Capítulo Bônus: Quedas, de Amor e Ódio

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NOTAS INICIAIS:

Oi! Este cap. traz um pouco mais de alguns personagens que surgiram recentemente: Chander, Doug, Falcon e Lukka.

Atenção que o capítulo se passa, em sua maioria, antes de conhecermos os personagens pelo nomes que possuem atualmente. Logo, lembremos que Chanderego é o atual Chander, Douglas é Doug, Pablo é Falcon e Lucas é Lukka.

Boa leitura!   

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HOJE

Covil de morte

PUXOU A PÁ PESADA e jogou a terra preta pela cova, em cima do corpo envolto em lençol branco. O único som distinguível era o solo úmido batendo oco no Colega morto abaixo.

Era triste. Muito triste, mas Falcon entendia também que aquele não era o primeiro a morrer pela causa e muito menos seria o último. Palavras amedrontadoras? Para muitos, sim. Ainda assim, todos estavam cientes, quando se aliaram, de que para alcançar os objetivos dos Revolucionários, quedas ocorreriam. Quem quisesse, que jogasse a toalha. Alguns Meowths pingados jogaram.

Lançou outro montante de terra na cova. Seus raquíticos braços tremiam levemente com o esforço. Doug, do outro lado da cova, com a segunda pá, cobria daquele solo preto o defunto. Dava para ver que se esforçava para a tarefa, o suor brotando na testa; seu corpo era tão definido de músculos quanto o de Falcon, mas ainda assim o canalha não daria o braço a torcer para Chander, que, com a última das três pás, não demonstrava dificuldades com a tarefa, mesmo seu físico não sendo mais o de algum tempo atrás. Falcon sabia que, no ângulo e movimento correto, o grandão era capaz de amassar um crânio com uma pancada só de sua mão fechada em punho.

— É como se fôssemos uma Santíssima Trindade, devolvendo ao pó o que lhe pertence e que formou este cadáver.

Doug enterrou sua pá no chão e se apoiou nela, a cara lotada daquele sarcasmo negro que o rodeava. Falcon cravou nele um silencioso tom de aviso, sabia qual tipo de comentário o magricela faria e seu olhar pedia, com autoridade, que ficasse em silêncio. Ao menos um momento de trégua para o momento que demandava isso. Aqueles dois teriam, de uma forma ou outra, de se unir, agora ou nunca, para firmarem posição no que estava por vir.


10 ANOS ATRÁS

Em um lar, sonhos compartilhados

— ... um idiota confuso sobre o que acredita! — gritou Douglas. — Não sabe se acredita no sobrenatural de um Ser-maior desconhecido acompanhado de "dois ajudantes" ou na ladainha de que o mundo foi criado pelos Pokémon!

Lucas e Pablo se entreolharam, fatigados daquela conversa que já se estendia há alguns minutos. Pablo, já nessa época, tomara para si seu inseparável óculos escuros e não o tirava mais da cara.

— E o que você anda praticando não se enquadra às questões esotéricas, maluco? — indagou Pablo, um sorriso travesso nos lábios, desafiando Douglas.

Lucas apenas concordava com a cabeça, ansioso, acompanhando o novo rumo que a conversa tomava. Como sempre em um debate entre entidades, não sabia em qual dos dois lados ficar, entendia e concordava com ambas partes, então, para mostrar que estava ali e acompanhando, ou quem sabe até mesmo para ganhar um pouco de atenção, mostrar que podia, soltava comentários neutros, mas sempre concordando com os dois lados da moeda. Sua curiosidade tornava-se um problema, pois por ela corria atrás de respostas e quando conhecia o bem e mal, yin e yang, não conseguia decidir qual lado apoiar.

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