Sabe aqueles negócios bem redondos, de polpa mole, carnudos, de um fruto menor, com um caroço pequeno e que tem um sabor suave? São as azeitonas, que é o ingrediente principal do azeite e assim nasce o azeite de oliva. Meu sobrenome é Oliveira, igual à árvore oliveira que nasceu há 3.000 anos antes de Cristo que demora quase 20 anos para poder cultivar. Eu aprendi essa história da ''oliveira'' aos cinco anos de idade minha mãe sempre contou que o Oliveira na nossa família nunca morreu e que nunca pretende morrer, mas sei que isso é só uma questão de tempo até acontecer de morrer. Meu primeiro nome é Nadia. Eu tinha treze anos quando fui sequestrada e abusada no dia 10 de abril de 2013 e a partir da ir, minha vida mudou se tornando digamos um inferno, completamente um inferno, porém com o tempo eu dei um jeito de mudar essa minha vida, eu realmente acho que ela está mudada.
Nasci em Curitiba–Paraná no dia 12 de maio de 2000, eu era bem pequena na incubadora e os médicos falavam, que talvez eu não passasse de uma semana viva, ou até menos, eu até que os entendo. Eu parecia mais um ratinho preso em uma incubadora, lutando desesperadamente por um pouco mais de ar, eu tinha 480 gramas e 26 centímetros ligadas a fios que eu nem conseguia contar, se você me visse concordaria com os médicos, tenho certeza que sim. No entanto, eu fui forte consegui vencer a minha primeira experiência com a morte e passei a crescer e crescer, os médicos chamaram-me de guerreira e eu gostei. Atualmente eu moro no Rio de Janeiro em Copacabana bem perto da praia e do mar e tenho treze anos, meu sonho é ser escritora.
Lembro-me de quando eu ainda era uma criança e meu vô por parte de mãe, me levou a um lugar com montanhas enormes e altas. O pôr do sol daquele lugar é tão lindo, a brisa do vento gelado passando numa rapidez por todo o corpo, deixando você com bastante frio, porém valeu a pena, meu vô sabia o quanto eu amo o pôr do sol. E quando chegamos ao limite da montanha, o sol ainda lutava para aquecer um pouco nossas peles e me lembro dele olhar para mim com um sorriso tão lindo, enquanto segurava minha mão, e seus olhos pela penúltima vez brilharam e eu sorri para ele, com a mesma intensidade do seu sorriso. Quando cheguei à minha casa, escrevi em um caderno a sensação que foi de eu ir aquele lugar, não ficou lá muito bom meu texto, por causa dos erros gramaticais, mas foi a primeira vez que meus olhos brilharam quando eu li todo o texto que escrevi e senti o poder da escrita. Guardei aquele momento em meu coração, para que eu nunca esqueça e desista dos meus sonhos.
10 de abril de 2013
O sol já está se pondo lentamente no horizonte e o calor abafado que paira no ar já se encontra esfriando, não está me sufocando como de costume, geralmente o bairro anda muito quente, mas hoje esta suave e confortável de caminhar. Estou voltando para minha casa, eu acabei de sair da escola onde estudo. Entro na rua onde moro e corro para casa, abro o portão, entro em casa e jogo minha bolsa em um canto. Pego meu notebook ligo e dou uma olhada na minha rede social, minha mãe aparece encostando-se à batente envernizada e pintada de branco da porta e diz com os braços cruzados:
— Quero que faça um favor para mim.
—Okay, manda. – eu digo prestando atenção na tela do notebook.
— Vá ao mercado, agora.
— Ta de brincadeira, né? – eu retruco olhando para ela.
— Não. Qual é esta com preguiça de ir em...
— Ta okay, me dá o dinheiro. – eu falo a interrompendo, quando ela começa a falar sobre isso ela não para mais.
Ela pegou o dinheiro sorridente e eu suspiro levantando-me da cama, estou cansada e ainda tenho isso para fazer e mais lição de casa, droga de ''vidinha de escola''. Pego o dinheiro e minha mãe me lança um selinho na testa – virou mania – e eu saio porta afora de casa.
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Uma Vida - Inacabada (versão antiga)
RomanceMeu sobrenome é Oliveira, igual a arvore oliveira que nasceu a 3.000 anos antes de Cristo que demora quase 20 anos para poder cultivá-la eu aprendi essa historia da ''oliveira'' desde dos 5 anos de idade. Minha mãe sempre contou que o Oliveira na no...