? Antes de irmos dormir, a barraca de vocês não estava aqui.

— Oh, sim — começou ela, se sentando novamente e amarrando os cadarços da bota. — Ontem à noite estávamos procurando um bom lugar para dormir. Cadete estava indo na frente, quando, do nada, voltou correndo com um maluco atrás dele, o perseguindo. O meu irmão pegou o Pokémon e nós dois começamos a correr atrás daquele maníaco, mas não o achamos mais. Só que encontramos a barraca de vocês, então armamos a nossa, como uma forma de proteção à mais do ladrão maníaco.

Sinto minhas bochechas queimarem e viro o rosto para ela não ver; finjo estar mirando a paisagem.

— Aliás, me chamo Helene — se apresenta ela. Eu me viro, para olhá-la. — Helene Catcher — depois de um momento de silêncio, ela pergunta: — Não vai dizer o seu nome? Ou vou ter que continuar te chamando de cara?

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